Dólar oscila com Haddad na Câmara, inflação nos EUA e acordo com China
No dia anterior, o dólar fechou em leve alta de 0,14%, cotado a R$ 5,57, praticamente estável. Ibovespa subiu 0,54%, aos 136,4 mil pontos

O dólar operava sob volatilidade nesta quarta-feira (11/6), em um dia movimentado no cenário econômico tanto no Brasil quanto no exterior.
No cenário doméstico, os investidores repercutem a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em uma audiência na Câmara dos Deputados.
O chefe da equipe econômica deve tratar do pacote de medidas fiscais para compensar o recuo em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), assunto que foi tratado na véspera com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No exterior, as atenções seguem voltadas às negociações entre Estados Unidos e China em torno de um acordo comercial. O mercado também acompanha a divulgação dos dados da inflação ao consumidor nos EUA.
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Dólar
- Às 9h15, a moeda norte-americana recuava 0,03% e era negociada a R$ 5,569, alternando altas e baixas.
- No dia anterior, o dólar fechou em leve alta de 0,14%, cotado a R$ 5,57, praticamente estável.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 2,59% no mês e de 9,87% no ano frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- Na véspera, o indicador subiu 0,54%, aos 136,4 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula queda de 0,43% em junho e alta de 13,43% em 2025.
EUA e China perto de acordo
Representantes dos governos de EUA e China, as duas maiores economias do mundo, que vêm travando uma intensa guerra comercial desde o início do ano, anunciaram que chegaram a um princípio de acordo que pode sacramentar uma “trégua” na disputa comercial.
Os detalhes do acordo preliminar esboçado entre os dois países não foram divulgados, mas negociadores norte-americanos e chineses se disseram otimistas em relação a um desfecho positivo nas próximas horas. Os termos do acordo serão apresentados aos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
“Chegamos a um marco para implementar o consenso de Genebra. Assim que os presidentes aprovarem, buscaremos implementá-lo”, limitou-se a dizer o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, a repórteres, em Londres.
O representante comercial do governo norte-americano, Jamieson Greer, afirmou aos jornalistas que não há novas reuniões marcadas, mas disse que ambos os países se comunicam “com frequência” e podem conversar “sempre que se fizer necessário”.
“Esperamos que o tema das terras-raras e ímãs, no que se refere aos Estados Unidos da América, seja resolvido dentro da implementação desse marco,” afirmou Howard Lutnick.
“Além disso, houve várias medidas que os EUA adotaram quando essas terras-raras deixaram de ser enviadas. Vocês devem esperar que essas medidas sejam retiradas, como o presidente Trump disse, de forma equilibrada. Quando eles aprovarem as licenças, vocês devem esperar que a nossa implementação de restrições às exportações também seja reduzida”, prosseguiu o secretário de Comércio dos EUA.
Desde o início da semana, altos funcionários de Washington e Pequim estão reunidos em Londres para uma nova rodada das negociações em torno de um possível acordo que aliviasse o “tarifaço” comercial imposto de parte a parte.
Inflação nos EUA
O principal indicador econômico acompanhado pelo mercado nesta quarta-feira é o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação oficial nos EUA, divulgado pelo Departamento do Trabalho do governo norte-americano.
Em abril, a inflação no país ficou em 2,3%, na base anual, uma leve queda em relação aos 2,4% registrados em março.
Na comparação mensal, o índice foi de 0,2%, após uma queda de 0,1% em março (o primeiro recuo da inflação norte-americana desde maio de 2020).
Os resultados da inflação nos EUA em abril vieram dentro do esperado pelo mercado. A média das estimativas era de 2,4% (anual) e 0,3% (mensal).
Para maio, a média das estimativas do mercado aponta para uma leve aceleração, para 2,5% (na comparação anual).
A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. Embora não esteja nesse patamar, o índice vem se mantendo abaixo de 3% desde julho de 2024.
Haddad no Congresso
No cenário doméstico, os olhos dos investidores estão voltados a Brasília. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de uma audiência na Câmara dos Deputados e deve tratar do novo pacote de medidas fiscais.
Haddad esteve reunido, nessa terça-feira (10/6), com o presidente Lula para detalhar as medidas pactuadas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), além de líderes do Congresso, no último fim de semana.
No pacote de ações, estão previstos medida provisória, novo decreto sobre o IOF e debates a respeito da revisão fiscal e também de benefícios infraconstitucionais, ou seja, que não estão na Constituição.
A Medida Provisória (MP) que deve ser editada pelo governo trará mecanismos para compensar a perda de arrecadação que haveria com o aumento sobre o IOF. Um dos mecanismos é o aumento de 12% para 18% da alíquota sobre empresas de apostas de quota fixa, conhecidas como bets.
Outro ponto na MP será sobre os títulos isentos de IR, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que passarão a ter alíquota de 5% do IR.
O ministro disse que novo decreto será elaborado, com o objetivo de recalibrar as alíquotas sobre o imposto. Uma das partes que serão retiradas do decreto é a que diz respeito ao risco sacado.
Por fim, o ministro anunciou que o Congresso discutirá a revisão das isenções fiscais, atualmente orçadas em R$ 800 bilhões.
Uma das propostas em debate é a de que haja redução de 10% em gastos tributários. A Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das empresas, que hoje têm alíquotas de 9%, 15% e 20%, não terá mais a menor delas. Com isso, a cobrança mínima passará a ser de 15%.
Além disso, haverá discussão sobre a redução de gastos primários. Esse ponto, no entanto, será debatido pelos líderes com suas bancadas, para depois se chegar a um acordo de eventuais cortes que possam ser feitos.
A expectativa é a de que o governo encaminhe as primeiras medidas ao Congresso até o fim desta semana.
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