Game over. Só um milagre salvará Bolsonaro de ser banido da política

A culpa é de quem? Dele mesmo

May 15, 2025 - 07:00
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Game over. Só um milagre salvará Bolsonaro de ser banido da política

O título deste texto é uma junção de respostas dadas por Bolsonaro a perguntas que lhe foram feitas pelos repórteres e colunistas do portal UOL que o entrevistaram ontem, ao vivo. A certa altura da conversa, Bolsonaro disse:

“Não tem para onde recorrer mais ali [no Supremo Tribunal Federal]. Se eu for condenado, pronto, acabou, é ‘game over’. Vamos ver como vai ser, se vai ter reação da população.

Estou com 70 anos. Pode até achar que estou com uma cara de bom, mas a carcaça tem 70 anos. Não aguento disputar uma eleição daqui a oito, dez anos. Não dá mais”.

Bolsonaro sabe que será condenado pelos crimes de tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e danos ao patrimônio público.

Sabe que seus seguidores mais radicais reagirão ao que aconteceu, só não sabe como, se com ocupações de ruas, bloqueios de estradas, acampamentos à porta de instituições. Desejaria que sim.

Mas sabe também que nada disso seria tolerado por muito tempo. E que ao fim e ao cabo de nada adiantará porque a justiça manterá sua decisão. Ele continuará preso, em casa ou em quartel.

Para Bolsonaro, a prisão será o equivalente a uma pena de morte. O colunista Josias de Souza perguntou-lhe: “Pena de morte política?”. Bolsonaro respondeu:

“Política e física, porque não tenho mais condições de encarar um presídio”.

Fugirá? Isso não lhe perguntaram. O que ele mais teme é ser esquecido e de passar à História como uma nota de rodapé. Daí a resistência em apoiar desde já um nome para suceder a Lula.

Como ele mesmo admitiu, demorará a anunciar seu apoio para continuar a ser procurado e não perder relevância. Fala-se muito na solidão do Poder. A solidão do sem poder é muito pior.

O fim da carreira do presidente mais acidental que o país já teve desde a redemocratização há 40 anos foi escrito quando Bolsonaro tornou-se réu pelos crimes aqui já mencionados.

Ao denunciá-lo, Paulo Gonet, Procurador-Geral da República observou:

“Quando um Presidente da República, que é a autoridade suprema das Forças Armadas, reúne a cúpula dessas Forças para expor planejamento minuciosamente concebido para romper com a ordem constitucional, tem-se ato de insurreição em curso”.

Ao aceitar a denúncia, o ministro Alexandre de Moraes decretou:

“Não é normal que o presidente que acabou de perder uma eleição se reúna com o comandante do Exército, o comandante da Marinha e o ministro da Defesa para tratar de uma minuta de golpe”.

Game over. Perdeu, mané.

 

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