Mauro Vieira condena ‘conluio’ contra soberania brasileira e diz que ‘amantes’ da intervenção não terão ‘êxito’
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou nesta segunda-feira (4) o que chamou de “conluio” entre brasileiros e forças estrangeiras em uma tentativa de atacar instituições e a soberania do Brasil. Vieira afirmou que “saudosistas declarados do arbítrio”, em uma referência ao golpe militar de 1964, e “amantes confessos da intervenção estrangeira não terão […]


O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou nesta segunda-feira (4) o que chamou de “conluio” entre brasileiros e forças estrangeiras em uma tentativa de atacar instituições e a soberania do Brasil.
Vieira afirmou que “saudosistas declarados do arbítrio”, em uma referência ao golpe militar de 1964, e “amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional”.
O chanceler brasileiro deu as declarações a uma plateia de diplomatas, que comemoravam o aniversário de 80 anos do Instituto Rio Branco.
Sanções dos EUA
Sem mencionar diretamente as sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ele defendeu ser “preciso firmeza e inteligência na defesa dos interesses brasileiros”.
Segundo ele, em um “ultrajante conluio”, brasileiros e forças estrangeiras têm se mobilizado para orquestrar ataques à democracia brasileira.
“Tenho enorme orgulho e sentido de responsabilidade na atual tarefa de liderar o Itamaraty na defesa da soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras. Nesse ultrajante conluio, que tem como alvo a nossa democracia, os fatos e a realidade não importam para os que se erigem em veículo antipatriótico de intervenções estrangeiras”, declarou.
Na última quarta-feira (30), o presidente americano, Donald Trump, elevou para 50% a alíquota aplicada sobre produtos brasileiros exportados para os EUA.
Ele já havia anunciado a medida em uma carta enviada ao governo brasileiro, justificando a sobretaxa com menções e críticas a processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF, réu na trama golpista.
Na esteira do anúncio, o governo americano seguiu com ataques diretos ao STF e cancelou os vistos de entrada no país de ministros da Corte. O movimento mais recente foi a imposição de sanções mais duras ao ministro do STF Alexandre de Moraes, com a aplicação da Lei Magnitsky.
Defesa das instituições
Mais uma vez, sem mencionar Bolsonaro e aliados, Mauro Vieira saiu em defesa do Poder Judiciário. O chanceler declarou que as instituições brasileiras “derrotaram uma tentativa de golpe militar”.
“A Constituição Cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação. Nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”, afirmou.
À plateia de diplomatas, o ministro das Relações Exteriores afirmou que é papel do Itamaraty “defender a Carta e a nossa ordem institucional”.
Mauro Vieira disse ainda que o Brasil precisa de uma diplomacia “serena, firme e desassombrada para navegar a desordem”. Para ele, a atuação diplomática do país tem “respaldo de um povo que repele visões mesquinhas e ‘apequenadoras’ do seu país”.
Defesa do multilateralismo
Em seu discurso, Mauro Vieira voltou a defender o multilateralismo e o comércio do Brasil com outros países.
Segundo ele, o Brasil defende o multilateralismo porque a “alternativa a ele é o arbítrio unilateral e a lei da selva”.
“É para termos uma ordem internacional com sustentáculo no multilateralismo, com peso, embasamento e vigência real, que o Brasil atua por um mundo multipolar. O Brasil não pode deixar de favorecer uma redistribuição do poder global. Atuaremos, sem trégua, por uma multipolaridade.”
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