Candangão 2026: um pedido de socorro para um tradicional estádio
Na Vila Planalto, o Defelê agoniza com problemas a 60 dias do início da competição. Série do Metrópoles mostra situação dos estádios do DF
Estamos a menos de 60 dias do início do Candangão 2026. Dez equipes vão em busca do título a partir de 10 de janeiro de 2026. Mas como estão os estádios que receberão os jogos?
O Metrópoles começa uma série, a partir desta reportagem, que conta as mazelas dos palcos esportivos da capital federal. No primeiro episódio, mostramos como o estádio inaugurado com Brasília agoniza à espera de melhorias.
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Localizado na Vila Planalto, o estádio Ciro Machado do Espírito Santo, conhecido como Defelê, será o palco esportivo que, até o momento, mais receberá jogos do Candangão 2026, uma vez que Paranoá, Real Brasília e Sobradinho informaram à Federação de Futebol do Distrito Federal que querem jogar no local.
O torcedor que comparece ao estádio sofre com diversos problemas, entre eles, a falta de uma cobertura total nas arquibancadas. Do lado que pertence ao time mandante, o espaço é coberto, mas para quem torce para a equipe visitante a situação é mais complicada, pois não há cobertura nos assentos que proteja contra a chuva ou o sol frontal no período da tarde.
Outra reclamação frequente de quem acompanha os jogos é a rede de proteção existente nas laterais e atrás dos gols que, em mau estado, dificulta a visualização do evento, bem como o muro baixo, que não protege o local de invasões de torcedores.
Além disso, existe descumprimento da Lei nº 7.541/2024, que torna obrigatórias as ilhas de hidratação em praças esportivas. E, para quem quiser se alimentar ou comprar alguma bebida, é preciso sair do estádio, pois não há nenhum local fixo ou móvel que forneça alimentação. Até há um contêiner atrás das arquibancadas cobertas, mas está sem uso.
Arquibancadas do Defelê estão cobertas apenas para a equipe mandante
Os poucos banheiros para os torcedores se situam em um contêiner localizado atrás do espaço onde fica a torcida do clube mandante. O local que estaria à disposição dos torcedores do time visitante está interditado. Em cada um dos banheiros feitos de alvenaria há apenas dois boxes, o que é insuficiente para a capacidade das arquibancadas.
O Defelê segue sem receber torcedores devido à falta de laudos de estrutura e segurança. O estádio não tem sinalização direcionando os torcedores aos locais corretos. Assim, as arquibancadas podem ser palco de brigas campais caso torcidas rivais se encontrem.
Em todo o estádio, há caçambas com materiais de construção expostos, como tijolos, pedaços de concreto e barras de ferro, que podem ser utilizados pelos torcedores para agredir jogadores, dirigentes, árbitros, imprensa e todos os entes que participam de uma partida de futebol.
E os problemas não param por aí. O setor de imprensa funciona em uma estrutura de três contêineres sobrepostos, sem proteção de para-raios, em um misto de compensado de madeira deteriorada e aço, o que leva perigo iminente a quem utiliza o espaço, pois a estrutura pode desabar a qualquer momento. A estrutura, sem aterramento elétrico, provoca choques em quem encosta nas barras de aço, colocando em risco a integridade física dos profissionais.
Não há recuo para as câmeras, que podem ser danificadas pela chuva ou pelo sol forte, nem bancadas para a instalação de equipamentos. Para amenizar a situação, há mesas e cadeiras de plástico quebradas, que comumente somem do espaço. O banheiro montado para a imprensa não tem água corrente e há ferro retorcido em algumas partes dos contêineres e da cercania do gramado.
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Construções foram demolidas e deixam estádio inseguroLuis Nova / Especial Metrópoles
Cabines de rádio e televisão sem bancadas e com mesas e cadeiras quebradasLuis Nova / Especial Metrópoles
Ferro retorcido e madeira deteriorada levam perigo a quem passa pelas cabines de rádio e televisãoLuis Nova/Especial Metrópoles
Madeira deteriorada toma conta das cabines de rádio e televisãoLuis Nova/Especial Metrópoles
Banheiros da imprensa não têm condições para usoLuis Nova / Especial Metrópoles
Assentos deveriam levar conforto aos jogadores, mas estão rasgadosLuis Nova / Especial Metrópoles
Banco de reservas de um dos times no estádio DefelêLuis Nova / Especial Metrópoles
Portas dos vestiários e da sala da arbitragem estão amassadas e com fechaduras trincadasLuis Nova / Especial Metrópoles
Mato alto toma conta dos arredores do estádio Ciro MachadoLuis Nova / Especial Metrópoles
Faltam cuidados nas redes que estão colocadas nas goleiras, além de grama alta e terra na parte frontalLuis Nova / Especial Metrópoles
Torres de iluminação não têm lâmpadas nem para-raios
Não há espaço reservado para as diretorias dos clubes visitantes. Os dirigentes acabam se apertando, ao lado dos membros do time mandante, em um corredor que fica no primeiro andar dos contêineres, dividindo espaço com profissionais de imprensa esportiva, dependendo da demanda da partida.
Além disso, os vestiários estão com as portas amassadas, fechaduras trincadas e, ao redor do campo, além da estrutura que restou da demolição dos comércios próximos, existe mato alto e lixo sem coleta. Essa área, em específico, atrás do setor de imprensa, está completamente aberta, deixando vulnerável a situação de abandono do palco esportivo.
Nos espaços destinados aos postes de energia elétrica, não há lâmpadas instaladas, o que obriga os jogos a serem realizados às 15h, sob calor escaldante, considerando que as partidas do Candangão são realizados no verão.
Torres de iluminação sem lâmpadas nem para-raios
Em relação ao gramado, há imperfeições nas áreas próximo às goleiras, com muita terra e mato sem poda dentro dos gols. Em alguns pontos, há excesso de terra e a bola quica, o que pode prejudicar o andamento da partida. No entanto, o problema maior diz respeito à drenagem. Em dias de chuva mais forte, a drenagem não tem suportado a quantidade de água.
Já nos bancos de reserva assentos de ônibus foram improvisados para dar “conforto” aos atletas, mas muitos bancos já estão com os estofados rasgados e deteriorados.
Fica claro o descaso da Federação de Futebol do Distrito Federal que, ciente dos problemas há anos, não toma qualquer providência.
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