Braço lesionado e paletó rasgado: à PCDF, Glauber Braga detalha dia de fúria na Câmara
Sâmia Bomfim e Célia Xakirabá dizem ter sido retiradas do plenário por policiais homens, mesmo com a presença de agentes mulheres no local
Os deputados federais Glauber Braga (PSol-RJ), Sâmia Bomfim (PSol-SP) e Célia Xakirabá (PSol-MG) registraram boletim de ocorrência junto à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após as agressões sofridas pelo grupo na Câmara dos Deputados, na noite desta terça-feira (9/12).
Em depoimento ao qual a coluna Na Mira teve acesso, Glauber Braga contou que, enquanto ocupava a cadeira da Presidência da Câmara, policiais legislativos federais teriam dito a ele que seriam obrigados a retirá-lo do local supostamente por ordem do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo Braga, os agentes usaram de “força sem precedente” para retirá-lo do plenário.
O deputado alega ter sido agredido ao ponto de ter o braço direito lesionado e o paletó rasgado enquanto estava sendo expulso do plenário. Ele passou por exame de corpo de delito, cujo resultado deve sair posteriormente.
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Ainda no depoimento, Glauber registrou que, em agosto deste ano, dezenas de deputados da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocuparam a mesa diretora e não tiveram o mesmo tratamento. Também consta na oitiva a convicção do deputado quanto à suposta ordem de Hugo Motta para a realização da ação truculenta dos policiais legislativos.
Esposa de Braga, a deputada federal Sâmia Bomfim declarou em depoimento que foi retirada do plenário por policiais homens, mesmo com agentes do sexo feminino no local. A deputada federal Célia Xakirabá reiterou a informação e alegou ter ouvido os agentes conversando entre si e dizendo: “A ordem do presidente era para retirá-los imediatamente com o uso da força”.
Célia disse ainda que foi arrastada diversas vezes, teve os braços imobilizados por policiais e o cocar arrancado. Ela caiu e bateu as costas contra a mesa da presidência da Câmara e conta que torceu um dos pés. A deputada passou por tomografia no departamento médico da Casa antes de se dirigir à PCDF para registro da ocorrência.
Ainda na noite desta terça-feira, os parlamentares se dirigiram ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Departamento de Polícia Especializada da PCDF, para realizar exame de corpo de delito.
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Glauber Braga foi retirado do plenário por policiais legislativosDivulgação/Redes Sociais
Deputado alega truculênciaReprodução/Redes sociais
Antes, Glauber Braga ocupou a Mesa Diretora da CâmaraKEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
Para Glauber, ordem partiu de Hugo MottaKEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
O caso
Imagens de dentro do plenário mostram a Polícia Legislativa retirando Glauber Braga, que demonstra resistência. Ao seu redor, deputados protestam, enquanto outros filmam a situação.
Glauber ocupou a Mesa Diretora nesta terça em protesto contra a decisão de Motta de votar o processo de cassação do psolista. A situação ocorreu antes da sessão que iria votar o PL da Dosimetria, que reduz a pena de Bolsonaro e de outros condenados pela tentativa de golpe.
Glauber Braga é acusado de quebra de decoro parlamentar ao expulsar da Câmara com chutes o militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, em abril de 2024. Nesta terça, Motta pautou para a sessão plenária desta quarta-feira (10/12) a cassação do mandato do parlamentar.
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