Israel ordena evacuações em Gaza enquanto negociações de cessar-fogo travam e ofensiva militar se amplia

Pessoas participam de um protesto em frente à Embaixada dos EUA exigindo o fim da guerra e a libertação imediata dos reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza neste sábado (19). AP/Maya Alleruzzo O Exército israelense publicou novos alertas de evacuação para áreas do centro de Gaza neste domingo (20), em uma das poucas regiões onde raramente operou com tropas terrestres. A evacuação corta o acesso entre a cidade de Deir al-Balah e as cidades de Rafah e Khan Younis, no sul do estreito enclave. ????Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça O anúncio ocorre enquanto Israel e o Hamas mantêm negociações de cessar-fogo no Catar, mas mediadores internacionais dizem que não houve avanços. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem enfatizado repetidamente que expandir as operações militares israelenses em Gaza pressionará o Hamas a negociar, mas as conversas estão paralisadas há meses. No início deste mês, o Exército israelense disse controlar mais de 65% da Faixa de Gaza. Também neste domingo, 65 palestinos foram mortos, muitos enquanto tentavam buscar ajuda, de acordo com hospitais locais. O diretor do Hospital Shifa, Mohamed Abu Selmiyah, disse à Associated Press que, desde a manhã de domingo, o hospital recebeu 48 mortos e 150 feridos enquanto buscavam ajuda em caminhões que deveriam entrar em Gaza pela Passagem de Zikim, na fronteira norte entre Gaza e Israel. Ele confirmou que pelo menos 40 dos mortos foram baleados fatalmente. Não está claro se eles foram mortos pelo Exército israelense, por gangues armadas ou por ambos. No entanto, é provável que o número de mortos aumente, disse Abu Selmiyah. No sul de Gaza, o Hospital Nasser informou que 17 palestinos foram mortos e 69 ficaram feridos perto de locais de distribuição de ajuda na cidade de Rafah, no sul. Cortando o acesso A área de Gaza sob ordem de evacuação é onde muitas organizações internacionais que tentam distribuir ajuda estão localizadas. As Nações Unidas entraram em contato com as autoridades israelenses para esclarecer se instalações da ONU no sudoeste de Deir al-Balah estão incluídas na ordem de evacuação de domingo, segundo um funcionário da ONU que falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar com a mídia. O funcionário disse que, em ocasiões anteriores, instalações da ONU foram poupadas das ordens de evacuação. O anúncio de evacuação se estende de uma área previamente evacuada até a costa e dificultará severamente a movimentação de grupos de ajuda e civis em Gaza. O porta-voz militar Avichay Adraee alertou que o Exército atacará "com intensidade" contra militantes. Ele pediu que os moradores, inclusive aqueles abrigados em tendas, se dirijam à área de Muwasi, um campo de tendas desolado na costa sul de Gaza, que o Exército israelense designou como zona humanitária. A população de Gaza, com mais de 2 milhões de palestinos, enfrenta uma crise humanitária catastrófica. O Hamas desencadeou a guerra de 21 meses quando militantes invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns. Cinquenta permanecem cativos, mas acredita-se que menos da metade esteja viva. A ofensiva militar israelense que se seguiu matou mais de 58 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não informa quantos militantes estão entre os mortos, mas afirma que mais da metade das vítimas são mulheres e crianças. O ministério faz parte do governo do Hamas, mas a ONU e outras organizações internacionais o consideram a fonte mais confiável de dados sobre vítimas. O Fórum das Famílias dos Reféns, uma organização de base que representa muitos parentes dos sequestrados, condenou o anúncio de evacuação e exigiu que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o Exército israelense expliquem o que esperam alcançar na região central de Gaza, acusando Israel de operar sem um plano de guerra claro. “Chega! O povo israelense quer, em sua maioria, o fim dos combates e um acordo abrangente que traga de volta todos os reféns”, disse o fórum. Na noite de sábado (19), durante o protesto semanal, dezenas de milhares de manifestantes marcharam em Tel Aviv até uma filial da embaixada dos EUA, pedindo o fim da guerra. Aumenta o desastre humanitário Neste domingo, ambulâncias em frente a três grandes hospitais de Gaza soaram seus alarmes simultaneamente, em um apelo urgente para esclarecer a crise de fome no território. O Ministério da Saúde publicou fotos nas redes sociais de médicos segurando cartazes sobre crianças desnutridas e falta de medicamentos. Zaher al-Wahidi, um dos porta-vozes do Ministério da Saúde, disse que pelo menos nove crianças menores de 5 anos morreram de desnutrição, desde o bloqueio de entrada de ajuda imposto por Israel em março. Ele explicou que é difícil rastrear o número de pessoas que morrem de fome porque algumas podem estar sofrendo de outras condições médicas que podem piorar quando combinadas com fome severa. No norte de Gaza, o diretor do Hospital Shifa, A

Jul 20, 2025 - 09:40
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Israel ordena evacuações em Gaza enquanto negociações de cessar-fogo travam e ofensiva militar se amplia

