Harvard: Justiça dos EUA derruba proibição de governo Trump a alunos estrangeiros na universidade

Decisão vem após universidade processar o governo dos EUA por proibição a ter estudantes de fora do país. Decisão afeta cerca de 6.800 alunos estrangeiros. Harvard e governo Trump vêm travando embates desde o início do ano. Governo Trump proíbe alunos estrangeiros na Universidade de Harvard A Justiça dos EUA decidiu bloquear nesta sexta-feira (23) a decisão do governo de Donald Trump de proibir que a universidade Harvard, a mais prestigiosa do país, tenha estudantes estrangeiros. Dessa forma, os estudantes estrangeiros que estudam ou querem estudar na instituição seguem autorizados a ter um visto de estudante nos Estados Unidos. A proibição, que agora virou caso judicial, é a maior escalada do embate entre Harvard e o governo Trump. (Leia mais abaixo) ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O Tribunal Federal de Boston aceitou uma queixa apresentada pela direção de Harvard também nesta sexta. A juíza responsável pelo caso, Allison Burroughs —nomeada para o cargo pelo ex-presidente Barack Obama— ordenou que a ordem do governo Trump seja paralisada. Ou seja: a medida fica sem efeitos legais a não ser que Washington recorra da decisão. O governo dos EUA ainda não havia informado, até a última atualização desta reportagem, se vai recorrer. Burroughs agendou audiências para a próxima semana, entre terça (27) e quinta-feira (29), para considerar os próximos passos no processo. Na queixa apresentada mais cedo, a universidade alegou que a medida provoca "efeitos devastadores" em cerca de 7.000 alunos da universidade que são estrangeiros e dependem do visto de estudante para residir nos EUA. "Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard", disse, na queixa, a instituição de ensino, que tem 389 anos. "Com um golpe de caneta, o governo tentou apagar um quarto do corpo estudantil de Harvard, estudantes internacionais que contribuem significativamente para a universidade e nossa missão". A proibição de alunos internacionais —que são 1 em cada 4 estudantes da universidade— foi anunciada na quinta (23) pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA como retaliação aos recentes enfrentamentos entre Trump e a direção de Harvard, que tem se negado a adotar exigências de Washington. Na queixa jurídica, a universidade também chamou a proibição do governo americano de "violação flagrante" da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, além de outras leis federais do país. Proibição O Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) afirmou que a decisão de proibir estudantes estrangeiros foi tomada porque Harvard não entregou documentos solicitados sobre seus esses alunos. Segundo o governo, os estrangeiros que já estudam na universidade devem se transferir para outras instituições de ensino — caso contrário, perderão o direito de permanecer legalmente nos Estados Unidos. Em carta enviada à universidade, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, acusou a instituição de manter um “ambiente hostil para estudantes judeus, de promover simpatias ao Hamas e de adotar políticas racistas de diversidade, equidade e inclusão”. Harvard reagiu e afirmou que a ação é ilegal e compromete sua missão de pesquisa. O que acontece agora com os estudantes? Manifestantes protestam contra ações do governo Trump que miram a Universidade de Harvard REUTERS/Nicholas Pfosi Estudantes que estão concluindo o curso neste semestre poderão se formar normalmente. A medida entra em vigor no ano letivo de 2025-2026. A turma de 2025 está prevista para se formar na próxima semana. No entanto, quem ainda não terminou o curso terá que se transferir para outra universidade. Caso contrário, perderá o visto de estudante. Já os alunos internacionais que foram aceitos para começar as aulas em setembro não poderão iniciar o curso, a não ser que a decisão do governo mude ou que a Justiça intervenha. Noem disse que Harvard pode recuperar o status de instituição autorizada a receber estrangeiros se cumprir uma lista de exigências em até 72 horas. Entre os pedidos estão registros disciplinares de estudantes internacionais e gravações de protestos ocorridos no campus. Segundo Noem, Harvard já havia se recusado a fornecer esses materiais. A universidade informou que está trabalhando para orientar os alunos afetados. LEIA TAMBÉM: Trump exibiu imagem do Congo para fazer acusações falsas de 'genocídio branco' na África do Sul Homem que matou funcionários da Embaixada de Israel nos EUA confessa crime e é indiciado por assassinato VÍDEO: farinha começa a chegar, e padarias em Gaza reabrem para produzir pão para palestinos O governo tem poder para isso? Presidente dos EUA, Donald Trump, durante visita a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Brian Snyder/ Reuters Sim. O DHS é o órgão responsável por autorizar quais instituições fazem parte do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio. É esse programa que permite que as universidades emitam documentos para que estrangeiros solicitem vistos de e

May 23, 2025 - 14:00
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Harvard: Justiça dos EUA derruba proibição de governo Trump a alunos estrangeiros na universidade

