Empresário e campeão de pôquer tentou destruir provas na prisão
A coluna apurou que ao ser preso em agosto deste ano, Leandro Zavodini contatou uma funcionária para apagar conversas e apps de seu celular
A coluna apurou que o empresário e campeão brasileiro de pôquer Leandro Zavodini (foto em destaque), suspeito de coordenar um esquema estruturado de furto de energia, tentou destruir provas ao ser preso em flagrante em agosto deste ano.
Na decisão em que o desembargador Marcos Machado acatou parcialmente o habeas corpus solicitado pela defesa de Zavodini, é citado que, em agosto, policiais encontraram um iPhone na cela do empresário. O dispositivo, segundo ele mesmo, teria sido entregue pelo seu advogado.
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Após a quebra do sigilo telemático do aparelho, os investigadores descobriram que Zavodini possuía uma extensa rede de colaboradores que contribuíam para que ele seguisse se apropriando da energia elétrica distribuída pela concessionária do estado de forma desviada e clandestina, descortinando o que a autoridade policial classificou como “robusto esquema criminoso”.
Além disso, foi constatado que, de dentro da cadeia, ele tentou destruir provas. Em conversa com uma mulher, ele solicitou que ela apagasse as mensagens do celular apreendido. Pouco depois, ela confirmou ter removido o WhatsApp e tentou excluir registros remotos.
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Ele foi solto um dia após ser presoMaterial cedido ao Metrópoles
Durante a investigação, foi constatado que o crime foi cometido em continuidade delitiva, ou seja, se estendeu por um período prolongado e não em um único ato isoladoReprodução/Mundo Poker
Entre os alvos estão um engenheiro, um ex-funcionário da concessionária de energia e um empresário do agronegócioReprodução/Mundo Poker
Preso outra vez
O campeão de pôquer voltou à cela em 27 de novembro, quando foi cumprido um mandado de prisão preventiva em seu nome.
Contudo, não permaneceu 24 horas na cadeia. Isso porque foi liberado mediante pagamento de fiança.
Conforme apurado pela coluna, Zavodini desembolsou R$ 1 milhão em troca da liberdade.
Para autorizar o pagamento de fiança, foi levado em conta o fato de que Zavodini é primário, empresário, casado e pai de um filho menor de idade, além de ter endereço fixo.
Investigações
Durante a investigação, foi constatado que o crime de furto de energia foi cometido em continuidade delitiva, ou seja, se estendeu por um período prolongado e não em um único ato isolado. Desta forma, o faturamento que deveria retornar à concessionária e à população estava sendo desviado em benefício privado, alimentando o esquema criminoso.
Segundo a delegada responsável, Paula Moreira Barbosa, o dinheiro que deveria fortalecer o sistema energético, estava sendo drenado para financiar irregularidades, dentro dessas empresas.
“Não é um furto simples. Estamos diante de um crime altamente profissionalizado que gera impacto econômico milionário. Agora, com a materialização completa das provas, seguimos para aprofundar a investigação e identificar possíveis ramificações desse esquema”, destacou a delegada.
Ainda de acordo com a delegada, casos de furto de energia em grande escala vêm sendo investigados em diversos municípios mato-grossenses, a diferença, neste caso, é a sofisticação e o nível técnico da operação criminosa, que utilizava profissionais qualificados e conhecimento interno para sustentar o esquema.
“É um crime grave, que prejudica a concessionária, a população e gera perdas gigantescas. A Polícia Civil continuará firme no combate a esse tipo de fraude”, finalizou a delegada.
A operação
A ofensiva, conduzida pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Lucas do Rio Verde, é resultado de uma investigação técnica e minuciosa que já vinha sendo realizada há meses, atingindo diretamente a quadrilha.
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