AfD é classificado como extrema direita na Alemanha; ministra diz que partido persegue objetivos contrários à ordem democrática
Anúncio foi feito por Nancy Faeser, ministra federal do Interior. Partido, que disputou as eleições deste ano com a deputada Alice Weidel, ficou em segundo lugar. A agência de inteligência interna da Alemanha classificou nesta sexta-feira (2) o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (conhecido pela sigla AfD) como uma entidade extremista que ameaça a democracia — uma medida que permite monitorar o partido com mais rigor, segundo a agência de notícias Reuters. O partido ficou em segundo lugar nas eleições de fevereiro. O novo status deve facilitar o uso de métodos secretos por parte das autoridades para vigiar o partido, como o recrutamento de informantes confidenciais e a interceptação de comunicações. A classificação e as restrições ao emprego no serviço público também podem dificultar a capacidade do partido de atrair novos membros. De acordo com a Reuters, o AfD não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência. "A nova avaliação é clara e inequívoca: a AfD deve ser classificada como um partido comprovadamente de extrema direita. A AfD persegue, de forma comprovada, objetivos contrários à ordem democrática livre", disse Nancy Faeser, ministra federal do Interior. "A AfD defende uma concepção étnica de povo, com a qual grupos inteiros da população são discriminados. Cidadãs e cidadãos com histórico migratório são tratados como alemães de segunda classe. Isso contradiz claramente a garantia da dignidade humana estabelecida no Artigo 1º da Lei Fundamental. Sua postura etnonacionalista se manifesta em declarações racistas, sobretudo contra imigrantes e muçulmanos", complementou Faeser. Ainda de acordo com a Reuters, em nível estadual, a AfD já era classificada como comprovadamente de extrema-direita nos estados da Turíngia, Saxônia e Saxônia-Anhalt. 2º lugar nas eleições O AfD, que concorreu com Alice Weidel, ficou em segundo lugar nas eleições realizadas na Alemanha em fevereiro deste ano, com 20,5% dos votos. A vitória foi do conservadores do União Democrática Cristã (CDU). Weidel é assumidamente lésbica, casada com uma imigrante e neta de um juiz nazista. O perfil da deputada fez com que ela se destacasse dentro do partido. Em 2017, ela foi um dos nomes que ajudou a legenda a se tornar a terceira maior sigla no Parlamento. Naquele ano, quando a Alemanha aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ela disse que o assunto era trivial comparado a problemas como a imigração. Weidel afirmou ainda que estava na AfD porque, segundo ela, é o único partido que aborda a hostilidade de imigrantes muçulmanos contra pessoas LGBTQIA+. Alice Weidel, colíder do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), fala com imprensa após resultado histórico do partido nas eleições gerais em 24 de fevereiro de 2025. REUTERS/Annegret Hilse


Anúncio foi feito por Nancy Faeser, ministra federal do Interior. Partido, que disputou as eleições deste ano com a deputada Alice Weidel, ficou em segundo lugar. A agência de inteligência interna da Alemanha classificou nesta sexta-feira (2) o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (conhecido pela sigla AfD) como uma entidade extremista que ameaça a democracia — uma medida que permite monitorar o partido com mais rigor, segundo a agência de notícias Reuters. O partido ficou em segundo lugar nas eleições de fevereiro. O novo status deve facilitar o uso de métodos secretos por parte das autoridades para vigiar o partido, como o recrutamento de informantes confidenciais e a interceptação de comunicações. A classificação e as restrições ao emprego no serviço público também podem dificultar a capacidade do partido de atrair novos membros. De acordo com a Reuters, o AfD não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência. "A nova avaliação é clara e inequívoca: a AfD deve ser classificada como um partido comprovadamente de extrema direita. A AfD persegue, de forma comprovada, objetivos contrários à ordem democrática livre", disse Nancy Faeser, ministra federal do Interior. "A AfD defende uma concepção étnica de povo, com a qual grupos inteiros da população são discriminados. Cidadãs e cidadãos com histórico migratório são tratados como alemães de segunda classe. Isso contradiz claramente a garantia da dignidade humana estabelecida no Artigo 1º da Lei Fundamental. Sua postura etnonacionalista se manifesta em declarações racistas, sobretudo contra imigrantes e muçulmanos", complementou Faeser. Ainda de acordo com a Reuters, em nível estadual, a AfD já era classificada como comprovadamente de extrema-direita nos estados da Turíngia, Saxônia e Saxônia-Anhalt. 2º lugar nas eleições O AfD, que concorreu com Alice Weidel, ficou em segundo lugar nas eleições realizadas na Alemanha em fevereiro deste ano, com 20,5% dos votos. A vitória foi do conservadores do União Democrática Cristã (CDU). Weidel é assumidamente lésbica, casada com uma imigrante e neta de um juiz nazista. O perfil da deputada fez com que ela se destacasse dentro do partido. Em 2017, ela foi um dos nomes que ajudou a legenda a se tornar a terceira maior sigla no Parlamento. Naquele ano, quando a Alemanha aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ela disse que o assunto era trivial comparado a problemas como a imigração. Weidel afirmou ainda que estava na AfD porque, segundo ela, é o único partido que aborda a hostilidade de imigrantes muçulmanos contra pessoas LGBTQIA+. Alice Weidel, colíder do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), fala com imprensa após resultado histórico do partido nas eleições gerais em 24 de fevereiro de 2025. REUTERS/Annegret Hilse
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