Justiça determina prisão imediata de motorista que matou cicloativista

Condenado a 13 anos de prisão, José Maria da Costa Júnior dirigia embriagado quando atropelou e matou Marina Harkot em novembro de 2020

Nov 6, 2025 - 18:30
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Justiça determina prisão imediata de motorista que matou cicloativista

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou nesta quinta-feira (6/11) a prisão imediata de José Maria da Costa Júnior, que atropelou e matou a cicloativista Marina Harkot em novembro de 2020, na zona oeste de São Paulo. O mandado foi expedido um dia após o tribunal confirmar a sentença do motorista, condenado a 12 anos de prisão em regime fechado e um ano em regime aberto. Cabe recurso.

Até o momento da publicação desta reportagem, não havia informações sobre o cumprimento do mandado contra o homem.

A prisão imediata foi confirmada pela 11° Câmara de Direito Criminal do TJSP por unanimidade. Em janeiro de 2025, o condutor já havia sido condenado em primeira instância pelo crime de homicídio doloso por dolo eventual, embriaguez ao volante e omissão de socorro, e recorria em liberdade.

José Maria dirigia embriagado quando, na noite de 7 de novembro de 2020, atropelou pelas costas Marina Harkot, que pedalava na Avenida Paulo VI, no bairro Sumaré, em São Paulo. Ele fugiu sem prestar socorro e a cicloativista morreu no local. 4 imagensMarina Kohler HarkotMarina Kohler HarkotO empresário José Maria da Costa Júnior, acusado pela morte de Marina Kohler HarkotFechar modal.1 de 4

Marina Kohler HarkotReprodução/Redes sociais2 de 4

Marina Kohler HarkotReprodução/Redes sociais3 de 4

Marina Kohler HarkotReprodução/Redes sociais4 de 4

O empresário José Maria da Costa Júnior, acusado pela morte de Marina Kohler HarkotReprodução/Câmeras de segurança

Mais tarde, câmeras de segurança flagraram o motorista chegando em sua residência após o acidente, visivelmente alterado pela bebida e gargalhando. As imagens foram feitas no momento em que José Maria supostamente estava reunindo itens pessoais para fugir e destruindo provas do acontecimento.

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Ele foi sentenciado por homicídio doloso (quando se assume o risco de matar) e perdeu o direito de dirigir por cinco anos após cumprimento da pena.

A defesa de José Maria não retornou ao conato do Metrópoles. O espaço segue aberto para manifestações

O que se sabe sobre o caso

  • Marina voltava para casa em sua bicicleta quando foi atropelada pelo motorista em 7 de novembro de 2020, que, além de estar embriagado, trafegava em alta velocidade e não prestou socorro.
  • Câmeras de segurança flagraram José Maria chegando em sua residência após o acidente visivelmente alterado pela bebida e gargalhando.
  • As imagens foram feitas na hora em que ele supostamente estava reunindo itens pessoais para fugir e destruindo provas do acontecimento.
  • No início das investigações, o empresário ficou foragido. Ele apareceu após advertência do delegado sobre expedição de mandado de prisão.
  • José Maria da Costa Júnior respondeu por homicídio doloso qualificado por ter causado perigo comum com sua conduta.
  • O julgamento do motorista havia sido marcado para junho de 2024, mas foi adiado após a defesa do réu apresentar um atestado médico de dengue.
  • A doença não foi comprovada e o Ministério Público de São Paulo requereu instauração de procedimento para investigar a médica responsável pelo atestado.
  • O motorista foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado pelo crime de homicídio e a mais um ano de detenção por omissão de socorro e condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada.

Quem era a cicloativista

Marina Harkot tinha 28 anos quando foi morta. Ela era ativista feminista e de movimentos que defendem políticas públicas de mobilidade urbana, especialmente de ciclismo.

Formada em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), Marina cursava programa de doutorado e atuava como pesquisadora no Laboratório Espaço Público e Direito (LabCidade) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP).

Sua dissertação de mestrado, “A bicicleta e as mulheres: mobilidade ativa, gênero e desigualdades socioterritoriais em São Paulo”, é considerada referência acadêmica sobre o tema no Brasil e internacionalmente.

Marina era filha do oceanógrafo Paulo Garreta Harkot e da bióloga Maria Claudia Kohler e esposa do jornalista Felipe Burato.

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