Irã afirma que chefe da delegação dos EUA deixou negociações nucleares em Roma e diz que 'é difícil negociar' com Washington

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei Associated Press / Office of the Iranian Supreme Leader/WANA (West Asia News Agency)/Handout via REUTERS O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou que o chefe da delegação de negociações dos Estados Unidos deixou nesta sexta-feira (23) a rodada de negociações nucleares que dois países travavam em Roma, na Itália. O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, afirmou ainda que negociar com os EUA é "complicado", mas afirmou que as conversas continuarão. Ainda assim, Araqchi diz ter visto avanços nas conversas. "Acabamos de concluir uma das rodadas de negociações mais profissionais", disse Araqchi. Irã e EUA retomaram o diálogo para tentar um novo acordo nuclear, que os dois países haviam chegado durante o governo de Barack Obama mas do qual Donald Trump se retirou durante seu primeiro mandato. Nesta sexta, representantes dos dois lados fizeram a 5ª rodada das negociações. O chefe da delegação dos EUA na negociação, Steve Witkoff, ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem. "O chefe da equipe de negociação americana saiu daqui há alguns minutos devido à sua agenda de voo", disse o porta-voz do ministério, Esmaeil Baqaei, à TV estatal iraniana. 'Diferenças fundamentais' Antes do encontro desta sexta-feira, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, afirmou que "segue havendo diferenças fundamentais" e advertiu que, se o governo dos Estados Unidos quiser impedir o Irã de enriquecer urânio, "não haverá acordo". A nova rodada de negociações acontece antes de uma reunião da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo de controle nuclear da ONU, marcada para junho. A agência afirma que o Irã está próximo do nível de enriquecimento de urânio necessário para a fabricação de uma bomba nuclear. O acordo buscava impedir que o Irã desenvolvesse o armamento, como temem alguns países ocidentais. Teerã nega ter esse objetivo com seu programa nuclear. Em troca da limitação de seu programa nuclear, o Irã receberia um alívio das sanções internacionais. O acordo nuclear que EUA e Irã tinham foi frustrado em 2018 quando Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do pacto. O Irã respondeu intensificando suas atividades nucleares. Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo, mas abaixo dos 90% necessários para desenvolver armas nucleares. Trump, que voltou à Casa Branca em janeiro, conversou novamente sobre o Irã com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rival dos iranianos, em uma conversa telefônica na quinta-feira. O republicano considera que as negociações com Teerã, que Netanyahu vê com ceticismo e, inclusive, com hostilidade, "estão na direção certa", acrescentou. Citando altos funcionários americanos que falaram sob condição de anonimato, o canal americano "CNN internacional" reportou, na terça-feira, que Israel prepara ataques contra instalações nucleares iranianas. Araghchi advertiu que o Irã vai considerar os Estados Unidos responsáveis por qualquer ataque israelense contra suas instalações.

May 23, 2025 - 14:00
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Irã afirma que chefe da delegação dos EUA deixou negociações nucleares em Roma e diz que 'é difícil negociar' com Washington

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei Associated Press / Office of the Iranian Supreme Leader/WANA (West Asia News Agency)/Handout via REUTERS O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou que o chefe da delegação de negociações dos Estados Unidos deixou nesta sexta-feira (23) a rodada de negociações nucleares que dois países travavam em Roma, na Itália. O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, afirmou ainda que negociar com os EUA é "complicado", mas afirmou que as conversas continuarão. Ainda assim, Araqchi diz ter visto avanços nas conversas. "Acabamos de concluir uma das rodadas de negociações mais profissionais", disse Araqchi. Irã e EUA retomaram o diálogo para tentar um novo acordo nuclear, que os dois países haviam chegado durante o governo de Barack Obama mas do qual Donald Trump se retirou durante seu primeiro mandato. Nesta sexta, representantes dos dois lados fizeram a 5ª rodada das negociações. O chefe da delegação dos EUA na negociação, Steve Witkoff, ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem. "O chefe da equipe de negociação americana saiu daqui há alguns minutos devido à sua agenda de voo", disse o porta-voz do ministério, Esmaeil Baqaei, à TV estatal iraniana. 'Diferenças fundamentais' Antes do encontro desta sexta-feira, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, afirmou que "segue havendo diferenças fundamentais" e advertiu que, se o governo dos Estados Unidos quiser impedir o Irã de enriquecer urânio, "não haverá acordo". A nova rodada de negociações acontece antes de uma reunião da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo de controle nuclear da ONU, marcada para junho. A agência afirma que o Irã está próximo do nível de enriquecimento de urânio necessário para a fabricação de uma bomba nuclear. O acordo buscava impedir que o Irã desenvolvesse o armamento, como temem alguns países ocidentais. Teerã nega ter esse objetivo com seu programa nuclear. Em troca da limitação de seu programa nuclear, o Irã receberia um alívio das sanções internacionais. O acordo nuclear que EUA e Irã tinham foi frustrado em 2018 quando Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do pacto. O Irã respondeu intensificando suas atividades nucleares. Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo, mas abaixo dos 90% necessários para desenvolver armas nucleares. Trump, que voltou à Casa Branca em janeiro, conversou novamente sobre o Irã com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rival dos iranianos, em uma conversa telefônica na quinta-feira. O republicano considera que as negociações com Teerã, que Netanyahu vê com ceticismo e, inclusive, com hostilidade, "estão na direção certa", acrescentou. Citando altos funcionários americanos que falaram sob condição de anonimato, o canal americano "CNN internacional" reportou, na terça-feira, que Israel prepara ataques contra instalações nucleares iranianas. Araghchi advertiu que o Irã vai considerar os Estados Unidos responsáveis por qualquer ataque israelense contra suas instalações.

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