Lutador suspeito de morte de empresário é réu por desvio de R$ 200 mil

Leandro Thallis chefiava equipe de seguranças que atuaram em evento após o qual empresário foi encontrado morto em buraco

Jul 19, 2025 - 03:50
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Lutador suspeito de morte de empresário é réu por desvio de R$ 200 mil

Um dos investigados pelo homicídio do empresário Adalberto Júnior, de 35 anos, o segurança e lutador de jiu-jítsu Leandro Thallis Pinheiro, 35, é réu em um processo de fraude, no qual foram desviados quase R$ 213 mil das Lojas Marabráz.

Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, na manhã desta sexta-feira (18/7), quando um mandado de busca e apreensão — relacionado ao caso do empresário morto — era cumprido em sua casa. Leandro foi solto, em meados da tarde, após pagar fiança de pouco mais de R$ 1.800. Dele foram apreendidos dois celulares e um notebook.

O lutador liderava a equipe de seguranças que atuou em um evento no Autódromo de Interlagos, na zona sul paulistana, após o qual Adalberto foi encontrado morto, dentro de um buraco, em 3 de junho. A autoria da morte, investigada como homicídio, ainda é um mistério para a Polícia Civil. 10 imagensEsposa de empresário lamenta morte nas redes sociaisAdalberto era paulistaO empresário Adalberto Junior com a esposa FernandaFechar modal.1 de 10

Resgate do corpo de AdalbertoDivulgação/Polícia Civil2 de 10

Reprodução/Redes Sociais3 de 10

Reprodução4 de 10

Esposa de empresário lamenta morte nas redes sociaisReprodução/Redes Sociais5 de 10

Adalberto era paulistaRede social/Reprodução6 de 10

O empresário Adalberto Junior com a esposa FernandaReprodução/Redes sociais7 de 10

Ele era empresário Rede social/Reprodução8 de 10

Mancha de sangue encontrado em carro de empresárioReprodução9 de 10

O empresário Adalberto Junior com a esposa, FernandaRede social/Reprodução10 de 10

Adalberto Junior estava desaparecido desde a última sexta-feira (30/5)Rede social/Reprodução

“Peça fundamental”

Diferentemente de liderança que ocupou no evento em Interlagos — informação retirada dos registros da empresa Esc Segurança –, Leandro foi chefiado por Cristiano Canela da Silva em um esquema fraudulento, no qual foram subtraídos R$ 212.922,53 das Lojas Marabráz, em 2011.

Apesar de antigo, o caso segue em andamento e os envolvidos serão julgados no próximo dia 30.

No processo, obtido pelo Metrópoles, Leandro é apontado como “peça fundamental no esquema”. Isso porque os dados dele, além da conta bancária, foram inseridos, por Cristiano Canela, em cadastros de montadores de móveis inativos.

Por meio desse estratagema, Leandro recebeu, indevidamente, R$ 59.701,74, atuando com três comparsas no furto dos valores, “mediante abuso de confiança”.

A fraude foi desvendada pelo departamento administrativo da empresa, que desconfiou de gastos excessivos resultantes do serviço de montagem de móveis. Uma auditoria interna confirmou os desvios. Mandados de busca e apreensão foram expedidos, resultando na obtenção de comprovantes de depósitos bancários.

Pelo crime o Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou Leandro, Cristiano Canela, Guilherme de Oliveira Santos e Ricardo Silva Dias. Documentos judiciais mostram que Ricardo recebeu em sua conta bancária, de forma fraudulenta, R$ 51.796,16, e Guilherme R$ 5.168,34.

Mentor do esquema

Cristiano Canela da Silva, segundo denúncia da Promotoria, foi mentor do furto qualificado mediante abuso de confiança.

Na ocasião, ele trabalhava como assistente administrativo da empresa, liberando o pagamento por eventuais serviços de montagens de móveis e a emissão das folhas de pagamento, usando para isso o sistema da Marabráz.

Com isso, ele se valeu do cargo de confiança e alterou cadastros de montadores, já desativados, incluindo neles os dados pessoais, além das contas bancárias dos três comparsas, entre eles, o lutador de jiu-jítsu.

O MPSP ofereceu denúncia contra os quatro envolvidos, em agosto de 2017.

Entenda a cronologia do desaparecimento de empresário em Interlagos

Adalberto não voltou para casa após ter passado o dia com um amigo no evento de motocicletas no Autódromo de Interlagos. Em depoimento à polícia, o amigo descreveu como foi o dia em que o empresário desapareceu.

Amigos há cerca de oito anos, de acordo com o relato, os dois mantinham o mesmo interesse por motocicletas e participavam de um grupo de WhatsApp chamado “Renatinha Motoqueirinha”, no qual organizavam passeios de moto e conversavam diariamente.

Adalberto e o amigo participaram de test drives de motocicletas, das 14h30 às 17h. Em seguida, foram tomar um café em um dos quiosques e passear pelo evento. O empresário, então, teria sugerido que os dois tomassem uma cerveja.

