Conselho de Ética da Câmara instaura processo contra Eduardo Bolsonaro

O Conselho de Ética da Câmara abriu nesta terça-feira (23) um processo que pode levar à cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por condutas incompatíveis com o mandato parlamentar.   O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de uma queixa que o acusa de trabalhar em defesa de sanções dos Estados Unidos para “desestabilizar […]

Sep 23, 2025 - 16:30
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Conselho de Ética da Câmara instaura processo contra Eduardo Bolsonaro

O Conselho de Ética da Câmara abriu nesta terça-feira (23) um processo que pode levar à cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por condutas incompatíveis com o mandato parlamentar.

 

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de uma queixa que o acusa de trabalhar em defesa de sanções dos Estados Unidos para “desestabilizar instituições republicanas” do Brasil.

 

Eleito por São Paulo, o deputado mora nos EUA desde o início deste ano. Ele tem se reunido com lideranças americanas e é apontado como um dos incentivadores das sanções econômicas do governo norte-americano contra autoridades e produtos brasileiros.

 

O processo, instaurado a pedido do PT, avaliará se há elementos para que Eduardo tenha o mandato cassado por quebra de decoro.

A abertura é a primeira fase do procedimento no Conselho de Ética. O presidente do órgão, Fabio Schiochet (União-SC), escolherá um deputado para relatar o caso até esta sexta-feira (26).

 

Os potenciais relatores, sorteados nesta terça, são: Duda Salabert (PDT-MG); Paulo Lemos (PSOL-AP); e Delegado Marcelo Freitas (União-MG).

Após a definição do nome, uma série de prazos começa a contar.

 

As regras internas da Câmara estabelecem que um procedimento deste tipo pode durar até 90 dias úteis. Membros do Conselho de Ética avaliam, porém, que a análise deve ocorrer em menos tempo.

 

Fabio Schiochet afirmou, depois de ser questionado pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que a abertura do procedimento cumpre o “papel” do Conselho de Ética.

 

“O papel do Conselho de Ética é receber toda e qualquer denúncia. Nós também não podemos prevaricar. De maneira nenhuma nós poderíamos deixar de fazer o nosso papel aqui em abrir o processo, senão todos nós aqui estaríamos prevaricando”, disse o parlamentar.

Mandato em jogo

A formalização do processo no Conselho de Ética é mais um elemento de pressão contra o mandato de Eduardo. Desde agosto, ele tem contabilizado faltas injustificadas e corre o risco de ser cassado por excesso de ausências.

Em uma manobra, aliados da família Bolsonaro tentaram recorrer a um entendimento da direção da Câmara, que abona faltas para parlamentares em cargos de liderança, e indicaram Eduardo para exercer a liderança da minoria.

 

A tática foi frustrada nesta terça por uma decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que rejeitou a indicação. Com isso, Motta abriu caminho para que as faltas de Eduardo Bolsonaro continuem sendo contabilizadas.

Na prática, o mandato de Eduardo Bolsonaro estará em jogos em duas frentes:

 

uma cassação por condutas contra o decoro parlamentar;

e uma cassação por excesso de faltas.

Enquanto o Conselho de Ética discute a primeira hipótese, a segunda ficará em segundo plano e deve ser discutida apenas em 2026 (entenda mais nesta reportagem).

 

Denúncia no STF

As complicações de Eduardo não terminam na Câmara dos Deputados. O parlamentar é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) em um inquérito que trata de sua suposta atuação para influenciar os rumos de processos contra o pai.

 

Eduardo foi indicado pela Polícia Federal e, na tarde de segunda (22), denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de coação no curso do processo.

O Ministério Público Federal avalia que o deputado atuou para pressionar autoridades brasileiras e influenciar ações contra Jair Bolsonaro por meio das sanções econômicas do governo Donald Trump ao Brasil.

 

Ao apresentar a denúncia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu que a Câmara fosse notificada para “fins de avaliação disciplinar”. Gonet afirmou, ainda, que as denúncias apontam “atos de graves alcance institucional”.

 

Nesta terça, o relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes, deu 15 dias para que Eduardo Bolsonaro apresente a sua defesa.

 

O deputado federal rejeita as acusações e diz que está sob jurisdição americana, o que lhe garantiria questionar as decisões judiciais.

 

O PT, responsável pelo processo aberto no Conselho de Ética, afirma que a conduta de Eduardo nos EUA vai contra o decoro parlamentar e demonstra uma “clara intenção de desestabilizar as instituições republicanas” do Brasil.

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