Conheça o Estreito de Ormuz, crucial para o petróleo global e sob risco de fechamento pelo Irã
Protegido pelos EUA, o estreito é a principal rota marítima para navios petroleiros no mundo — e responsável por cerca de 20% do transporte global da commodity. O bloqueio da passagem é uma retaliação cogitada pelo Irã em caso de ataque dos EUA no conflito com Israel. Navio passa pelo estreito de Ormuz REUTERS/Hamad I Mohammed/File Photo Diante de um possível ataque direto dos Estados Unidos contra o Irã, o governo iraniano ameaça fechar o Estreito de Ormuz, uma "artéria" da indústria petrolífera por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo do mundo. O bloqueio da via marítima, localizada entre o Omã e o Irã, seria uma das possíveis formas de retaliação do governo iraniano caso os EUA entrem de fato na guerra — a mídia americana indica que já há plano para ataque. O presidente Donald Trump afirmou que irá decidir nas próximas duas semanas sobre o envolvimento direto do país no conflito. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp AO VIVO: Acompanhe as últimas atualizações do conflito Os EUA são os responsáveis por proteger a navegação comercial no Estreito de Ormuz. A região é monitorada pela 5ª Frota da Marinha americana, com base no Bahrein. As ameaças de grupos políticos iranianos de bloquear o Estreito de Ormuz preocupam o mundo todo, já que isso poderia provocar a disparada no preço do barril de petróleo. Com o confronto entre Israel e Irã, navios petroleiros foram orientados por agências marítimas a redobrar a cautela na região. O preço do petróleo já registra forte alta desde a última sexta-feira (13), quando começaram as ofensivas. Só no primeiro dia de conflito, o salto foi de 8%. Veja o acumulado: ▶️ O barril tipo Brent (referência global) subiu de US$ 69,36 na última quinta-feira (12) para US$ 78,74 nesta quinta (19), avanço de 13,5%. ▶️ O petróleo WTI (referência nos EUA) saltou de US$ 66,64 para US$ 73,88 no mesmo período, alta de 10,9%. Petróleo chega a subir mais de 14% mas cotação perde força ao longo do pregão A disparada já no primeiro dia de conflito representou um dos maiores movimentos intradiários (que acontecem no mesmo dia) para ambos os contratos desde 2022, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou um salto nos preços da energia. Analistas do JPMorgan afirmaram que, no pior cenário, o fechamento do estreito ou uma retaliação por parte dos principais produtores de petróleo da região poderia elevar os preços para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril. Ao longo dos últimos anos, o Irã já ameaçou bloquear o estreito em diversas ocasiões, mas nunca cumpriu a promessa. Uma das vezes foi em 2019, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou-se do acordo nuclear firmado com o país — o republicano, inclusive, busca atualmente um novo acordo com os iranianos. Veja abaixo outros detalhes sobre o estreito. Estreito de Ormuz Arte/g1 'Artéria' do trânsito mundial de petróleo O Estreito de Ormuz fica entre Omã e Irã, conectando o Golfo Pérsico (ao norte) com o Golfo de Omã (ao sul), e "deságua" no Mar da Arábia. Na sua parte mais estreita, o estreito tem 33 km de largura, com canais de navegação de apenas 3 km em cada direção. Cerca de um quinto de todo o consumo mundial de petróleo passa pelo estreito. Entre o início de 2022 e maio deste ano, aproximadamente 17,8 a 20,8 milhões de barris por dia de petróleo bruto, condensado ou combustível fluíram diariamente pelo local, segundo dados da plataforma de monitoramento marítimo Vortexa. Membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque exportam a maior parte do seu petróleo através do estreito, principalmente para a Ásia. Os Emirados Árabes e a Arábia Saudita buscam rotas alternativas para não depender do estreito. O Catar, um dos maiores exportadores mundiais de gás natural liquefeito, envia quase toda sua produção através do estreito. Segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA, havia cerca de 2,6 milhões de barris por dia de capacidade ociosa nos oleodutos existentes desses países, que poderiam ser usados para contornar Ormuz (dados de junho do ano passado).


