A temida prisão que pode receber criminosos de PCC e CV em El Salvador
Maior prisão da América Latina pode receber traficantes brasileiros ligados ao PCC e CV detidos nos Estados Unidos

O governo Trump avalia a possibilidade de transferir para o Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot), a maior prisão da América Latina, localizada em El Salvador, traficantes ligados a facções como o PCC e o CV detidos nos Estados Unidos. A implementação da medida depende da possível classificação dessas facções como organizações terroristas, tema que está em análise na Casa Branca.
Inaugurada em janeiro de 2023 pelo presidente Nayib Bukele, após uma onda de homicídios atribuída às facções MS-13 e Barrio 18 em 2022, o Cecot se tornou símbolo da política de tolerância zero ao crime organizado em El Salvador. A prisão está localizada no município de Tecoluca, a cerca de 74 quilômetros da capital, San Salvador.
Com capacidade para até 40 mil presos, o Cecot ocupa uma área equivalente a mais de 230 campos de futebol. Conta com sete cercas equipadas com sensores de movimento, sistemas de vigilância de última geração, torres de controle, bloqueadores de sinal e presença constante de forças de segurança. Aproximadamente 1.000 agentes penitenciários, 600 soldados e 250 policiais da tropa de choque atuam na vigilância do complexo.
No interior da prisão, os detentos são mantidos em celas coletivas com até 100 pessoas, sem camas e sem direito a visitas. Durante deslocamentos internos, são obrigados a se ajoelhar, manter o olhar fixo no chão, raspados e acorrentados.
Relatos indicam que castigos são aplicado com frequência entre presos condenados e provisórios. Outro ponto que gera controversa no Cecot é o fato de membros de facções rivais ficarem presos na mesma cela, o que contribuiria para brigas e homicídios dentro da cadeia.
Organizações como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional denunciam abusos graves em El Salvador, incluindo detenções arbitrárias, maus-tratos físicos e psicológicos, e a negação de acesso a advogados e ao devido processo legal. Desde que o estado de exceção foi decretado em março de 2022, mais de 75 mil pessoas foram presas — o equivalente a cerca de 2% da população adulta do país. No Cecot, estão encarcerados os detentos considerados mais perigosos, alguns com penas que chegam a 700 anos.
No Cecot, a ideia não é ressocializar os detentos. Segundo o governo Bukele, os presidiários que lá cumprem pena não seriam ressocializáveis.
Prisão reflete política de “tolerância zero”
A taxa de homicídios caiu de forma expressiva após o início da ofensiva contra as gangues, e Bukele passou a registrar altos índices de aprovação. O modelo de encarceramento em massa implementado no país passou a ser citado por lideranças conservadoras em outros países da América Latina como exemplo de política de segurança pública.
Esta semana, Donald Trump afirmou que pretende reabrir o famoso presídio de Alcatraz, que funcionou até 1963 em uma ilha na Califórnia.
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