Banco do Nordeste: o papel da instituição financeira na região
O Banco do Nordeste impulsiona o desenvolvimento regional com crédito, inovação e foco na inclusão social e sustentabilidade

Em um contexto marcado por profundas transformações econômicas e ambientais ao longo do século 21, as instituições financeiras públicas passam a assumir novos papéis e responsabilidades. Inserido em uma das regiões mais desafiadoras do país, o Banco do Nordeste (BNB) tem assumido funções estratégicas no enfrentamento das desigualdades regionais, superando o modelo tradicional de concessão de crédito e integrando políticas voltadas à inovação tecnológica.
Nesse contexto, as ações do BNB convergem com os compromissos estabelecidos pela Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), refletindo um esforço para articular desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental e inclusão social.
Diante de um cenário complexo, a região Nordeste apresentou um crescimento econômico de 3,8% em 2024, superando a média nacional de 3,5%, com destaque para a Paraíba (6,6%) e o Rio Grande do Norte (6,1%).
“A expansão do número de operações e o crescimento nos desembolsos revelam a eficiência operacional do BNB, refletindo também nossa missão de promover, com muita responsabilidade, o desenvolvimento econômico e social na nossa região”, afirma o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara.
“O volume de desembolsos em 2024 atingiu novo recorde, alcançando a marca de R$ 60 bilhões, um aumento de 16,3% em relação ao ano anterior. As novas contratações chegaram a R$ 61,3 bilhões, com um crescimento de 4,8% em comparação com 2023.”Paulo Câmara, presidente do Banco do Nordeste
De acordo com Câmara, a instituição está cada vez mais próxima dos empreendedores em todos os estados da área de atuação, oferecendo produtos financeiros que fazem a diferença no dia a dia das pessoas e empresas.
Sustentabilidade
Diretor de Planejamento do Banco do Nordeste, Aldemir Freire avalia que o mundo exige soluções sustentáveis, e as instituições financeiras estão inseridas nesse cenário, visto que são cada vez mais cobradas por práticas responsáveis.
O banco tem se destacado como líder nacional em financiamentos para a transição energética, com R$ 10,7 bilhões investidos entre 2023 e 2024. Mais de 50% desses recursos foram destinados para projetos de usinas fotovoltaicas e 30% para as eólicas.
“O Banco do Nordeste tem uma forte atuação em financiamento sustentável. Em 2024, mais de 70% dos mais de R$ 60 bilhões aplicados pelo BNB foram classificados como crédito de contribuição positiva, com impactos ambientais ou sociais favoráveis, conforme critérios da Federação Brasileira de Bancos (Febraban)”, ressalta.
Freire também explica que o BNB projeta um crescimento significativo nos financiamentos sustentáveis nos próximos anos.
Apenas o programa FNE Verde, que abrange iniciativas como saneamento, energias renováveis, hidrogênio verde, descarbonização industrial e recuperação ambiental (incluindo ações contra a desertificação no Semiárido), tem previsão de aplicação de R$ 7,8 bilhões em 2025, conforme aprovado pelo Conselho Deliberativo (Condel).
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com forte impacto social ao apoiar a agricultura familiar, prevê RS 10,5 bilhões em crédito no mesmo ano.
Já o Crediamigo, principal programa de microcrédito produtivo do país, estima mais de R$ 12 bilhões em contratações, sendo RS 4,7 bilhões somente com recursos do FNE.
O diretor de Planejamento do BNB ainda acrescenta que as oportunidades para acelerar o desenvolvimento do Nordeste precisam estar alinhadas aos desafios da região, como os gargalos na transmissão de energia, a necessidade de um modelo produtivo focado nas potencialidades locais (powershoring) e a transição ecológica justa.
Fortalecimento para MPEs
Luiz Abel de Andrade, diretor de negócios do BNB garante que a instituição tem adotado estratégias importantes para que o crédito chegue aonde ninguém chega.
Segundo ele, hoje o banco consegue dar crédito a empresas que estão sendo implantadas (algo que outros bancos não fazem), para capital de giro e compra de imóveis, de forma que elas possam se desenvolver com uma taxa de juros subsidiada.
“São recursos isentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)”, garante.
“Em 2024, realizamos cerca de 50 mil operações de crédito com micro e pequenas empresas, movimentando mais de R$ 6 bilhões na economia regional. Esses números refletem o compromisso do banco com o desenvolvimento local, especialmente por meio do apoio às micro e pequenas empresas, que continuam sendo o foco estratégico da nossa atuação neste ano.”Luiz Abel de Andrade, diretor de negócios do BNB
Andrade também elenca um desafio importante a ser cumprido: 62% dos recursos do FNE precisam ser aplicados junto ao público prioritário, no qual estão inseridas justamente as micro e pequenas empresas.
“Nunca faltará orçamento para apoiar esses empreendedores, pois acreditamos que investir neles é investir diretamente no crescimento sustentável da região”, pondera.
Ele também explica que, para facilitar esse acesso ao crédito, o BNB tem trabalhado constantemente na desburocratização dos processos, com a concessão de crédito mais ágil e acessível.
Como exemplo, Andrade cita o Cartão BNB, que permite a aquisição de máquinas e equipamentos com um processo de crédito simplificado, contribuindo para que essas empresas modernizem as operações e ampliem a capacidade produtiva com mais rapidez e eficiência.
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