CEO da BRF minimiza caso de gripe aviária no RS: “Não é situação nova”
"Não é uma situação nova no setor avícola. Tivemos no ano passado a Doença de Newcastle no Rio Grande do Sul", diz Miguel Gularte, da BRF

O primeiro caso de gripe aviária H5N1 detectado no sistema de avicultura comercial do Brasil não deve causar grande impacto sobre os negócios da BRF. Ao menos é o que afirmou o CEO da companhia, Miguel Gularte, durante teleconferência com analistas do mercado, nesta sexta-feira (16/5).
O registro ocorreu na quinta-feira (15/5), na cidade de Montenegro (região metropolitana de Porto Alegre), e foi divulgado na manhã desta sexta.
O governo federal alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos e que o risco de infecções em humanos pelo vírus é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), decretou estado de emergência zoossanitária por 60 dias. A medida é válida para o município de Montenegro e foi publicada no Diário Oficial da União.
“Não é uma situação nova no setor avícola. Tivemos no ano passado a Doença de Newcastle (DNC) no Rio Grande do Sul”, disse Gularte. “Temos planos de contingência e, como funcionou na Newcastle, estou seguro de que vai funcionar agora nesse caso isolado [de gripe aviária]”, completou o executivo.
Ainda de acordo com o CEO da BRF, a empresa “tem condições de trafegar em um momento como este de maneira bastante isenta”.
“Não temos nenhuma dúvida de que a sanidade brasileira é muito robusta e deve permitir que esse episódio seja superado em um espaço de tempo muito curto”, afirmou Gularte.
Fusão com a Marfrig
A notícia do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial brasileira foi divulgada horas depois do anúncio da fusão entre e a BRF e a Marfrig, dando origem a uma nova empresa, a MBRF Global Foods Company.
A nova companhia será detentora de todas as marcas. A Marfrig propôs a incorporação da totalidade das ações de emissão da BRF, segundo um comunicado divulgado ao mercado.
Juntas, Marfrig e BRF somaram uma receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses.
A operação prevê que os acionistas da BRF e da Marfrig devem ser beneficiados com um pagamento significativo de proventos. A BRF vai distribuir até R$ 3,52 bilhões, e a Marfrig, R$ 2,5 bilhões.
As sinergias comerciais e logísticas do grupo somam R$ 805 milhões, dos quais algo entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões previstos para os primeiros 12 meses, e o restante, no médio e longo prazo.
Segundo o CEO da BRF, o caso de gripe aviária não afetará o processo de fusão entre as duas gigantes do setor.
What's Your Reaction?






