Imigrantes libertados por El Salvador chegam à Venezuela após troca com EUA
Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters Aviões transportando os imigrantes venezuelanos que haviam sido enviados pelos Estados Unidos para a megaprisão de gangues de El Salvador aterrissaram na sexta-feira (18) em Caracas, após uma troca de prisioneiros entre os governos de Donald Trump e Nicolás Maduro. O governo venezuelano disse que pagou o "alto preço" de 10 cidadãos e residentes dos Estados Unidos e 80 "presos políticos" pelos internos do Cecot, o temido Centro de Confinamento do Terrorismo construído para abrigar membros de gangues salvadorenhas. Os 252 detidos foram enviados em março - sem julgamento - ao temido Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), após serem apontados pelo governo do presidente Donald Trump como integrantes do grupo criminoso Tren de Aragua. Trump classificou a gangue como "organização terrorista" e invocou uma lei sobre inimigos estrangeiros de 1798 para expulsar esses imigrantes de forma rápida. "Livres, enfim livres!", celebrou Maduro, em um ato oficial que coincidiu com a chegada dos imigrantes. A foto divulgada pela presidência de El Salvador mostra um dos 10 cidadãos americanos trocados entre o governo dos EUA e o governo venezuelano segurando uma bandeira dos EUA ao chegar ao Aeroporto Internacional San Oscar Romero, em San Luis Talpa, El Salvador, em 18 de julho de 2025. Os americanos, cujas identidades não foram oficialmente divulgadas, foram levados para San Salvador a caminho dos Estados Unidos e aparecem no vídeo postado no site de rede social X, em uma cerimônia com Bukele e o enviado especial dos EUA para reféns, Adam Boehler. Handout / EL SALVADOR'S PRESIDENCY PRESS OFFICE / AFP O ministro do Interior, Diosdado Cabello, e outras autoridades subiram em ambas as aeronaves antes do desembarque. Recebíamos "golpes no café da manhã, no almoço e no jantar", contou um dos libertados ao canal oficial Telesur, ainda no avião. "Não nos davam água potável", disse outro. 'Terroristas por inocentes' "Terroristas por inocentes", disse o presidente venezuelano. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, também comemorou a libertação de 10 americanos e de "presos políticos" venezuelanos. Os 10 prisioneiros trocados chegaram primeiro a San Salvador, onde foram recebidos pelo presidente Nayib Bukele. Um vídeo de seu gabinete os mostrou agitando bandeiras americanas enquanto desciam os degraus do avião. "É difícil negociar com um regime verdadeiramente tirânico, mas conseguimos", celebrou Bukele, sob aplausos dos americanos. Após a cerimônia, retornaram ao aeroporto e embarcaram para os Estados Unidos. LEIA TAMBÉM: 3 pontos-chave que explicam reaproximação entre EUA e Venezuela no novo governo Trump A identidade dos trocados não foi divulgada. A ONG venezuelana Foro Penal — especializada na defesa de "presos políticos" — afirmou que cinco têm nacionalidade americana e os demais são residentes permanentes do México, França, Bolívia, Peru e Uruguai. 'Malditos!' A guerra contra a imigração ilegal é uma das bandeiras do novo governo Trump, que multiplicou as batidas policiais e deportações. Os venezuelanos detidos em El Salvador não tinham direito a ligações ou visitas; seus familiares pediam até mesmo uma prova de vida. Bukele insistiu que muitos dos imigrantes sob sua custódia pertenciam ao Tren de Aragua ou enfrentam "acusações de assassinato, roubo, estupro e outros crimes graves". Ele publicou um vídeo em que aparecem os venezuelanos algemados e usando roupas civis ao embarcarem no avião venezuelano. "Malditos!", diz um deles ao olhar para a câmera. Crianças separadas Na sexta-feira (18), 251 migrantes, incluindo sete crianças que haviam sido separadas de seus pais, chegaram à Venezuela após serem deportados de Houston. Foto divulgada pela Presidência venezuelana mostra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (C), a primeira-dama Cilia Flores (C-E) e o ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz, Diosdado Cabello (4º-E), posando para uma foto com crianças repatriadas no Palácio Presidencial de Miraflores, em Caracas, em 18 de julho de 2025 AFP Aviões transportando imigrantes chegam com frequência à Venezuela no contexto dos acordos que Maduro fez com Trump. No entanto, o envio de imigrantes a El Salvador abalou as negociações. O governo venezuelano também repatriou cidadãos do país retidos no México, que não conseguiram entrar nos Estados Unidos. Cerca de 8.300 imigrantes retornaram à Venezuela entre fevereiro e esta sexta-feira, em 45 voos — incluindo cerca de mil crianças. Trump diz que poderia se encontrar com Nicolás Maduro


Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters Aviões transportando os imigrantes venezuelanos que haviam sido enviados pelos Estados Unidos para a megaprisão de gangues de El Salvador aterrissaram na sexta-feira (18) em Caracas, após uma troca de prisioneiros entre os governos de Donald Trump e Nicolás Maduro. O governo venezuelano disse que pagou o "alto preço" de 10 cidadãos e residentes dos Estados Unidos e 80 "presos políticos" pelos internos do Cecot, o temido Centro de Confinamento do Terrorismo construído para abrigar membros de gangues salvadorenhas. Os 252 detidos foram enviados em março - sem julgamento - ao temido Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), após serem apontados pelo governo do presidente Donald Trump como integrantes do grupo criminoso Tren de Aragua. Trump classificou a gangue como "organização terrorista" e invocou uma lei sobre inimigos estrangeiros de 1798 para expulsar esses imigrantes de forma rápida. "Livres, enfim livres!", celebrou Maduro, em um ato oficial que coincidiu com a chegada dos imigrantes. A foto divulgada pela presidência de El Salvador mostra um dos 10 cidadãos americanos trocados entre o governo dos EUA e o governo venezuelano segurando uma bandeira dos EUA ao chegar ao Aeroporto Internacional San Oscar Romero, em San Luis Talpa, El Salvador, em 18 de julho de 2025. Os americanos, cujas identidades não foram oficialmente divulgadas, foram levados para San Salvador a caminho dos Estados Unidos e aparecem no vídeo postado no site de rede social X, em uma cerimônia com Bukele e o enviado especial dos EUA para reféns, Adam Boehler. Handout / EL SALVADOR'S PRESIDENCY PRESS OFFICE / AFP O ministro do Interior, Diosdado Cabello, e outras autoridades subiram em ambas as aeronaves antes do desembarque. Recebíamos "golpes no café da manhã, no almoço e no jantar", contou um dos libertados ao canal oficial Telesur, ainda no avião. "Não nos davam água potável", disse outro. 'Terroristas por inocentes' "Terroristas por inocentes", disse o presidente venezuelano. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, também comemorou a libertação de 10 americanos e de "presos políticos" venezuelanos. Os 10 prisioneiros trocados chegaram primeiro a San Salvador, onde foram recebidos pelo presidente Nayib Bukele. Um vídeo de seu gabinete os mostrou agitando bandeiras americanas enquanto desciam os degraus do avião. "É difícil negociar com um regime verdadeiramente tirânico, mas conseguimos", celebrou Bukele, sob aplausos dos americanos. Após a cerimônia, retornaram ao aeroporto e embarcaram para os Estados Unidos. LEIA TAMBÉM: 3 pontos-chave que explicam reaproximação entre EUA e Venezuela no novo governo Trump A identidade dos trocados não foi divulgada. A ONG venezuelana Foro Penal — especializada na defesa de "presos políticos" — afirmou que cinco têm nacionalidade americana e os demais são residentes permanentes do México, França, Bolívia, Peru e Uruguai. 'Malditos!' A guerra contra a imigração ilegal é uma das bandeiras do novo governo Trump, que multiplicou as batidas policiais e deportações. Os venezuelanos detidos em El Salvador não tinham direito a ligações ou visitas; seus familiares pediam até mesmo uma prova de vida. Bukele insistiu que muitos dos imigrantes sob sua custódia pertenciam ao Tren de Aragua ou enfrentam "acusações de assassinato, roubo, estupro e outros crimes graves". Ele publicou um vídeo em que aparecem os venezuelanos algemados e usando roupas civis ao embarcarem no avião venezuelano. "Malditos!", diz um deles ao olhar para a câmera. Crianças separadas Na sexta-feira (18), 251 migrantes, incluindo sete crianças que haviam sido separadas de seus pais, chegaram à Venezuela após serem deportados de Houston. Foto divulgada pela Presidência venezuelana mostra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (C), a primeira-dama Cilia Flores (C-E) e o ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz, Diosdado Cabello (4º-E), posando para uma foto com crianças repatriadas no Palácio Presidencial de Miraflores, em Caracas, em 18 de julho de 2025 AFP Aviões transportando imigrantes chegam com frequência à Venezuela no contexto dos acordos que Maduro fez com Trump. No entanto, o envio de imigrantes a El Salvador abalou as negociações. O governo venezuelano também repatriou cidadãos do país retidos no México, que não conseguiram entrar nos Estados Unidos. Cerca de 8.300 imigrantes retornaram à Venezuela entre fevereiro e esta sexta-feira, em 45 voos — incluindo cerca de mil crianças. Trump diz que poderia se encontrar com Nicolás Maduro
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