 

Às 17h15, compareceram a uma ativação de motocross dentro do evento e, às 19h45, foram assistir ao show do cantor Matuê. Durante a apresentação, Adalberto e o amigo teriam usado maconha, adquirida de estranhos, no local, pelo próprio empresário. Eles beberam cerca de oito cervejas.

Segundo o depoimento do amigo, Adalberto estava alcoolizado e alterado. A combinação da maconha com a cerveja o deixou “mais agitado que o normal”, de acordo com o relato. Não houve brigas, desentendimentos ou qualquer outra situação que pudesse trazer problemas, contou o amigo.

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O show acabou às 21h e os amigos se despediram às 21h15. Adalberto alegou que precisava ir embora para jantar com a esposa. O amigo permaneceu no evento, comeu um hambúrguer e tomou refrigerante. Ele disse que deixou o Autódromo de Interlagos às 22h30.

No depoimento, ele disse que chegou em casa às 23h e adormeceu. Por volta das 2h de sábado (31/5), recebeu uma mensagem da esposa do empresário perguntando sobre o paradeiro do marido.

No dia seguinte ao desaparecimento de Adalberto, no domingo (1º/6), o amigo que prestou depoimento teve uma motocicleta roubada. Ele contou que foi abordado por quatro indivíduos armados, que estavam em duas motos. Celular e capacete também foram levados.

Corpo encontrado em buraco

O corpo de Adalberto foi encontrado na Avenida Jacinto Júlio em um buraco de 2 metros de profundidade e 40 centímetros de diâmetro. De acordo com a diretora do DHPP, Ivalda Aleixo, o cadáver não tinha lesões aparentes, vestígios de sangue, ferimentos ou fraturas.

O empresário estava no buraco com um capacete “colocado” na cabeça e as mãos para cima, vestindo nada além de uma jaqueta e a cueca (entenda abaixo). O cadáver ainda tinha muita terra no rosto e nas mãos, em razão de o empresário ter ficado dentro de um vão de uma obra, realizada perto do Kartódromo de Interlagos, onde o carro estava estacionado.

Veja:

A diretora do DHPP acredita que Adalberto foi colocado no buraco já morto ou desacordado, pois, segundo ela, não havia sinais de que o empresário tenha reagido ou tentado escalar o local. Ivalda ainda mencionou que a vítima estava a cerca de um metro de profundidade na terra, e que só não estava mais abaixo porque os braços impediram que o corpo descesse.

Como Adalberto foi encontrado

  • Adalberto Júnior foi encontrado no último de vários buracos de uma obra realizada na região do kartódromo.
  • Ele usava um capacete preto e estava com as mãos para cima. Uma delas tinha a aliança de casamento, o que ajudou na identificação do corpo.
  • A vítima não apresentava ferimentos, estava com o celular (sem bateria), carteira com dinheiro e alguns documentos no bolso.
  • O empresário usava apenas jaqueta e cueca. O restante das roupas não foi localizado.
  • A jaqueta tem valor aproximado de R$ 2.500 a R$ 3.000.
  • O capacete que ele usava não estava bem preso, apenas “colocado”, como explicou a diretora do DHPP, Ivalda Aleixo.
  • Um médico legista que acompanhou as equipes policiais contou que o empresário aparentava estar no buraco de 36 a 40 horas. No entanto, o tempo não condiz com o tempo do desaparecimento de Adalberto – desde a noite de 30 de maio.
  • De acordo o DHPP, o corpo apresentava pouco inchaço e, considerando que a vítima desapareceu em 30 de maio, deveria estar em um estágio de decomposição mais avançado do que o observado no momento da descoberta, em 3 de junho.
7 imagensOs agentes localizaram o cadáver em um buraco de 2 metros de profundidade e 40 cm de diâmetroDe acordo com a PM, a vítima estava de capacete, o que dificultou a confirmação da identidade do corpoAdalberto Junior estava desaparecido desde a última sexta-feira (30/5)O empresário Adalberto Junior com a esposa, FernandaEle era empresário Fechar modal.1 de 7

A polícia achou corpo de Adalberto próximo ao posto 9 do Autódromo de InterlagosTV Globo/Reprodução2 de 7

Os agentes localizaram o cadáver em um buraco de 2 metros de profundidade e 40 cm de diâmetroTV Globo/Reprodução3 de 7

De acordo com a PM, a vítima estava de capacete, o que dificultou a confirmação da identidade do corpoTV Globo/Reprodução4 de 7

Adalberto Junior estava desaparecido desde a última sexta-feira (30/5)Rede social/Reprodução5 de 7

O empresário Adalberto Junior com a esposa, FernandaRede social/Reprodução6 de 7

Ele era empresário Rede social/Reprodução7 de 7

Adalberto era paulistaRede social/Reprodução

O corpo foi encontrado por um dos funcionários da construção, na manhã do dia 3 de janeiro. Inicialmente, o trabalhador acreditou se tratar de um boneco, já que só conseguia ver o capacete de Adalberto, mas acionou as autoridades mesmo assim. Um inquérito foi instaurado no DHPP, que investiga o caso como homicídio.

 

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