Protegido pelos EUA, o estreito é a principal rota marítima para navios petroleiros no mundo — e responsável por cerca de 20% do transporte global da commodity. O bloqueio da passagem é uma retaliação cogitada pelo Irã em caso de ataque dos EUA no conflito com Israel. Navio passa pelo estreito de Ormuz REUTERS/Hamad I Mohammed/File Photo Diante de um possível ataque direto dos Estados Unidos contra o Irã, o governo iraniano ameaça fechar o Estreito de Ormuz, uma "artéria" da indústria petrolífera por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo do mundo. O bloqueio da via marítima, localizada entre o Omã e o Irã, seria uma das possíveis formas de retaliação do governo iraniano caso os EUA entrem de fato na guerra — a mídia americana indica que já há plano para ataque. O presidente Donald Trump afirmou que irá decidir nas próximas duas semanas sobre o envolvimento direto do país no conflito. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp AO VIVO: Acompanhe as últimas atualizações do conflito Os EUA são os responsáveis por proteger a navegação comercial no Estreito de Ormuz. A região é monitorada pela 5ª Frota da Marinha americana, com base no Bahrein. As ameaças de grupos políticos iranianos de bloquear o Estreito de Ormuz preocupam o mundo todo, já que isso poderia provocar a disparada no preço do barril de petróleo. Com o confronto entre Israel e Irã, navios petroleiros foram orientados por agências marítimas a redobrar a cautela na região. O preço do petróleo já registra forte alta desde a última sexta-feira (13), quando começaram as ofensivas. Só no primeiro dia de conflito, o salto foi de 8%. Veja o acumulado: ▶️ O barril tipo Brent (referência global) subiu de US$ 69,36 na última quinta-feira (12) para US$ 78,74 nesta quinta (19), avanço de 13,5%. ▶️ O petróleo WTI (referência nos EUA) saltou de US$ 66,64 para US$ 73,88 no mesmo período, alta de 10,9%. Petróleo chega a subir mais de 14% mas cotação perde força ao longo do pregão A disparada já no primeiro dia de conflito representou um dos maiores movimentos intradiários (que acontecem no mesmo dia) para ambos os contratos desde 2022, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou um salto nos preços da energia. Analistas do JPMorgan afirmaram que, no pior cenário, o fechamento do estreito ou uma retaliação por parte dos principais produtores de petróleo da região poderia elevar os preços para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril. Ao longo dos últimos anos, o Irã já ameaçou bloquear o estreito em diversas ocasiões, mas nunca cumpriu a promessa. Uma das vezes foi em 2019, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou-se do acordo nuclear firmado com o país — o republicano, inclusive, busca atualmente um novo acordo com os iranianos. Veja abaixo outros detalhes sobre o estreito. Estreito de Ormuz Arte/g1 'Artéria' do trânsito mundial de petróleo O Estreito de Ormuz fica entre Omã e Irã, conectando o Golfo Pérsico (ao norte) com o Golfo de Omã (ao sul), e "deságua" no Mar da Arábia. Na sua parte mais estreita, o estreito tem 33 km de largura, com canais de navegação de apenas 3 km em cada direção. Cerca de um quinto de todo o consumo mundial de petróleo passa pelo estreito. Entre o início de 2022 e maio deste ano, aproximadamente 17,8 a 20,8 milhões de barris por dia de petróleo bruto, condensado ou combustível fluíram diariamente pelo local, segundo dados da plataforma de monitoramento marítimo Vortexa. Membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque exportam a maior parte do seu petróleo através do estreito, principalmente para a Ásia. Os Emirados Árabes e a Arábia Saudita buscam rotas alternativas para não depender do estreito. O Catar, um dos maiores exportadores mundiais de gás natural liquefeito, envia quase toda sua produção através do estreito. Segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA, havia cerca de 2,6 milhões de barris por dia de capacidade ociosa nos oleodutos existentes desses países, que poderiam ser usados para contornar Ormuz (dados de junho do ano passado).
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