'Brasil tem bênção e maldição ao mesmo tempo', diz professor sobre relação do país com a China

Em visita à China, presidente do Brasil se encontrou com Xi Jinping nesta terça-feira (13). Na China, Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Xi Jinping nesta terça-feira (13). O encontro aconteceu um dia após Estados Unidos e China anunciaram, em conjunto, uma trégua de 90 dias nas tarifas recíprocas entre os dois países depois de meses de uma escalada na disputa tarifária. Para o professor Marcus Vinicius de Freitas, para o Brasil, este é um "momento é bom, mas também complicado", nas suas palavras. Em entrevista ao podcast O Assunto, ele lembra algo que os chineses gostam de dizer: quando dois elefantes brigam, quem sofre é o solo — e o solo, no sentido deste embate entre Estados Unidos e China, é o mundo inteiro. "O Brasil tem uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. Porque a bênção é no sentido de que muitos dos produtos que os Estados Unidos exportam para a China, o Brasil pode ser um substituto." "E a maldição é que os EUA podem querer retribuir ou tornar a situação do Brasil mais difícil e mais complicada justamente por essa possibilidade de o Brasil ser um substituto à altura ou imediato dos Estados Unidos", complementa ele, que é professor visitante da Universidade de Relações Exteriores da China. Para Marcus Vinicius, a China pretende ter com o Brasil uma relação de longo prazo. Ele complementa afirmando que os dois países tem uma sinergia que outras nações não teriam. "Então o Brasil pode ser e deve ser um parceiro importante para a China. A gente não pode esquecer que o BRICS dá uma folhagem diferente para o Brasil como país emergente, uma vez que o Brasil jamais teria a mesma voz ativa que tem no BRICS dentro do G7, por exemplo, para o qual o Brasil nunca foi convidado." "Então a China olha para o Brasil numa expectativa de construir uma parceria de longo prazo." Ouça a íntegra do episodio aqui. O que você precisa saber: 90 DIAS: EUA e China chegam a um acordo sobre tarifaço, com redução das taxas SUÍÇA: Representantes dos dois países se encontraram na Europa VALDO CRUZ: Acordo entre China e EUA é boa notícia para o Brasil e para os mercados MERCADOS: Dólar e bolsa sobem no Brasil com anúncio de acordo ENTENDA: Acordo não derruba a 'taxa das blusinhas' de Trump Trégua entre EUA e China afasta risco de recessão? Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de boas-vindas, no Grande Palácio do Povo. Ricardo Stuckert/ Presidência da República

May 13, 2025 - 12:30
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'Brasil tem bênção e maldição ao mesmo tempo', diz professor sobre relação do país com a China

Em visita à China, presidente do Brasil se encontrou com Xi Jinping nesta terça-feira (13). Na China, Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Xi Jinping nesta terça-feira (13). O encontro aconteceu um dia após Estados Unidos e China anunciaram, em conjunto, uma trégua de 90 dias nas tarifas recíprocas entre os dois países depois de meses de uma escalada na disputa tarifária. Para o professor Marcus Vinicius de Freitas, para o Brasil, este é um "momento é bom, mas também complicado", nas suas palavras. Em entrevista ao podcast O Assunto, ele lembra algo que os chineses gostam de dizer: quando dois elefantes brigam, quem sofre é o solo — e o solo, no sentido deste embate entre Estados Unidos e China, é o mundo inteiro. "O Brasil tem uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. Porque a bênção é no sentido de que muitos dos produtos que os Estados Unidos exportam para a China, o Brasil pode ser um substituto." "E a maldição é que os EUA podem querer retribuir ou tornar a situação do Brasil mais difícil e mais complicada justamente por essa possibilidade de o Brasil ser um substituto à altura ou imediato dos Estados Unidos", complementa ele, que é professor visitante da Universidade de Relações Exteriores da China. Para Marcus Vinicius, a China pretende ter com o Brasil uma relação de longo prazo. Ele complementa afirmando que os dois países tem uma sinergia que outras nações não teriam. "Então o Brasil pode ser e deve ser um parceiro importante para a China. A gente não pode esquecer que o BRICS dá uma folhagem diferente para o Brasil como país emergente, uma vez que o Brasil jamais teria a mesma voz ativa que tem no BRICS dentro do G7, por exemplo, para o qual o Brasil nunca foi convidado." "Então a China olha para o Brasil numa expectativa de construir uma parceria de longo prazo." Ouça a íntegra do episodio aqui. O que você precisa saber: 90 DIAS: EUA e China chegam a um acordo sobre tarifaço, com redução das taxas SUÍÇA: Representantes dos dois países se encontraram na Europa VALDO CRUZ: Acordo entre China e EUA é boa notícia para o Brasil e para os mercados MERCADOS: Dólar e bolsa sobem no Brasil com anúncio de acordo ENTENDA: Acordo não derruba a 'taxa das blusinhas' de Trump Trégua entre EUA e China afasta risco de recessão? Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de boas-vindas, no Grande Palácio do Povo. Ricardo Stuckert/ Presidência da República

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