Enviado de Trump chega a Moscou para negociar paz na Ucrânia com Putin
Rússia reivindica captura de Pokrovsk e mostra soldados no centro da cidade ucraniana O enviado especial do governo dos Estados Unidos Steve Witkoff chegou nesta terça-feira (2) a Moscou para uma nova tentativa de destravar as negociações de paz na Ucrânia. Witkoff se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, de quem ouvirá se Moscou aceita ou não o plano de paz elaborado por Trump e reformulado a pedido da Ucrânia e de líderes europeus. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O plano original tinha 28 pontos que, segundo Kiev e a União Europeia, eram extremamente favoráveis às exigências de Moscou — como, por exemplo, a cessão de um quinto do território ucraniano à Rússia, a garantia de que a Ucrânia não entrará na Otan e o encolhimento do Exército de Kiev. As potências europeias apresentaram então sua contraproposta de paz e, em negociações em Genebra, os Estados Unidos e a Ucrânia afirmaram ter criado uma "estrutura de paz atualizada e refinada" para pôr fim à guerra. Putin, que ordenou o envio de tropas para a Ucrânia há quase quatro anos, afirmou que as discussões até o momento não se referem a um projeto de acordo, mas a um conjunto de propostas que, segundo ele, na semana passada, "poderiam servir de base para futuros acordos". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o encontro de Witkoff com Putin ocorreria na segunda metade da terça-feira, mas não quis comentar sobre as "linhas vermelhas" da Rússia, afirmando que a diplomacia de megafone não era útil. Um funcionário da Casa Branca disse que Witkoff estaria acompanhado por Kushner em sua viagem à Rússia. Um jato Bombardier Global 7500, usado anteriormente por Witkoff, entrou no espaço aéreo russo na terça-feira, e a agência de notícias russa Interfax informou posteriormente que a aeronave havia chegado a Moscou. O avião havia decolado de Miami. Putin afirmou estar pronto para negociar a paz, mas que, se a Ucrânia se recusar a um acordo, as forças russas avançarão ainda mais e tomarão mais território ucraniano. A invasão russa em fevereiro de 2022 envolveu dezenas de milhares de soldados. O conflito eclodiu no leste da Ucrânia em 2014, após a queda de um presidente pró-Rússia na Revolução Maidan e a anexação da Crimeia pela Rússia, com forças separatistas apoiadas pela Rússia lutando contra as forças armadas ucranianas. As forças russas controlam mais de 19% da Ucrânia, ou 115.600 quilômetros quadrados (45.000 milhas quadradas), um aumento de um ponto percentual em relação a dois anos atrás, e avançaram em 2025 no ritmo mais rápido desde 2022, de acordo com mapas pró-ucranianos, embora Kiev afirme que os ganhos vieram acompanhados de pesadas perdas russas. Em paralelo às negociações, a Rússia vem avançando na linha de frente da guerra. Na segunda-feira (1°), afirmou na segunda-feira (1) que capturou a cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, após cerca de um ano de batalhas na região. A informação foi divulgada por Dmitry Peskov, porta-voz de Moscou, a jornalistas russos. Segundo Peskov, o presidente Vladimir Putin foi informado da tomada da cidade próxima a Donetsk. O Ministério da Defesa russo publicou imagens que, segundo afirmou a pasta, mostram soldados russos hasteando a bandeira na praça do centro de Pokrovsk. (Veja na imagem acima) A Ucrânia não confirmou que Pokrovsk foi capturada, e soldados ucranianos presentes no local afirmaram à agência de notícias Reuters que ainda controlam o norte da cidade. O 7º Corpo de Reação Rápida de tropas de assalto afirmou à agência ter conduzido ações ofensivas no sul da cidade, onde as tropas russas dominam atualmente. "O chefe do Estado Maior, Valeri Guerásimov, informou a Vladimir Putin sobre a libertação das cidades de Krasnoarmeysk (nome russo de Pokrovsk) e Vovchansk”, informou o Kremlin no Telegram. Vestido com uniforme militar e, Putin apareceu em vídeo