Câmara dos EUA aprova mega pacote de cortes de impostos de Trump
Medidas devem adicionar cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal americano na próxima década. Câmara dos Deputados dos EUA, em imagem de 20 de outubro de 2023 Jonathan Ernst/REUTERS A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou, na manhã desta quinta-feira (22), um enorme pacote de cortes de impostos proposto pelo presidente Donald Trump. Agora, as discussões seguem para o Senado. O projeto de lei tem mais de 1 mil páginas e é intitulado "One Big Beautiful Bill Act" ("Um projeto grande e bonito", na tradução), nomeado pelos republicanos em homenagem ao próprio Trump, que chegou a descrever a proposta dessa forma. Com o projeto, os republicanos buscam tornar permanentes os cortes de impostos de renda individual e sobre herança aprovados no primeiro mandato de Trump, em 2017, além de promulgar promessas que ele fez na campanha de 2024 de não tributar gorjetas, horas extras e juros de alguns empréstimos para automóveis. Para compensar parcialmente a perda de receita, a legislação propõe cancelar incentivos à energia verde aprovados pelo ex-presidente democrata Joe Biden e restringe a elegibilidade para programas de saúde e alimentação para os pobres. De acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso, as medidas devem adicionar cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal americano na próxima década. (leia mais abaixo) O projeto foi aprovado por uma pequena margem (215 votos a 214), com todos os democratas da Câmara e dois republicanos votando contra, após duas noites consecutivas de debates sobre as medidas. Agora, o pacote também precisa ser aprovado no Senado, controlado pelos republicanos, antes que Trump possa sancioná-lo. Governo dos EUA confirma que vai aceitar a oferta de avião luxuoso do Catar como presente a Trump Preocupação com a dívida O projeto de lei foi aprovado apesar das crescentes preocupações com a dívida dos EUA, que atingiu 124% do Produto Interno Bruto (PIB) e levou ao rebaixamento da classificação de crédito máxima dos EUA pela Moody's na semana passada. O governo dos EUA registrou déficits orçamentários em todos os anos deste século, já que tanto as administrações republicanas quanto democratas não conseguiram alinhar os gastos com as receitas. Os pagamentos de juros representaram 1 em cada 8 dólares gastos pelo governo dos EUA no ano passado, mais do que o valor gasto com as Forças Armadas, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso. Essa parcela deve aumentar para 1 em cada 6 dólares nos próximos 10 anos, à medida que o envelhecimento da população eleva os custos do governo com saúde e previdência, mesmo que o projeto de lei orçamentária de Trump não seja levado em consideração. Os investidores, incomodados com a situação fiscal dos EUA e as medidas tarifárias de Trump, estão vendendo cada vez mais o dólar e outros ativos americanos que constituem a base do sistema financeiro global. *Com informações das agências de notícias Reuters e Associated Press.


Medidas devem adicionar cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal americano na próxima década. Câmara dos Deputados dos EUA, em imagem de 20 de outubro de 2023 Jonathan Ernst/REUTERS A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou, na manhã desta quinta-feira (22), um enorme pacote de cortes de impostos proposto pelo presidente Donald Trump. Agora, as discussões seguem para o Senado. O projeto de lei tem mais de 1 mil páginas e é intitulado "One Big Beautiful Bill Act" ("Um projeto grande e bonito", na tradução), nomeado pelos republicanos em homenagem ao próprio Trump, que chegou a descrever a proposta dessa forma. Com o projeto, os republicanos buscam tornar permanentes os cortes de impostos de renda individual e sobre herança aprovados no primeiro mandato de Trump, em 2017, além de promulgar promessas que ele fez na campanha de 2024 de não tributar gorjetas, horas extras e juros de alguns empréstimos para automóveis. Para compensar parcialmente a perda de receita, a legislação propõe cancelar incentivos à energia verde aprovados pelo ex-presidente democrata Joe Biden e restringe a elegibilidade para programas de saúde e alimentação para os pobres. De acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso, as medidas devem adicionar cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal americano na próxima década. (leia mais abaixo) O projeto foi aprovado por uma pequena margem (215 votos a 214), com todos os democratas da Câmara e dois republicanos votando contra, após duas noites consecutivas de debates sobre as medidas. Agora, o pacote também precisa ser aprovado no Senado, controlado pelos republicanos, antes que Trump possa sancioná-lo. Governo dos EUA confirma que vai aceitar a oferta de avião luxuoso do Catar como presente a Trump Preocupação com a dívida O projeto de lei foi aprovado apesar das crescentes preocupações com a dívida dos EUA, que atingiu 124% do Produto Interno Bruto (PIB) e levou ao rebaixamento da classificação de crédito máxima dos EUA pela Moody's na semana passada. O governo dos EUA registrou déficits orçamentários em todos os anos deste século, já que tanto as administrações republicanas quanto democratas não conseguiram alinhar os gastos com as receitas. Os pagamentos de juros representaram 1 em cada 8 dólares gastos pelo governo dos EUA no ano passado, mais do que o valor gasto com as Forças Armadas, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso. Essa parcela deve aumentar para 1 em cada 6 dólares nos próximos 10 anos, à medida que o envelhecimento da população eleva os custos do governo com saúde e previdência, mesmo que o projeto de lei orçamentária de Trump não seja levado em consideração. Os investidores, incomodados com a situação fiscal dos EUA e as medidas tarifárias de Trump, estão vendendo cada vez mais o dólar e outros ativos americanos que constituem a base do sistema financeiro global. *Com informações das agências de notícias Reuters e Associated Press.
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