Decisão vem após universidade processar o governo dos EUA por proibição a ter estudantes de fora do país. Decisão afeta cerca de 6.800 alunos estrangeiros. Harvard e governo Trump vêm travando embates desde o início do ano. Governo Trump proíbe alunos estrangeiros na Universidade de Harvard A Justiça dos EUA decidiu bloquear nesta sexta-feira (23) a decisão do governo de Donald Trump de proibir que a universidade Harvard, a mais prestigiosa do país, tenha estudantes estrangeiros. Dessa forma, os estudantes estrangeiros que estudam ou querem estudar na instituição seguem autorizados a ter um visto de estudante nos Estados Unidos. A proibição, que agora virou caso judicial, é a maior escalada do embate entre Harvard e o governo Trump. (Leia mais abaixo) ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O Tribunal Federal de Boston aceitou uma queixa apresentada pela direção de Harvard também nesta sexta. A juíza responsável pelo caso, Allison Burroughs —nomeada para o cargo pelo ex-presidente Barack Obama— ordenou que a ordem do governo Trump seja paralisada. Ou seja: a medida fica sem efeitos legais a não ser que Washington recorra da decisão. O governo dos EUA ainda não havia informado, até a última atualização desta reportagem, se vai recorrer. Burroughs agendou audiências para a próxima semana, entre terça (27) e quinta-feira (29), para considerar os próximos passos no processo. Na queixa apresentada mais cedo, a universidade alegou que a medida provoca "efeitos devastadores" em cerca de 7.000 alunos da universidade que são estrangeiros e dependem do visto de estudante para residir nos EUA. "Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard", disse, na queixa, a instituição de ensino, que tem 389 anos. "Com um golpe de caneta, o governo tentou apagar um quarto do corpo estudantil de Harvard, estudantes internacionais que contribuem significativamente para a universidade e nossa missão". A proibição de alunos internacionais —que são 1 em cada 4 estudantes da universidade— foi anunciada na quinta (23) pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA como retaliação aos recentes enfrentamentos entre Trump e a direção de Harvard, que tem se negado a adotar exigências de Washington. Na queixa jurídica, a universidade também chamou a proibição do governo americano de "violação flagrante" da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, além de outras leis federais do país. Proibição O Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) afirmou que a decisão de proibir estudantes estrangeiros foi tomada porque Harvard não entregou documentos solicitados sobre seus esses alunos. Segundo o governo, os estrangeiros que já estudam na universidade devem se transferir para outras instituições de ensino — caso contrário, perderão o direito de permanecer legalmente nos Estados Unidos. Em carta enviada à universidade, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, acusou a instituição de manter um “ambiente hostil para estudantes judeus, de promover simpatias ao Hamas e de adotar políticas racistas de diversidade, equidade e inclusão”. Harvard reagiu e afirmou que a ação é ilegal e compromete sua missão de pesquisa. O que acontece agora com os estudantes? Manifestantes protestam contra ações do governo Trump que miram a Universidade de Harvard REUTERS/Nicholas Pfosi Estudantes que estão concluindo o curso neste semestre poderão se formar normalmente. A medida entra em vigor no ano letivo de 2025-2026. A turma de 2025 está prevista para se formar na próxima semana. No entanto, quem ainda não terminou o curso terá que se transferir para outra universidade. Caso contrário, perderá o visto de estudante. Já os alunos internacionais que foram aceitos para começar as aulas em setembro não poderão iniciar o curso, a não ser que a decisão do governo mude ou que a Justiça intervenha. Noem disse que Harvard pode recuperar o status de instituição autorizada a receber estrangeiros se cumprir uma lista de exigências em até 72 horas. Entre os pedidos estão registros disciplinares de estudantes internacionais e gravações de protestos ocorridos no campus. Segundo Noem, Harvard já havia se recusado a fornecer esses materiais. A universidade informou que está trabalhando para orientar os alunos afetados. LEIA TAMBÉM: Trump exibiu imagem do Congo para fazer acusações falsas de 'genocídio branco' na África do Sul Homem que matou funcionários da Embaixada de Israel nos EUA confessa crime e é indiciado por assassinato VÍDEO: farinha começa a chegar, e padarias em Gaza reabrem para produzir pão para palestinos O governo tem poder para isso? Presidente dos EUA, Donald Trump, durante visita a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Brian Snyder/ Reuters Sim. O DHS é o órgão responsável por autorizar quais instituições fazem parte do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio. É esse programa que permite que as universidades emitam documentos para que estrangeiros solicitem vistos de estudo. Harvard, agora fora do programa, perde esse direito. Isso já aconteceu antes? O governo americano já removeu outras instituições do programa, mas sempre por motivos administrativos — como perder credenciamento, não ter estrutura adequada, ou deixar de funcionar como uma instituição educacional de fato. Nunca houve remoção por razões políticas, segundo especialistas. “Eu nunca vi uma revogação por qualquer motivo além dos administrativos previstos em lei”, disse Sarah Spreitzer, vice-presidente do Conselho Americano de Educação, que representa universidades no país. “Isso é sem precedentes.” Conflito com o governo Trump Montagem mostra o presidente Donald Trump e a universidade de Harvard Chip Somodevilla/via REUTERS e Faith Ninivaggi/Reuters Harvard está no centro de um embate com o governo Trump desde abril. Foi a primeira universidade de elite a se recusar a seguir as ordens da Casa Branca para limitar protestos pró-Palestina e acabar com políticas de diversidade e inclusão. Desde então, agências federais — como o próprio DHS e os Institutos Nacionais de Saúde — suspenderam o repasse de verbas à universidade, afetando diretamente projetos de pesquisa conduzidos por professores. A ameaça de retirar a permissão para receber estudantes estrangeiros já havia sido feita em abril. Trump também afirmou que Harvard deveria perder o status de isenção fiscal — algo que poderia comprometer a arrecadação de doações feitas por grandes financiadores da universidade. VÍDEOS: mais assistidos do g1

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