Bruno Henrique pode pegar mais de 15 anos de prisão por fraude em jogo

Medida só ocorreria caso a Justiça decidisse, no final do processo, que o jogador deverá responder pelos crimes apontados pelo MP

Jun 11, 2025 - 22:00
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Bruno Henrique pode pegar mais de 15 anos de prisão por fraude em jogo

Com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra o atacante do Flamengo Bruno Henrique, o jogador pode ser condenado a mais de 15 anos de prisão, caso a Justiça acolha integralmente, no final do curso processual, o material apresentado pelos promotores.

Bruno Henrique foi denunciado pelos crimes de manipulação de resultado esportivo, estelionato consumado em coautoria e tentativa de estelionato em coautoria (duas vezes).

A pena máxima prevista para os crimes pode ultrapassar 15 anos de reclusão — a mínima de 4 anos. No entanto, como a Justiça ainda não analisou a denúncia apresentada pelo MP — ou seja, ainda não decidiu quais crimes ele poderá ou não responder, caso se torne réu —, não é possível afirmar com precisão a pena aplicável neste momento. A análise da denúncia deve ser feita nos próximos dias pela 7ª Vara Criminal de Brasília.

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Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmam que o atacante agiu com consciência e foi instigado pelo próprio irmão a cometer uma falta e receber um cartão amarelo no confronto entre Flamengo e Santos, em 2023, com o objetivo de beneficiar apostadores.

O MP relata que, após ser informado por Bruno Henrique de que levaria o cartão, Wander Nunes Pinto Júnior — irmão do jogador — comunicou a informação a familiares. Segundo a Polícia Federal (PF), o último contato do atacante foi uma ligação com o irmão às vésperas da partida. Um dos amigos de Wander disseminou a informação para um núcleo de apostadores, que então realizaram apostas específicas no cartão amarelo do atleta — o que, de fato, ocorreu.

“Assim, todos os acusados, cientes de que se tratava de um acontecimento já ajustado e encaminhado, efetivaram apostas ‘prevendo’ o mencionado cenário. No dia aprazado, então, 01/11/2023, durante a partida entre Flamengo e Santos, Bruno Henrique realmente cumpriu com a palavra dada a Wander e forçou um cartão amarelo já nos minutos finais da partida, sendo punido, logo depois, com o cartão vermelho, por ter xingado o árbitro”, explicaram os promotores na denúncia.

Um ponto que chama a atenção dos investigadores é o fato de que as contas que realizaram as apostas no atacante eram recém-criadas. Conforme revelado pelo Metrópoles e citado na denúncia do MP, mais de 95% das apostas feitas foram direcionadas especificamente ao recebimento de cartão amarelo por Bruno Henrique.

“Para ser mais específico, no caso da Betano, 98% do volume de apostas para o mercado de cartões foi direcionado para que Bruno Henrique os recebesse — percentual próximo aos 95% identificado pela GaleraBet e compatível com a constatação apresentada pela KTO, de que houve um claro direcionamento para o evento em questão”, destacam os promotores.

“Assim, ao analisar o grupo de apostadores que registraram as apostas suspeitas, verificou-se que ou eram usuários titulares de contas recém-criadas nas plataformas — o que revela o objetivo específico de apostar naquele mercado de cartões e na punição de Bruno Henrique — ou eram clientes antigos que destoaram de seus padrões anteriores de apostas e elevaram consideravelmente os valores investidos naquele caso específico”, concluem. 10 imagensJogador do Flamengo foi indiciado por estelionato e fraude em competições esportivasMais 10 pessoas foram indiciadas, além do atacanteBruno Henrique foi indiciado pela Polícia FederalO título da Supercopa de 2025 coroou o atacante como o jogador com mais títulos na história do Rubro-NegroFlamengo vem de goleada sobre o JuventudeFechar modal.1 de 10

Atacante é suspeito de forçar um cartão amareloGilvan de Souza/CRF2 de 10

Jogador do Flamengo foi indiciado por estelionato e fraude em competições esportivasPaula Reis/CRF3 de 10

Mais 10 pessoas foram indiciadas, além do atacantePaula Reis/CRF4 de 10

Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia FederalGilvan de Souza/CRF5 de 10

O título da Supercopa de 2025 coroou o atacante como o jogador com mais títulos na história do Rubro-NegroGilvan de Souza/CRF6 de 10

Flamengo vem de goleada sobre o JuventudePaula Reis/CRF7 de 10

Bruno é suspeito de ter levado cartão amarelo de propósitoVinícius Schmidt/Metrópoles8 de 10

Bruno ajudou o Flamengo a conquistar a LibertadoresVinícius Schmidt/Metrópoles9 de 10

Segundo a PF, pessoas da sua família teriam se beneficiado Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela10 de 10

De acordo com o MPDFT, Bruno Henrique supostamente buscou, de forma deliberada, ser punido pelo árbitro com cartões durante partida entre o Flamengo e o SantosIgo Estrela/Metrópoles @igoestrela

Defesa

Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa do jogador contesta a denúncia.

Confira:

“A denúncia oferecida pelo MPDFT, além de inteiramente insubsistente, é manifestamente aproveitadora, dado o contexto em que oferecida, coincidentemente na mesma data em que divulgada a lista de jogadores inscritos para o Super Mundial de Clubes da FIFA, na qual consta o Sr. Bruno Henrique.

Embora a medida do órgão ministerial seja oportunista, a sua defesa esclarece que as indevidas acusações formuladas serão técnica e imediatamente refutadas no processo.”

Denunciado

Promotores do Gaeco consideraram que o jogador teria combinado a aplicação de um cartão amarelo para beneficiar apostadores.

A denúncia foi protocolada nesta quarta-feira (11/6) e acompanha o pedido de indiciamento feito pela Polícia Federal (PF), que apontou o envolvimento do atleta e de outras nove pessoas pelos crimes de estelionato e fraude em competição esportiva. O caso foi mostrado em primeira mão pelo Metrópoles.

“Nos termos em que será adiante detalhado, a presente denúncia tem por objeto a imputação de crimes de fraude a resultado ou evento associado à competição esportiva (art. 200 Lei nº 14.597/2023), bem como de crimes de estelionato praticados em desfavor de pessoas jurídicas que atuam como agentes operadores de quota fixa, nos termos da Lei nº 14.790/2023”, diz o MPDFT.

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