Pessoas participam de um protesto em frente à Embaixada dos EUA exigindo o fim da guerra e a libertação imediata dos reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza neste sábado (19). AP/Maya Alleruzzo O Exército israelense publicou novos alertas de evacuação para áreas do centro de Gaza neste domingo (20), em uma das poucas regiões onde raramente operou com tropas terrestres. A evacuação corta o acesso entre a cidade de Deir al-Balah e as cidades de Rafah e Khan Younis, no sul do estreito enclave. ????Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça O anúncio ocorre enquanto Israel e o Hamas mantêm negociações de cessar-fogo no Catar, mas mediadores internacionais dizem que não houve avanços. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem enfatizado repetidamente que expandir as operações militares israelenses em Gaza pressionará o Hamas a negociar, mas as conversas estão paralisadas há meses. No início deste mês, o Exército israelense disse controlar mais de 65% da Faixa de Gaza. Também neste domingo, 65 palestinos foram mortos, muitos enquanto tentavam buscar ajuda, de acordo com hospitais locais. O diretor do Hospital Shifa, Mohamed Abu Selmiyah, disse à Associated Press que, desde a manhã de domingo, o hospital recebeu 48 mortos e 150 feridos enquanto buscavam ajuda em caminhões que deveriam entrar em Gaza pela Passagem de Zikim, na fronteira norte entre Gaza e Israel. Ele confirmou que pelo menos 40 dos mortos foram baleados fatalmente. Não está claro se eles foram mortos pelo Exército israelense, por gangues armadas ou por ambos. No entanto, é provável que o número de mortos aumente, disse Abu Selmiyah. No sul de Gaza, o Hospital Nasser informou que 17 palestinos foram mortos e 69 ficaram feridos perto de locais de distribuição de ajuda na cidade de Rafah, no sul. Cortando o acesso A área de Gaza sob ordem de evacuação é onde muitas organizações internacionais que tentam distribuir ajuda estão localizadas. As Nações Unidas entraram em contato com as autoridades israelenses para esclarecer se instalações da ONU no sudoeste de Deir al-Balah estão incluídas na ordem de evacuação de domingo, segundo um funcionário da ONU que falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar com a mídia. O funcionário disse que, em ocasiões anteriores, instalações da ONU foram poupadas das ordens de evacuação. O anúncio de evacuação se estende de uma área previamente evacuada até a costa e dificultará severamente a movimentação de grupos de ajuda e civis em Gaza. O porta-voz militar Avichay Adraee alertou que o Exército atacará "com intensidade" contra militantes. Ele pediu que os moradores, inclusive aqueles abrigados em tendas, se dirijam à área de Muwasi, um campo de tendas desolado na costa sul de Gaza, que o Exército israelense designou como zona humanitária. A população de Gaza, com mais de 2 milhões de palestinos, enfrenta uma crise humanitária catastrófica. O Hamas desencadeou a guerra de 21 meses quando militantes invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns. Cinquenta permanecem cativos, mas acredita-se que menos da metade esteja viva. A ofensiva militar israelense que se seguiu matou mais de 58 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não informa quantos militantes estão entre os mortos, mas afirma que mais da metade das vítimas são mulheres e crianças. O ministério faz parte do governo do Hamas, mas a ONU e outras organizações internacionais o consideram a fonte mais confiável de dados sobre vítimas. O Fórum das Famílias dos Reféns, uma organização de base que representa muitos parentes dos sequestrados, condenou o anúncio de evacuação e exigiu que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o Exército israelense expliquem o que esperam alcançar na região central de Gaza, acusando Israel de operar sem um plano de guerra claro. “Chega! O povo israelense quer, em sua maioria, o fim dos combates e um acordo abrangente que traga de volta todos os reféns”, disse o fórum. Na noite de sábado (19), durante o protesto semanal, dezenas de milhares de manifestantes marcharam em Tel Aviv até uma filial da embaixada dos EUA, pedindo o fim da guerra. Aumenta o desastre humanitário Neste domingo, ambulâncias em frente a três grandes hospitais de Gaza soaram seus alarmes simultaneamente, em um apelo urgente para esclarecer a crise de fome no território. O Ministério da Saúde publicou fotos nas redes sociais de médicos segurando cartazes sobre crianças desnutridas e falta de medicamentos. Zaher al-Wahidi, um dos porta-vozes do Ministério da Saúde, disse que pelo menos nove crianças menores de 5 anos morreram de desnutrição, desde o bloqueio de entrada de ajuda imposto por Israel em março. Ele explicou que é difícil rastrear o número de pessoas que morrem de fome porque algumas podem estar sofrendo de outras condições médicas que podem piorar quando combinadas com fome severa. No norte de Gaza, o diretor do Hospital Shifa, Abu Selmiyah, disse que o hospital registrou 79 pessoas que morreram de desnutrição no mês passado. Os bombardeios israelenses continuaram a atingir a Faixa de Gaza durante a noite. Grandes explosões no norte de Gaza eram visíveis de Israel, enquanto colunas de fogo subiam para o céu. Menina de 5 anos sobrevive a bombardeio de Israel em antiga escola de Gaza Trump diz que acordo de cessar-fogo em Gaza pode sair na 'semana que vem'

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