Governo brasileiro 'condena com veemência' ataque dos EUA a instalações nucleares no Irã

Nota publicada neste domingo pelo Itamaraty diz que ataques armados violam normas das Nações Unidas e da Agência Internacional de Energia Atômica, além de expor populações civis a riscos de contaminação. Chanceler do Irã diz que EUA 'cruzaram linha vermelha' ao atacar instalações no país O Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota na tarde deste domingo (22) na qual "condena com veemência" ataques promovidos pelos Estados Unidos e por Israel a instalações nucleares do Irã. O texto afirma que ataques armados desse tipo ameaçam a vida e a saúde de civis, devido ao risco de contaminação radioativa e de desastres ambientais. "O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional", afirma a nota do Itamaraty. "Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala", completa. O governo brasileiro também defende na nota o uso de energia nuclear exclusivamente para fins pacíficos e pede "exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito". (Leia a íntegra abaixo.) Na noite deste sábado (21), os EUA atacaram três centros nucleares iranianos — Fordow, Natanz e Isfahan — em uma ação coordenada com Israel. O Irã prometeu responder com base em seu direito à defesa nacional. A operação do governo de Donald Trump foi deflagrada após uma semana de combates aéreos entre Israel e Irã. Israel havia anunciado uma ofensiva para destruir alvos nucleares iranianos, e o Irã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. O presidente dos EUA disse que o ataque às instalações de Fordow, Natanz e Esfahan foi bem sucedido. Segundo Trump, Fordow, a principal instalação nuclear localizada ao sul de Teerã, foi destruída. Neste domingo (22), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que os Estados Unidos "cruzaram uma linha vermelha muito grande". Leia a íntegra da manifestação do Brasil: "O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional. Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala. O Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio. O Brasil também repudia ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis, incluindo instalações hospitalares, as quais são especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário. Ao reiterar sua exortação ao exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito, o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz. As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear."

Jun 22, 2025 - 15:30
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Governo brasileiro 'condena com veemência' ataque dos EUA a instalações nucleares no Irã
Nota publicada neste domingo pelo Itamaraty diz que ataques armados violam normas das Nações Unidas e da Agência Internacional de Energia Atômica, além de expor populações civis a riscos de contaminação. Chanceler do Irã diz que EUA 'cruzaram linha vermelha' ao atacar instalações no país O Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota na tarde deste domingo (22) na qual "condena com veemência" ataques promovidos pelos Estados Unidos e por Israel a instalações nucleares do Irã. O texto afirma que ataques armados desse tipo ameaçam a vida e a saúde de civis, devido ao risco de contaminação radioativa e de desastres ambientais. "O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional", afirma a nota do Itamaraty. "Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala", completa. O governo brasileiro também defende na nota o uso de energia nuclear exclusivamente para fins pacíficos e pede "exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito". (Leia a íntegra abaixo.) Na noite deste sábado (21), os EUA atacaram três centros nucleares iranianos — Fordow, Natanz e Isfahan — em uma ação coordenada com Israel. O Irã prometeu responder com base em seu direito à defesa nacional. A operação do governo de Donald Trump foi deflagrada após uma semana de combates aéreos entre Israel e Irã. Israel havia anunciado uma ofensiva para destruir alvos nucleares iranianos, e o Irã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. O presidente dos EUA disse que o ataque às instalações de Fordow, Natanz e Esfahan foi bem sucedido. Segundo Trump, Fordow, a principal instalação nuclear localizada ao sul de Teerã, foi destruída. Neste domingo (22), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que os Estados Unidos "cruzaram uma linha vermelha muito grande". Leia a íntegra da manifestação do Brasil: "O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional. Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala. O Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio. O Brasil também repudia ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis, incluindo instalações hospitalares, as quais são especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário. Ao reiterar sua exortação ao exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito, o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz. As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear."

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