Justiça torna réu motorista que atropelou e matou jovens de 18 anos

São Paulo – A Vara do Júri de São Caetano do Sul, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), aceitou a denúncia do Ministério Público do estado (MPSP) e tornou réu o motorista que atropelou e matou duas jovens de 18 anos em São Caetano, na região metropolitana da capital.

Brendo Santos Sampaio, de 26 anos, foi preso em flagrante em 10 de abril, no dia seguinte ao crime que vitimou Isabela Regis e Isabelli Helena de Lima Costa. A defesa do réu chegou a pedir pela soltura, mas o requerimento foi negado pela Justiça.

De acordo com o MPSP, “o réu habitualmente infringia regras de velocidade, não respeitava os semáforos e dirigia manuseando o celular”. O Metrópoles mostrou anteriormente que Brendo já recebeu sete multas por excesso de velocidade.

Motorista atropelou jovens que atravessavam na faixa de pedestres

• Isabela Regis e Isabelli Helena de Lima Costa atravessavam uma faixa de pedestres na Avenida Goiás, principal via de São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo, na noite de 9 de abril.
• As duas foram atingidas pelo Honda Civic de Brendo, que transitava a 120km/h, o dobro do limite para a via, de 60 km/h.
• As jovens foram arremessadas a mais de 50 metros do local do acidente e não resistiram.
• O carro de Brendo ficou completamente destruído após o acidente.
• O motorista foi submetido ao teste do bafômetro, que teve resultado negativo.
• Ele foi levado à delegacia da cidade, e foi ouvido até a manhã seguinte, 10 de abril, quando foi preso em flagrante.
• O motorista contou à polícia que é estudante de Direito e tinha acabado de sair da faculdade, nas proximidades da Avenida Goiás, quando atropelou as duas amigas.
• Uma testemunha ouvida pela polícia afirmou que o motorista do Honda Civic foi visto pouco antes do acidente disputando corrida com um Onix de cor branca.
• O caso é investigado pela Polícia Civil como homicídio.

Vídeo mostra momento do acidente

Uma câmera de segurança captou o momento em que Brendo atropelou as duas jovens. Veja:

O que diz a defesa do réu

Na época do acidente, a defesa de Brendo definiu o ocorrido como uma fatalidade, “onde as vítimas, de certo modo, atravessaram ainda quando o semáforo estaria vermelho para elas”.

A reportagem mostrou anteriormente que a defesa do motorista pediu um exame toxicológico das vítimas. Segundo a advogada do motorista, o teste se faz necessário para entender se as amigas tinham “alguma diminuição da percepção da realidade por conta de bebida ou outra coisa” no momento do ocorrido.

Ao Metrópoles, a advogada Thais Vianna, representante de Brendo, afirmou que as jovens não perceberam todos os sinais presentes no momento do acidente que, de acordo com ela, mostravam a impossibilidade da travessia.

“O farol estava vermelho, elas não viram. O aviso sonoro elas não ouviram. O barulho do carro elas não ouviram. Elas não perceberam todos os sinais que estavam mostrando para elas que não poderiam atravessar. Então, longe de culpar as vítimas, mas nós precisamos entender a dinâmica”, esclareceu a defensora.

A defesa foi procurada para comentar a recente decisão da Justiça que tornou Brendo réu, mas não retornou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.