Ao menos 18 capitais registraram atos contra PL da Dosimetria

Atos contra proposta que prevê penas mais brandas para os condenados por golpe de Estado aconteceram em SP, Rio, Brasília e outras capitais

Dezembro 15, 2025 - 00:00
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Ao menos 18 capitais registraram atos contra PL da Dosimetria

Neste domingo (14/12), diversas capitais brasileiras registraram manifestações em protesto contra a aprovação do Projeto de Lei (PL) da Dosimetria na Câmara dos Deputados. A proposta prevê penas mais brandas para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pela manhã, as manifestações tomaram as ruas de Brasília (DF), Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG), Natal (RN), João Pessoa (PB), Cuiabá (MT), São Luís (MA), Campo Grande (MS) e Manaus (AM).

À tarde, foi a vez de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Recife (PE), Goiânia (GO), Vitória (ES), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO) e Curitiba (PR) protestarem.

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Além de críticas ao Congresso Nacional, os protestos incluíram pautas como o fim da escala de trabalho 6×1, críticas ao Marco Temporal para a demarcação de terras indígena e a cobrança de ações de combate ao feminicídio.

Também houve, em todo o país, diversos pedidos para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) deixe o cargo.

Veja imagens: Ao menos 18 capitais registraram atos contra PL da Dosimetria - destaque galeria13 imagensO PL beneficiaria a redução de pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)A marcha começou por volta das 11hManifestação da esquerda na PaulistaO nome do ex-presidente Bolsonaro, no entanto, tem sido menos citado do que o de MottaManifestação da esquerda na PaulistaFechar modal.MetrópolesManifestação contra o Congresso em Copacaba1 de 13

Manifestação contra o Congresso em CopacabaReprodução/Caetano Veloso e Mídia Ninja via Instagram O PL beneficiaria a redução de pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)2 de 13

O PL beneficiaria a redução de pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografoA marcha começou por volta das 11h3 de 13

A marcha começou por volta das 11h KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografoManifestação da esquerda na Paulista4 de 13

Manifestação da esquerda na PaulistaWilliam Cardoso/MetrópolesO nome do ex-presidente Bolsonaro, no entanto, tem sido menos citado do que o de Motta5 de 13

O nome do ex-presidente Bolsonaro, no entanto, tem sido menos citado do que o de Motta KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografoManifestação da esquerda na Paulista6 de 13

Manifestação da esquerda na PaulistaWilliam Cardoso/MetrópolesOs manifestantes seguem em direção ao Congresso durante a marcha7 de 13

Os manifestantes seguem em direção ao Congresso durante a marcha KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografoManifestação da esquerda na Paulista8 de 13

Manifestação da esquerda na PaulistaWilliam Cardoso/MetrópolesAlém da dosimetria, o protesto mira o presidente Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos -PB)9 de 13

Além da dosimetria, o protesto mira o presidente Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos -PB) KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografoManifestação da esquerda na Paulista10 de 13

Manifestação da esquerda na PaulistaWilliam Cardoso/MetrópolesManifestantes de esquerda chegam à Avenida Paulista para protesto contra aprovação do PL da Dosimetria e outras pautas11 de 13

Manifestantes de esquerda chegam à Avenida Paulista para protesto contra aprovação do PL da Dosimetria e outras pautasWilliam Cardoso/MetrópolesManifestantes de esquerda chegam à Avenida Paulista para protesto contra aprovação do PL da Dosimetria e outras pautas12 de 13

Manifestantes de esquerda chegam à Avenida Paulista para protesto contra aprovação do PL da Dosimetria e outras pautasWilliam Cardoso/MetrópolesEm Brasília, além da dosimetria, o protesto mira o presidente Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos -PB)13 de 13

Em Brasília, além da dosimetria, o protesto mira o presidente Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos -PB)KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo

Rio de Janeiro

A manifestação na capital carioca foi convocada para começar às 14h na altura do posto 5 da Praia de Copacabana, na zona sul. Entre os presentes, estavam políticos de esquerda e artistas.

A mobilização — denominada de “Ato Musical 2: O retorno” — foi impulsionada pelo cantor Caetano Veloso e pela esposa, a produtora e empresária Paula Lavigne. O casal já tinha promovido uma manifestação anterior, em setembro, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e a tramitação de urgência do PL da Anistia, que se tranformou no PL da Dosimetria.

