INSS: polícia apura origem de US$ 199 mil encontrados com agente da PF

Agente da Polícia Federal (PF) foi alvo da Operação Sem Desconto por estar envolvido em esquema de fraude no INSS

May 2, 2025 - 10:00
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INSS: polícia apura origem de US$ 199 mil encontrados com agente da PF

A Polícia Federal (PF) apura a origem dos US$ 199,6 mil em dinheiro vivo encontrados na casa de um agente investigado por envolvimento em um esquema de fraude nos descontos de mensalidades aplicadas a aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O esquema foi revelado pelo Metrópoles.

O montante — equivalente a R$ 1,1 milhão — foi localizado no apartamento de Philipe Roters Coutinho, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Ele é um dos alvos da operação deflagrada pela PF na última quarta-feira (23/4).

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Polícia Federal deflagrou operação por fraudes no INSS
Polícia Federal deflagrou operação por fraudes no INSS
O argumento da cobrança era sobre vantagens em serviços como plano de saúde, seguro e auxílio-funeral
A investigação tem como alvos pessoas ligadas a entidades, operadores e servidores públicos investigados por cobranças indevidas
No total, estão sendo cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e outros 6 de prisão, além de ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão
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Policia Federal faz busca na sede do INSS, em Brasília

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Polícia Federal deflagrou operação por fraudes no INSSBRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

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Polícia Federal deflagrou operação por fraudes no INSSBRENO ESAKI/METRÓPOLES

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O argumento da cobrança era sobre vantagens em serviços como plano de saúde, seguro e auxílio-funeralMICHAEL MELO/METRÓPOLES @michaelmelo

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A investigação tem como alvos pessoas ligadas a entidades, operadores e servidores públicos investigados por cobranças indevidasBRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

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No total, estão sendo cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e outros 6 de prisão, além de ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhãoBRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Segundo investigadores ouvidos pelo Metrópoles, os rendimentos de Coutinho são incompatíveis com os valores apreendidos, além dos itens de alto valor encontrados na residência, como relógios de luxo, uma pedra de esmeralda e pequenas gemas semelhantes a pérolas e esmeraldas.

A suspeita é de que os bens estejam ligados ao esquema de fraudes no INSS — o que será apurado ao longo da investigação.

Coutinho, que era lotado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é um dos seis servidores públicos afastados das funções por ordem judicial. A busca foi realizada no apartamento dele, no Jardim Paulista, bairro nobre da capital paulista.

Além do dinheiro em espécie e das joias, os agentes apreenderam armas e munições. Um detalhe que chamou atenção dos policiais ouvidos pela reportagem foi o fato de parte da munição estar guardada no quarto da filha do agente.

Viatura para escoltar empresário

Como revelou o Metrópoles, Coutinho chegou a usar uma viatura da PF para escoltar o empresário Danilo Trento e o então procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, até uma aeronave de voo privado, em 28 de novembro de 2024.

Trento ficou conhecido em 2021, quando era diretor da Precisa Medicamentos e se tornou alvo da CPI da Covid no Senado por suspeitas envolvendo a negociação da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde.

No caso das fraudes no INSS, ele passou a ser investigado após receber R$ 990 mil em pagamentos feitos por Maurício Camisotti, empresário suspeito de operar três entidades por meio de laranjas. Juntas, essas entidades teriam faturado R$ 580 milhões com descontos aplicados a aposentadorias.

O esquema foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023, que deram origem ao inquérito da PF.

Investigações

Segundo a PF, foi Danilo Trento quem bancou a viagem do procurador-geral do INSS a São Paulo no dia em que ambos aparecem nas câmeras de segurança (foto em destaque) sendo escoltados na área restrita do aeroporto pelo agente da PF Philipe Coutinho.

Além dessa movimentação suspeita no aeroporto, os investigadores identificaram Coutinho em “viagens com perfil de compra atípico, consubstanciadas em deslocamentos com compra de passagens ‘em cima da hora’ e voos ‘bate/volta’, principalmente para Brasília”.

Como resultado da Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF na semana passada, Philipe Coutinho foi afastado das funções na Polícia Federal, inicialmente por seis meses, assim como o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, o procurador Virgílio Oliveira Filho, e os diretores Geovani Spiecker, Vanderlei dos Santos e Jucimar da Silva. Stefanutto acabou sendo demitido no mesmo dia.

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