Galípolo: Defesa da responsabilidade fiscal de Motta é “boa notícia”
Em discurso no litoral de São Paulo, Hugo Motta defendeu medidas rígidas de corte de gastos diante da tentativa do governo de aumentar o IOF

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, elogiou o discurso do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em defesa da revisão dos gastos públicos e crítico ao aumento da carga tributária. Durante evento com empresários no Guarujá, no litoral paulista, neste sábado (7/6), Galípolo disse ser uma “boa notícia” a “disposição” para avançar com uma agenda estrutural.
“A boa notícia que nós temos é essa disposição que existe do Legislativo e do Executivo, junto com o setor privado, de avançar com uma agenda estrutural que possa sinalizar uma sustentabilidade das dívidas e das contas públicas. A disposição que foi manifestada aqui [em evento com empresários no Guarujá] pelo presidente da Câmara, presidente do Senado, junto com diversos ministros e o próprio presidente Lula de discutir e enfrentar essa agenda estrutural (…) Eu acho isso uma ótima notícia (…)”.
Minutos antes, Motta havia afirmado em seu discurso que o modelo tributário do país privilegia gastos públicos, que não refletem em ganhos para os cidadãos.
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou o aumento de impostos Ian Rassari/Divulgação2 de 4
Gabriel GalípoloReprodução/Youtube3 de 4
“A boa política começa no orçamento e não na propaganda”, disse Motta. Ian Rassari/Divulgação4 de 4
Antes da manifestação do presidente da Câmara, João Camargo, presidente do conselho do Grupo Esfera, organizador do evento, disse que "Hugo Motta fará um discurso histórico".Ian Rassari/Divulgação
Durante o evento, Galípolo foi questionado sobre a participação do presidente Lula (PT) na garantia da responsabilidade fiscal. Em resposta, ele disse que, ao contrário da política monetária, a política fiscal exigia a “negociação com diversos autores”.
“(…) Esses processos realmente têm que ser consensados e discutidos. A institucionalidade da política monetária e fiscal tem essa diferença. Eu tenho autonomia para tomar as decisões, ainda que elas possam gerar algum tipo de protesto e crítica (…) Mas o Banco Central consegue tomar as decisões ainda que elas gerem críticas. Na política fiscal, ela demanda mesmo esse tipo de negociação com diversos autores”, disse o presidente do BC.
Crise do IOF
O presidente do BC ainda foi perguntado sobre as consequências das idas e vindas do governo federal em relação ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Galípolo afirmou que o imposto deverá ser debatido na próxima reunião com o Copom, que acontece nos dia 17 e 18 de junho, com “flexibilidade e cautela”.
“A política monetária no curto prazo segue o que a gente vem comunicando na comunicação oficial. A nossa comunicação tem repetido várias vezes: flexibilidade e cautela. Flexibilidade significa que nós vamos para a próxima reunião com as opções em aberto, consumindo os dados.”
Durante o evento, Hugo Motta disse que pode pautar para terça-feira (10/6) a votação de um projeto para derrubar o decreto do governo que aumentou alíquotas do imposto.
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