Bola de Neve: polícia conclui inquérito sobre suposto desvio em igreja
Polícia Civil não encontrou indícios de desvio de dinheiro e fraudes pelo conselho deliberativo da Bola de Neve. MPSP promoveu arquivamento

A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito que investigava o conselho deliberativo da igreja Bola de Neve por suposto desvio de dinheiro e fraudes. As denúncias foram feitas pela pastora Denise Seixas, que brigava judicialmente pelo comando da instituição após a morte do marido, o apóstolo Rinaldo Pereira Seixas, o Rina. Ela chegou a voltar atrás, mas a polícia continuou apurando o caso.
No relatório final da investigação, de 5 de junho, a Polícia Civil apontou que não encontrou indícios de irregularidades ou prejuízos financeiros à igreja. Por isso, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) promoveu o arquivamento do inquérito na última quinta (12/6). O pedido ainda deve ser homologado pela Justiça.
Em parecer, os advogados da Bola de Neve celebraram o arquivamento da investigação, afirmando que “as condutas praticadas pela igreja sempre estiveram em conformidade com os preceitos legais do ordenamento jurídico pátrio”, como teria mostrado a apuração da Polícia Civil e do MPSP.
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Igreja Bola de Neve/Reprodução2 de 7
O pastor Rina era líder e fundador da Igreja Bola de NeveInstagram/Reprodução3 de 7
Em meio a uma ampla disputa judicial pelo comando da Bola de Neve, a pastora Denise Seixas se tornou presidente interina@deniseseixas/Instagram/Reprodução4 de 7
Denise Seixas e Rinaldo Luiz de Seixas Pereira foram casadosInstagram/Reprodução5 de 7
Ele morreu em 17 de novembro deste anoInstagram/Reprodução6 de 7
Após uma queda de moto, Rina teve um politraumatismoInstagram/Reprodução7 de 7
Ela também é cantora gospel @deniseseixas/Instagram/Reprodução
Entenda a disputa judicial
- Composta por mais de 500 templos e com cerca de R$ 250 milhões de arrecadação anual, a igreja Bola de Neve reúne milhares de pastores, líderes religiosos e fiéis.
- Após a morte do fundador, Rinaldo Seixas, em novembro do ano passado, vítima de um politraumatismo depois de um acidente de moto, a viúva de Rina e o conselho deliberativo foram protagonistas de ampla disputa pelo comando da igreja.
- A pastora e cantora gospel Denise Seixas acusou o colegiado de fraude e desvio de dinheiro.
- Denise reuniu indícios de atuação indevida por parte de membros do conselho deliberativo da Bola de Neve, que, segundo ela, “poderiam resultar em sérios prejuízos irreparáveis de ordem material e/ou moral, principalmente com relação à sua credibilidade pública”.
- Um documento com supostas provas foi enviado ao MPSP, que investigou o caso e promoveu o arquivamento na última quinta-feira.
- Em janeiro, a Justiça reconheceu Denise como presidente interina da igreja evangélica. No entanto, ela renunciou ao cargo em 13 de fevereiro, após fazer acordo com dirigentes da instituição religiosa e recuar das acusações de fraude.
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O que dizem os envolvidos
À época da denúncia, o conselho deliberativo da Bola de Neve disse que a gestão está “totalmente de acordo com a legislação e boas práticas de conformidade”. O colegiado também assegurou que a igreja segue à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades competentes.
“Há mais de uma década, as contas e os contratos da organização são auditados anualmente e aprovados sem restrições por empresa multinacional, cuja expertise e seriedade são reconhecidas pela qualidade e regularidade dos serviços prestados. Os contratos questionados, aliás, datam de um período em que a própria pastora Denise fazia parte da direção da igreja”, apontou, em nota.
Citado na denúncia, Everton César Ribeiro argumentou que Denise Seixas fazia acusações falsas. “Nossos contratos são regulares e auditados e foram firmados quando a pastora ainda ocupava a direção da igreja, o que permite concluir que ou ela age com má-fé ou omissão.”
Procurada anteriormente pelo Metrópoles, por meio de advogado, Denise Seixas afirmou apenas que “há uma comunicação judicial de indícios de irregularidade junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo, que tramita perante a 17ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo, em segredo de Justiça”.
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