27 palestinos morrem por tiros perto de local de ajuda em Gaza; ONU pede investigação
Disparos ocorreram perto de posto de distribuição no sul da Faixa de Gaza. No domingo, disparos também deixaram mortos durante distribuição de alimentos. Israel disse ter disparado em suspeitos e afirmou que investiga o caso. Palestinos diante de corpos de pessoas mortas por tiros perto de posto de distribuição no sul da Faixa de Gaza, em 3 de junho de 2025. Hatem Khaled/ Reuters Vinte e sete palestinos morreram e dezenas ficaram feridos por conta de tiros disparados perto de um local de distribuição de alimentos no sul da Faixa de Gaza nesta terça-feira (3), segundo disse o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Os militares israelenses disseram que suas forças abriram fogo contra um grupo de pessoas que deixou as rotas de acesso designadas perto do centro de distribuição em Rafah e se aproximou de suas posições. Eles acrescentaram que ainda estavam investigando o que havia acontecido. ONU pede investigação independente sobre mortes de palestinos que buscavam ajuda em Gaza As mortes perto do posto de distribuição de alimentos ocorreram horas depois de Israel ter dito que três de seus soldados morreram em combates no norte da Faixa de Gaza. Um porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse à agência de notícias Reuters que seu hospital de campanha em Rafah recebeu 184 vítimas, acrescentando que 19 delas foram declaradas mortas na chegada e oito morreram de ferimentos logo depois. Um vídeo mostrou pessoas feridas, incluindo pelo menos uma mulher, sendo levadas às pressas para um centro médico em carroças puxadas por burros, antes de serem transferidas para macas ou ambulâncias. O escritório de direitos humanos das Nações Unidas em Genebra disse na terça-feira que o impedimento do acesso à ajuda alimentar para os civis em Gaza pode constituir um crime de guerra e descreveu os ataques contra as pessoas que tentam acessar a ajuda alimentar como "inconcebíveis". O chefe da agência da ONU, Volker Turk, pediu uma investigação imediata e imparcial sobre as mortes. "Os ataques dirigidos contra civis constituem uma grave violação da lei internacional e um crime de guerra", afirmou ele em um comunicado. A Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA, lançou seus primeiros locais de distribuição na semana passada, em um esforço para aliviar a fome generalizada entre a população de Gaza, devastada pela guerra, a maioria da qual foi forçada a abandonar suas casas para fugir dos combates. A operação da Fundação, que ignora os grupos de ajuda tradicionais, foi alvo de duras críticas das Nações Unidas e de organizações de caridade estabelecidas, que afirmam que ela não segue os princípios humanitários. O grupo privado, que é apoiado por Israel, disse que havia distribuído 21 caminhões de alimentos no início da terça-feira e enfatizou que a violência relatada não ocorreu dentro de sua área. "Essa é uma área muito além do nosso local de distribuição seguro e do nosso controle. Reconhecemos a natureza difícil da situação e aconselhamos todos os civis a permanecerem no corredor seguro quando estiverem viajando para nossos locais de distribuição." Os palestinos que coletaram caixas de alimentos na terça-feira descreveram cenas de pandemônio, sem ninguém supervisionando a entrega dos suprimentos ou verificando as identidades, enquanto multidões se acotovelavam para obter provisões. "É um caos completo e humilhação, e as pessoas não têm escolha a não ser continuar vindo porque não há comida em Gaza", disse um palestino que não quis se identificar, acrescentando que teve sorte de ter sobrevivido aos disparos do lado de fora do centro de ajuda.


Disparos ocorreram perto de posto de distribuição no sul da Faixa de Gaza. No domingo, disparos também deixaram mortos durante distribuição de alimentos. Israel disse ter disparado em suspeitos e afirmou que investiga o caso. Palestinos diante de corpos de pessoas mortas por tiros perto de posto de distribuição no sul da Faixa de Gaza, em 3 de junho de 2025. Hatem Khaled/ Reuters Vinte e sete palestinos morreram e dezenas ficaram feridos por conta de tiros disparados perto de um local de distribuição de alimentos no sul da Faixa de Gaza nesta terça-feira (3), segundo disse o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Os militares israelenses disseram que suas forças abriram fogo contra um grupo de pessoas que deixou as rotas de acesso designadas perto do centro de distribuição em Rafah e se aproximou de suas posições. Eles acrescentaram que ainda estavam investigando o que havia acontecido. ONU pede investigação independente sobre mortes de palestinos que buscavam ajuda em Gaza As mortes perto do posto de distribuição de alimentos ocorreram horas depois de Israel ter dito que três de seus soldados morreram em combates no norte da Faixa de Gaza. Um porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse à agência de notícias Reuters que seu hospital de campanha em Rafah recebeu 184 vítimas, acrescentando que 19 delas foram declaradas mortas na chegada e oito morreram de ferimentos logo depois. Um vídeo mostrou pessoas feridas, incluindo pelo menos uma mulher, sendo levadas às pressas para um centro médico em carroças puxadas por burros, antes de serem transferidas para macas ou ambulâncias. O escritório de direitos humanos das Nações Unidas em Genebra disse na terça-feira que o impedimento do acesso à ajuda alimentar para os civis em Gaza pode constituir um crime de guerra e descreveu os ataques contra as pessoas que tentam acessar a ajuda alimentar como "inconcebíveis". O chefe da agência da ONU, Volker Turk, pediu uma investigação imediata e imparcial sobre as mortes. "Os ataques dirigidos contra civis constituem uma grave violação da lei internacional e um crime de guerra", afirmou ele em um comunicado. A Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA, lançou seus primeiros locais de distribuição na semana passada, em um esforço para aliviar a fome generalizada entre a população de Gaza, devastada pela guerra, a maioria da qual foi forçada a abandonar suas casas para fugir dos combates. A operação da Fundação, que ignora os grupos de ajuda tradicionais, foi alvo de duras críticas das Nações Unidas e de organizações de caridade estabelecidas, que afirmam que ela não segue os princípios humanitários. O grupo privado, que é apoiado por Israel, disse que havia distribuído 21 caminhões de alimentos no início da terça-feira e enfatizou que a violência relatada não ocorreu dentro de sua área. "Essa é uma área muito além do nosso local de distribuição seguro e do nosso controle. Reconhecemos a natureza difícil da situação e aconselhamos todos os civis a permanecerem no corredor seguro quando estiverem viajando para nossos locais de distribuição." Os palestinos que coletaram caixas de alimentos na terça-feira descreveram cenas de pandemônio, sem ninguém supervisionando a entrega dos suprimentos ou verificando as identidades, enquanto multidões se acotovelavam para obter provisões. "É um caos completo e humilhação, e as pessoas não têm escolha a não ser continuar vindo porque não há comida em Gaza", disse um palestino que não quis se identificar, acrescentando que teve sorte de ter sobrevivido aos disparos do lado de fora do centro de ajuda.
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