INSS: quem é a neta de banqueiro e amiga de Lulinha alvo da PF em SP
Roberta Luchsinger é apontada como o elo entre Lulinha, filho mais velho do presidente Lula, e o lobista conhecido como Careca do INSS
Alvo da nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga o esquema bilionário de descontos indevidos contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Roberta Luchsinger (foto em destaque) é herdeira de um banco suíço, ligada ao PT, e teria atuado junto com o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, para fazer lobby por uma empresa de saúde no governo.
Roberta, segundo as investigações, seria o elo entre o lobista e o empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do presidente Lula (PT). Neta do falecido ex-banqueiro suíço Peter Paul Arnold Luchsinger, ela ganhou visibilidade ao prometer uma doação de R$ 500 mil a Lula, quando o presidente foi alvo de bloqueio bancário na Operação Lava Jato.
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Roberta Luchsinger e Renata Moreira, mulher de LulinhaFoto: Instagram/ @roberta.luchsinger
Roberta Luchsinger e Renata Moreira, mulher de LulinhaFoto: Instagram/ @roberta.luchsinger
Roberta Luchsinger e Renata Moreira, mulher de LulinhaFoto: Instagram/ @roberta.luchsinger
Roberta Luchsinger e Renata Moreira, mulher de LulinhaFoto: Instagram/ @roberta.luchsinger
Roberta foi um dos alvos de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (18/12), na nova fase da operação que investiga o esquema de fraudes em descontos associativos no INSS, revelado pelo Metrópoles. Ela teria feito lobby no Ministério da Saúde junto ao Careca do INSS. Em uma das idas do lobista à pasta, em 2024, a mulher teria o acompanhado.
Ela concorreu a deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e foi casada com o ex-delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, contra o desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro que resultou na condenação do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity.
O Metrópoles tenta localizar a defesa da investigada. O espaço segue em aberto.
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Nova fase da Operação Sem Desconto
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta quinta-feira (18/12) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga o esquema nacional de descontos indevidos nas aposentadorias e pensões do INSS. A fraude foi revelada pelo Metrópoles.
Nesta nova etapa, as autoridades cumprem 52 mandados de busca e apreensão, 16 de prisão preventiva e outras medidas cautelares nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.
Vice-líder do governo Lula no Senado, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) é um dos alvos da nova fase da Operação Sem Desconto.
Farra do INSS
- A chamada “Farra do INSS” tornou-se pública em dezembro de 2023, após séries de reportagens do Metrópoles, que denunciaram o aumento drástico das arrecadações de associações com descontos indevidos aplicados a aposentados — chegando a R$ 2 bilhões em um ano.
- As entidades respondiam a milhares de processos por filiações fraudulentas.
- As revelações levaram à abertura de inquérito da Polícia Federal (PF) e abasteceram investigações da Controladoria-Geral da União (CGU).
- A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril deste ano, resultou na demissão do então presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi. No total, 38 reportagens do Metrópoles foram citadas pela PF na representação que originou a operação.
Segundo a PF, a ação tem como objetivo aprofundar as investigações e detalhar o funcionamento da estrutura criminosa responsável por inserir, de forma fraudulenta, descontos em benefícios previdenciários, sem autorização dos aposentados e pensionistas.
Os valores eram debitados mensalmente sob a justificativa de filiação a associações ou entidades que, em muitos casos, sequer tinham relação com os beneficiários.
As apurações apontam indícios de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário, além de ocultação e dilapidação patrimonial.
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Casa do vice-líder do governo Lula no Senado, senador Weverton Rocha (PDT-MA), um dos alvos Operação Sem DescontoHugo Barreto/Metrópoles
@hugobarretophoto
A PF apreendeu carros de luxo na casa do senador Weverton Rocha, em BrasíliaDivulgação/Polícia Federal
Agentes apreenderam armas, dinheiro, carros de luxo, relógios importados, joias e outros bens de alto valorDivulgação/Polícia Federal
Os mandados cumpridos pela PF ocorreram em endereços de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e Distrito FederalDivulgação/Polícia Federal
Operação Sem Desconto, da Polícia FederalDivulgação/Polícia Federal
Volvo apreendido de luxo na casa do senador Weverton Rocha, em BrasíliaDivulgação/Polícia Federal
A PF cumpriu 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventivaDivulgação/Polícia Federal
A PF também apreendeu relógios importados durante a nova fase da Operação Sem DescontoDivulgação/Polícia Federal
Opoeração Sem Desconto investiga esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSSDivulgação/Polícia Federal
Senador Weverton Rocha (PDT-MA) admite ter feito indicações políticas no INSS VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
A PF prendeu, nesta quinta-feira (18/12), Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”LUIS NOVA/METRÓPOLES
Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”LUIS NOVA/METRÓPOLES
A PF fez novas apreensões nesta fase da operação HUGO BARRETO / METRÓPOLES
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Agentes da Policia Federal chegam a delegacia regional da PF com malotes durante nova fase da Operação Sem Desconto HUGO BARRETO / METRÓPOLES @hugobarretophoto
Parte dos recursos desviados teria sido pulverizada por meio de contas de terceiros, empresas de fachada e movimentações financeiras atípicas, com o objetivo de dificultar o rastreamento do dinheiro.
De acordo com a CGU, o esquema possui alcance nacional e afetou milhares de beneficiários, principalmente idosos, que muitas vezes só percebiam os descontos após longos períodos. Em alguns casos, os valores subtraídos comprometiam parte significativa da renda mensal dos aposentados.
A nova fase da operação busca identificar todos os responsáveis, mapear o caminho do dinheiro e recuperar valores desviados dos cofres públicos e das vítimas. As investigações seguem em andamento e novas fases não estão descartadas.
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