Homem têm AVC enquanto nada no mar e é salvo por surfistas: “Renasci”
Nadador sofreu um AVC em praia da Austrália e sobreviveu após ajuda inesperada de surfistas. Ele levou tempo para voltar a nadar

O jornalista Graham Russell sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) enquanto nadava no mar de Nova Gales do Sul, na Austrália. Após ficar à deriva na água e quase se afogar, ele foi salvo por um grupo de surfistas.
Graham narrou sua experiência em um texto ao The Guardian, onde é editor. Ele participava de um grupo de nadadores, mas naquele dia decidiu se arriscar em águas mais profundas.
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O AVC após um caldo
Subitamente, ele foi atingido por três ondas intensas e demorou a retornar à superfície. Quando finalmente conseguiu, sentiu que havia algo de errado com seu corpo.
“Um ruído branco invadiu meu ouvido esquerdo. Comecei a me sentir fraco. Uma dor tipo cãibra percorreu meu pescoço direito. Minha vontade de nadar mais para longe desapareceu. Não sabia o que tinha acontecido, mas era hora de sair da água”, contou.
A cada tentativa de nadar, porém, seus movimentos ficavam mais descoordenados. Ele se aproximou de uma região mais rasa, mas isso não diminuiu seus problemas.
“Os outros colegas de natação presumiram que eu estava apenas com dificuldade para tirar as nadadeiras. Quis gritar por socorro, mas não consegui. Eles estavam a poucos metros de distância, mas eu não conseguia emitir nenhum som”, afirma ele.
Ao chegar à praia, ele seguia sem conseguir se movimentar de maneira apropriada enquanto seus colegas nadavam com desenvoltura para longe. “Pessoas passavam por mim, mas eu ainda estava confuso demais para pedir ajuda, não conseguia falar”, lembra.
Foi quando um grupo de surfistas se aproximou dele. “Disse a eles que não conseguia me levantar, que não conseguia escutar e que precisava alertar meus colegas de clube. Ele correu para buscar ajuda”, afirma.
Dois colegas que chegaram ao socorro arrastaram Russell até a sede e o cobriram com um cobertor térmico. Logo as ambulâncias chegaram. Na emergência, exames mostraram que o impacto das ondas provocou uma dissecção arterial no pescoço.
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O acidente vascular cerebral, também conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a interrupção do fluxo de sangue para alguma região do cérebroAgência Brasil 2 de 10
O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico
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Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala
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O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas
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Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas
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Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar
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Pressão alta, colesterol e diabetes: deve-se controlar adequadamente essas doenças, além de adotar hábitos de vida saudáveis para diminuir seus efeitos negativos sobre o corpo, uma vez que podem desencadear o AVC
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Defeitos no coração ou vasos sanguíneos: essas alterações podem ser detectadas em consultas de rotina e, caso sejam identificadas, devem ser acompanhadas. Em algumas pessoas, pode ser necessário o uso de medicamentos, como anticoagulantes
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Drogas ilícitas: o recomendado é buscar ajuda de um centro especializado em drogas para que se possa fazer o processo de desintoxicação e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo as chances de AVC
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Aumento da coagulação do sangue: doenças como o lúpus, anemia falciforme ou trombofilias; doenças que inflamam os vasos sanguíneos, como vasculites; ou espasmos cerebrais, que impedem o fluxo de sangue, devem ser investigados Pixabay
O rompimento criou um coágulo que provocou um AVC no lado esquerdo do cerebelo. “A dissecção arterial ocorre quando uma artéria que vai para o cérebro sofre uma ruptura em seu revestimento. Isso pode acontecer até espontaneamente, mas costuma ser resultado de traumas como a manipulação quiroprática, acidentes, trauma na cabeça ou pescoço. A laceração da artéria pode levar ao bloqueio da artéria ou à formação de um coágulo que pode causar um bloqueio vascular”, explica o neurocirurgião W. Chris Fox, da Mayo Clinic.
O impacto afetou o equilíbrio do lado direito do corpo dele. Para Graham, foi uma sorte que o acidente tenha ocorrido quando ele ainda estava próximo à praia, já que se precisasse nadar mais, poderia ter se afogado.
Após o diagnóstico, ele ficou 36 horas em observação e recebeu alta no dia seguinte. Saiu com anticoagulantes e recomendações de repouso. Não havia sequelas motoras, apenas fadiga.
O retorno ao mar
Dias depois, Russell voltou à praia. Temeu reviver a confusão das ondas e dos paramédicos. Mas a visão do oceano trouxe alívio. “Minha conexão com aquele lugar se tornou ainda mais rica”, afirmou. “Ficou claro para mim que não fomos feitos para viver isolados. Precisamos confiar nos outros.”
“Renasci”, resumiu, ao agradecer aos surfistas e colegas que o ajudaram na praia.
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