comemorando a conquista, que chamou de "importante" para o futuro do conflito, em fala aos principais oficiais do Exército. A reivindicação da Rússia aumenta a pressão sobre a Ucrânia em meio às negociações de um plano de cessar-fogo que vem sendo pressionado pelos Estados Unidos. O enviado especial do governo Trump, Steve Witkoff, deve se reunir nesta terça-feira (2) em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin. Entenda mais abaixo a importância de Pokrovsk para o conflito. Soldado russo segura bandeira da Rússia em praça em Pokrovsk, cidade-chave da Ucrânia, em vídeo publicado em 1º de dezembro de 2025. Ministério da Defesa russo via Reuters O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que esteve em Paris na segunda e visita a Irlanda nesta terça-feira, confirmou que os confrontos nos arredores de Pokrovsk e Kharkiv seguem intensos. O Exército Russo também informou ter invadido a cidade de Vovchansk, vizinha de Kharkiv e no Noroeste ucraniano, mas, segundo a agência de notícias "dpa", as alegações não puderam ser confirmadas. A batalha por Pokrovsk se estende há meses. Em setembro, centenas de soldados

Rússia reivindica captura de Pokrovsk e mostra soldados no centro da cidade ucraniana O enviado especial do governo dos Estados Unidos Steve Witkoff chegou nesta terça-feira (2) a Moscou para uma nova tentativa de destravar as negociações de paz na Ucrânia. Witkoff se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, de quem ouvirá se Moscou aceita ou não o plano de paz elaborado por Trump e reformulado a pedido da Ucrânia e de líderes europeus. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O plano original tinha 28 pontos que, segundo Kiev e a União Europeia, eram extremamente favoráveis às exigências de Moscou — como, por exemplo, a cessão de um quinto do território ucraniano à Rússia, a garantia de que a Ucrânia não entrará na Otan e o encolhimento do Exército de Kiev. As potências europeias apresentaram então sua contraproposta de paz e, em negociações em Genebra, os Estados Unidos e a Ucrânia afirmaram ter criado uma "estrutura de paz atualizada e refinada" para pôr fim à guerra. Putin, que ordenou o envio de tropas para a Ucrânia há quase quatro anos, afirmou que as discussões até o momento não se referem a um projeto de acordo, mas a um conjunto de propostas que, segundo ele, na semana passada, "poderiam servir de base para futuros acordos". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o encontro de Witkoff com Putin ocorreria na segunda metade da terça-feira, mas não quis comentar sobre as "linhas vermelhas" da Rússia, afirmando que a diplomacia de megafone não era útil. Um funcionário da Casa Branca disse que Witkoff estaria acompanhado por Kushner em sua viagem à Rússia. Um jato Bombardier Global 7500, usado anteriormente por Witkoff, entrou no espaço aéreo russo na terça-feira, e a agência de notícias russa Interfax informou posteriormente que a aeronave havia chegado a Moscou. O avião havia decolado de Miami. Putin afirmou estar pronto para negociar a paz, mas que, se a Ucrânia se recusar a um acordo, as forças russas avançarão ainda mais e tomarão mais território ucraniano. A invasão russa em fevereiro de 2022 envolveu dezenas de milhares de soldados. O conflito eclodiu no leste da Ucrânia em 2014, após a queda de um presidente pró-Rússia na Revolução Maidan e a anexação da Crimeia pela Rússia, com forças separatistas apoiadas pela Rússia lutando contra as forças armadas ucranianas. As forças russas controlam mais de 19% da Ucrânia, ou 115.600 quilômetros quadrados (45.000 milhas quadradas), um aumento de um ponto percentual em relação a dois anos atrás, e avançaram em 2025 no ritmo mais rápido desde 2022, de acordo com mapas pró-ucranianos, embora Kiev afirme que os ganhos vieram acompanhados de pesadas perdas russas. Em paralelo às negociações, a Rússia vem avançando na linha de frente da guerra. Na segunda-feira (1°), afirmou na