De acordo com o levantamento do Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP) com a ONG More in Common, o ato teve, em seu ápice, 18,9 mil pessoas. A sondagem mensura a quantidade de civis com base em imagens da multidão capturadas por drones.

A mobilização contou com apresentações de artistas ícones da Música Popular Brasiliera (MPB), como Caetano, Chico Buarque, Gilberto Gil e Paulinho da Viola. Xamã, Fafa de Belém, Emicida, Lenine, Fernanda Abreu e Duda Beat também participaram.

Mestre @gilbertogil fazendo história no Ato Musical contra os Retrocessos do Congresso.#SemAnistia

Vídeo: Midia NINJA https://t.co/u5sm3WR7WG pic.twitter.com/n0hllTW1U3

— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) December 14, 2025

A atriz Fernanda Torres também marcou presença e afirmou: “Ainda estamos aqui pelas florestas brasileiras, pelos direitos da mulher, pela democracia. Ainda estamos aqui pra cortar o congresso. Eles não podem trabalhar para si mesmos”.

AINDA ESTAMOS AQUI!

Fernanda Torres lembra que sina estamos aqui pelas florestas, pela vida das mulheres, pela democracia!#SemAnistiaPraGolpistas

Video: @MidiaNINJA https://t.co/k5UNf78T9O pic.twitter.com/nvPMocsneG

— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) December 14, 2025

A desmobilização aconteceu a partir das 19 horas.

São Paulo

Em São Paulo, manifestantes tomaram a Avenida Paulista.

Também segundo o Monitor do Debate Político da USP, cerca de 13,7 mil pessoas participaram da manifestação contra o Congresso na capital paulista. Considerando a margem de erro de 12%, a estimativa indica público entre 12,1 mil e 15,4 mil participantes no momento de pico.

Segundo o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), a manifestação a favor da anistia realizada em 7 de dezembro, também na Paulista, teve 1,4 mil pessoas. Já o protesto contra a PEC da Blindagem e contra a anistia, em setembro, reuniu 42,4 mil pessoas.

A organização dos protestos foi feita pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que tem a participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos (PSol), participou da manifestação. No palanque, Boulos chamou o PL da Dosimetria de “anistia envergonhada” após grupos que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguirem viabilizar a anistia ampla.

A esposa do ministro, a advogada Natália Szermeta, puxou vaias contra Motta durante o protesto. Como mostrou o Metrópoles, ela deve ser candidata a deputada federal em 2026.

Brasília

Na capital federal, a concentração do ato aconteceu de manhã no Museu Nacional da República, localizado na Esplanada dos Ministérios.

Na sequência, a passeata, guiada por um trio elétrico, seguiu em direção ao Congresso Nacional e se dispersou no começo da tarde.

De acordo com estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal, o ato reuniu cerca de 5 mil participantes.

As frases “Congresso inimigo do povo”, “Fora Hugo Motta” e “Sem anistia” estamparam a maioria dos cartazes exibidos no local.

Com forte críticas a Motta, o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro foi menos citado do que o do presidente da Câmara.

O trompetista famoso por tocar a marcha fúnebre durante a prisão de Bolsonaro, Fabiano Leitão, marcou presença e foi considerado uma “celebridade” pelos manifestantes.

PL da Dosimetria pode beneficiar Bolsonaro?

Aprovada na madrugada da última quarta-feira (10/11) após pressão popular contra a medida, a proposta, que foi alvo de protestos pelo país, estabelece mudanças nos tipos de crime aceitos para progressão de pena, mecanismo que permite ao preso com bom comportamento migrar do regime fechado para o semiaberto ou aberto.

De acordo com a medida, a mudança passar a acontecer após o cumprimento de um sexto da pena, e não mais de um quarto, como acontece atualmente.

O projeto também muda parâmetros para crimes contra o Estado Democrático de Direito, como tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o que, segundo especialistas e políticos apoiadores do governo é uma tentativa de burlar a prisão de Bolsonaro.

Caso o projeto seja aprovado pelo Senado Federal, a pena do ex-presidente cairia de 27 anos e 3 meses para 20 anos e 8 meses, passando a cumprir apenas 2 anos e 4 meses em regime fechado, considerando a remição de pena pelo período detido de forma domiciliar.

O texto será analisado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima quarta-feira (17/12), e tem chances de ser votado em plenário no mesmo dia.

Saiba onde os atos aconteceram

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