Bolsa de Nova York suspende ações da Azul após recuperação judicial
A Azul não vai recorrer porque não considera que o cancelamento da listagem das ações afetará as operações ou os negócios da empresa

A Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) suspendeu a negociação das ações da Azul, uma das três principais companhias aéreas do Brasil, após a confirmação de que a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.
A Azul recorreu ao “Chapter 11” – mecanismo jurídico nos EUA que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras. O instrumento é semelhante ao da recuperação judicial no Brasil.
As ADRs (American Depositary Receipts ou recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York) da Azul registraram fortes perdas nos últimos dias, desde o anúncio da recuperação judicial.
O ADR é um certificado que representa ações de uma empresa. Ele é emitido no exterior e negociado em países diferentes daquele de origem da companhia.
A Bolsa de Nova York também vai pedir o cancelamento da listagem dos ADRs, de acordo com o procedimento padrão.
Até o momento, Azul não pretende recorrer da decisão da bolsa norte-americana. A companhia aérea não considera que o cancelamento da listagem das ações afetará as operações ou os negócios da empresa.
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B3 exclui ações da Azul
Na quarta-feira (28/5), a Bolsa de Valores do Brasil (B3) informou que excluirá as ações da Azul de todos os seus índices.
A B3 informou que a exclusão das ações da empresa está de acordo com o Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3 e segue os procedimentos previstos para os casos em que companhias listadas passam por situações excepcionais – entre as quais o pedido de proteção judicial contra credores no exterior.
De acordo com a Bolsa brasileira, o objetivo da medida é preservar a integridade e a representatividade dos índices, que servem como referência para investidores no país e no exterior.
Com isso, a participação da companhia aérea nos índices será redistribuída, de forma proporcional, entre os demais ativos que compõem as carteiras, fazendo os respectivos ajustes.
A medida da B3 impacta a composição de alguns índices do mercado brasileiro, como IGCX, IBXX, IGCT, IBRA, IVBX, ISEE, ITAG, SMLL, IBXL, IDVR, IBHB, IBBR, IBEP, IBEW, IBBE, IBBC, além do principal deles, o Ibovespa (IBOV).
Recuperação judicial da Azul
De acordo com comunicado da Azul, o processo iniciado nos EUA “permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira”.
“A Azul pretende usar esse instrumento legal, comprovado e amplamente conhecido, para eliminar aproximadamente US$ 2 bilhões em dívida total financiada, reduzir obrigações de arrendamento e otimizar sua frota, permitindo que a companhia saia do processo com mais flexibilidade e uma estrutura de negócios e de capital mais sustentável”, diz a companhia aérea.
Ainda segundo a Azul, o processo envolve US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, o equivalente a cerca de R$ 11,2 bilhões, além de US$ 950 milhões em possíveis novos aportes de capital no momento de saída da recuperação judicial.
A empresa afirma também, que durante esse período, continuará operando normalmente, mantendo “compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume”.
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