segunda-feira (1) que capturou a cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, após cerca de um ano de batalhas na região. A informação foi divulgada por Dmitry Peskov, porta-voz de Moscou, a jornalistas russos. Segundo Peskov, o presidente Vladimir Putin foi informado da tomada da cidade próxima a Donetsk. O Ministério da Defesa russo publicou imagens que, segundo afirmou a pasta, mostram soldados russos hasteando a bandeira na praça do centro de Pokrovsk. (Veja na imagem acima) A Ucrânia não confirmou que Pokrovsk foi capturada, e soldados ucranianos presentes no local afirmaram à agência de notícias Reuters que ainda controlam o norte da cidade. O 7º Corpo de Reação Rápida de tropas de assalto afirmou à agência ter conduzido ações ofensivas no sul da cidade, onde as tropas russas dominam atualmente. "O chefe do Estado Maior, Valeri Guerásimov, informou a Vladimir Putin sobre a libertação das cidades de Krasnoarmeysk (nome russo de Pokrovsk) e Vovchansk”, informou o Kremlin no Telegram. Vestido com uniforme militar e, Putin apareceu em vídeo comemorando a conquista, que chamou de "importante" para o futuro do conflito, em fala aos principais oficiais do Exército. A reivindicação da Rússia aumenta a pressão sobre a Ucrânia em meio às negociações de um plano de cessar-fogo que vem sendo pressionado pelos Estados Unidos. O enviado especial do governo Trump, Steve Witkoff, deve se reunir nesta terça-feira (2) em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin. Entenda mais abaixo a importância de Pokrovsk para o conflito. Soldado russo segura bandeira da Rússia em praça em Pokrovsk, cidade-chave da Ucrânia, em vídeo publicado em 1º de dezembro de 2025. Ministério da Defesa russo via Reuters O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que esteve em Paris na segunda e visita a Irlanda nesta terça-feira, confirmou que os confrontos nos arredores de Pokrovsk e Kharkiv seguem intensos. O Exército Russo também informou ter invadido a cidade de Vovchansk, vizinha de Kharkiv e no Noroeste ucraniano, mas, segundo a agência de notícias "dpa", as alegações não puderam ser confirmadas. A batalha por Pokrovsk se estende há meses. Em setembro, centenas de soldados russos conseguiram se infiltrar na região. Por que Pokrovsk é importante? Batalhas no entorno de Pokrovsk já duram cerca de um ano. Anatolii Stepanov/REUTERS via DW Pokrovsk, que fica próximo a Donetsk, tem uma localização estratégica por estar no cruzamento de várias rodovias e ferrovias que levam às últimas posições das tropas ucranianas no Leste. A captura da cidade inviabilizaria o abastecimento das tropas ucranianas em outros pontos do front oriental e também abriria para a Rússia a possibilidade de um avanço para o oeste, onde as defesas ucranianas estão mais dispersas, e para o norte, onde estão as cidades de Kramatorsk e Sloviansk. Se isso ocorrer, o exército ucraniano correria risco de ser cercado pelas tropas russas. Caso a Ucrânia de fato perca Pokrovsk, a cidade se tornaria, segundo especialistas militares, a base central das tropas russas na região, semelhante ao que já foi para a Ucrânia. Os russos avançariam então para uma área com prédios altos e densamente povoada, onde milhares de soldados poderiam ser acomodados. Enquanto isso, os militares ucranianos, incluindo pilotos de drones, unidades de guerra eletrônica e unidades de reconhecimento, teriam que recuar para áreas florestais. Já Vovchansk, na região de Kharkiv, vem sendo destruída pelos conflitos desde maio de 2024. O ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov, chamou a captura dessa cidade de "um passo importante em direção à vitória". Uma análise de dados feita pela agência de notícias AFP a partir de dados do Instituto para o Estudo de Guerra (ISW), nos Estados Unidos, indica que as tropas russas fizeram, no mês passado, o maior avanço na Ucrânia desde novembro de 2024.
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