Ensino superior: Inep mudará avaliação de cursos a partir de 2026
A partir do próximo ano haverá um fluxo trienal contínuo de avaliação. Após uma consulta pública, testes serão feitos no 2º semestre

Touros (RN) – Em 2026 entrará em vigor uma nova metodologia de avaliação dos cursos de dez áreas da formação de ensino superior no Brasil. Todo o processo vai passar a ser realizado em um fluxo trienal com três fases contínuas. Também haverá mudanças nos pontos avaliativos.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo processo no Brasil, trabalha no desenvolvimento dos detalhes da transformação. O novo formato, que ainda passará por testes no segundo semestre deste ano, deve ficar pronto até o fim deste ano e valer a partir de 2026.
Quais são as três fases do fluxo avaliativo
- Nesta nova modalidade de avaliação do ensino superior haverá um fluxo dividido em três fases. Elas serão fracionadas em três anos.
- No ano um, haverá a aplicação das provas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade)
- No ano dois, as instituições vão receber os resultados dos cursos e deverão entregar um relatório de autoavaliação.
- No ano três, as instituições de ensino superior recebem a visita de uma comissão do Inep para o cumprimento da última etapa, o que inclui avaliação da infraestrutura física.
As alterações são um dos temas abordados no XVII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), realizado dessa quarta-feira (28/5) até sexta-feira (30/5), na cidade de Touros (RN) a 85 KM de Natal. Atualmente o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) tem uma dinâmica diferente de realização, sem o caráter cíclico pré-definido.
Em 2026 a fase um do novo fluxo avaliativo será aplicada em quatro áreas de formação. Até o momento estão confirmadas saúde e educação. As outras duas ainda serão divulgadas pelo Inep. Para completar o total de dez, as outras seis áreas de cursos serão divididas nos anos 2027 e 2028.
O diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Teixeira, explica que as mudanças também vão alcançar os critérios e a forma de aplicação das avaliações.
Diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Teixeira
“Eles também vão ter uma prova diferente das edições anteriores do Enade, que é uma prova também ampliada, com mais itens dos conhecimentos específicos de cada área que nos permitam fazer essas estimativas de desempenhos esperados ou definição de padrões de desempenho”, destaca Teixeira.
O diretor do Inep acrescenta que, devido à diversidade do sistema educacional brasileiro, a mudança no sistema avaliativo está sendo conduzida respeitando as particularidades de cada curso de formação.
“A gente precisava entrar um pouco mais nas especificidades. E aí começamos essa proposta de pensar pela Classificação Internacional Normalizada da Educação Adaptada para Cursos de Graduação e Sequenciais de Formação Específica do Brasil (Cine Brasil), com objetos de avaliação específicos de cada uma das áreas”, detalha Teixeira.
O ensino superior a distância (EAD), que passa por mudanças na regulação, não terá a princípio uma metodologia específica de avaliação. No entanto, o Inep ainda cogita a possibilidade de realizar a verificação do funcionamentos dos polos por meio de amostragem.
Cronograma
No Brasil há cerca de 2 mil instituições de ensino superior que ofertam aproximadamente 46 mil cursos de formação. Devido às dimensões do sistema, um cronograma foi estabelecido para a preparação da mudança no fluxo avaliativo.
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Teixeira afirmou que está previsto que no próximo dia 17 as comissões que trabalham na nova proposta de avaliação apresentem o modelo e, a partir do dia 18 haja uma consulta pública com duração de 30 dias. Após as sugestões serem avaliadas e incorporadas, o período de agosto a novembro será reservado para testes.
O repórter viajou a Touros a convite da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), uma das instituições que compõem o Fórum Brasil, realizador do evento.
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