Conflito Israel x Irã entra pelo 6º dia com ataques incessantes
Em um comunicado, o Exército israelense afirmou que “mais de 50 aviões” atacaram durante a noite uma instalação de produção de centrífugas

Israel atacou o Irã pelo sexta dia consecutivo nesta quarta-feira (18/6), poucas horas após a ameaça do presidente americano, Donald Trump, por uma “capitulação incondicional” de Teerã. Na madrugada dessa terça-feira (17/6) para esta quarta, o líder iraniano Ali Khamenei prometeu, no X, uma “resposta firme ao regime terrorista sionista”, que será “sem piedade”.
Em um comunicado, o Exército israelense afirmou que “mais de 50 aviões” atacaram durante a noite “uma instalação de produção de centrífugas em Teerã”, além de “vários locais de fabricação de armas, incluindo instalações de produção de matérias-primas e componentes usados na montagem de mísseis terra-terra”.
A agência de notícias iraniana Mehr publicou no X um vídeo mostrando várias explosões no céu da capital. O Irã também anunciou na noite dessa terça ataques “para punir” Israel e pediu a evacuação dos moradores das cidades de Haifa e Tel Aviv.
No início da madrugada desta quarta, as forças israelenses ativaram temporariamente um alerta aéreo após a detecção de projéteis iranianos. Cerca de 10 mísseis balísticos foram lançados do Irã, mas a maioria foi interceptada.
O Exército israelense também anunciou ter interceptado dois drones na região do Mar Morto, na manhã desta quarta. Os Guardiões da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, afirmaram ter lançado mísseis balísticos hipersônicos de médio alcance Fattah-1, segundo a televisão estatal.
Nessa terça, o presidente americano Donald Trump afirmou que seu país poderia facilmente matar o líder supremo iraniano, em meio a especulações sobre uma possível participação direta dos EUA no conflito, iniciado na sexta-feira por Israel com o objetivo declarado de impedir o Irã de obter armas nucleares.
Trump reúne conselho de segurança
Trump, que havia retomado em abril as negociações com Teerã sobre seu programa nuclear, reuniu nessa terça seu conselho de segurança.
Os Estados Unidos, aliados de Israel, “sabem exatamente onde está escondido o chamado ‘guia supremo’” iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, mas não pretendem “eliminá-lo (matá-lo), pelo menos por enquanto”, escreveu o presidente americano em sua rede Truth Social, alegando controle total do espaço aéreo iraniano.
“Capitulação incondicional”, também declarou, em uma de suas mensagens telegráficas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que matar o aiatolá Khamenei colocaria “fim ao conflito” e pediu aos iranianos que se rebelassem. O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou que uma “mudança de regime” no Irã significaria o “caos”.
Após o início do ataque israelense, os EUA anunciaram o reforço de seu “dispositivo defensivo” no Oriente Médio, enviando o porta-aviões Nimitz para a região.
Nessa terça, o governo americano também anunciou o fechamento de sua embaixada em Jerusalém até sexta-feira por motivos de segurança. Os Estados Unidos também anunciaram a criação de uma “força-tarefa” para ajudar cidadãos americanos no Oriente Médio.
Bomba antibunker
Caso Donald Trump decida envolver seu país no conflito, os EUA poderiam utilizar a bomba antibunker GBU-57 — a única capaz de destruir instalações nucleares iranianas profundamente enterradas.
Israel e os países ocidentais acusam o Irã de tentar obter a bomba atômica. Teerã nega e defende seu direito a desenvolver um programa nuclear civil.
Desde sexta-feira, a aviação israelense atacou centenas de locais militares e nucleares e matou os principais comandantes militares iranianos e cientistas nucleares. Na terça-feira, o Exército anunciou ter matado Ali Shadmani, outro importante comandante militar iraniano, em Teerã.
Os bombardeios iranianos e israelenses mataram civis em áreas urbanas nos dois países. Os ataques deixaram até agora, no total, 224 vítimas no Irã, segundo o último balanço oficial de domingo, e 24 em Israel, de acordo com o governo.
Nessa terça, longas filas se formaram em frente a padarias e postos de gasolina na capital iraniana, onde as mercearias permanecem abertas, mas o Grande Bazar, o principal mercado da cidade, está fechado.
Um ciberataque paralisou na terça-feira o banco Sepah, um dos principais do Irã, segundo a agência de notícias Fars. A imprensa iraniana também relatou uma interrupção generalizada da internet, sem especificar a origem.
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