Membros de comitê palestino para governar Gaza já foram definidos
Ministro turco Hakan Fidan afirmou que o comitê palestino assumirá a administração diária de Gaza em meio a período de transição
A Turquia informou que a lista de membros do comitê palestino responsável pela administração da Faixa de Gaza durante o período de transição já foi aprovada. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, neste sábado (15/11) em entrevista à mídia turca.
“Precisamos agilizar a entrega de suprimentos médicos, alimentos e itens de primeira necessidade para Gaza. Precisamos organizar acomodações temporárias. Nesse sentido, é importante aprovar um projeto relevante no Conselho de Segurança da ONU. Uma das questões mais importantes é a criação de um comitê não político, composto por palestinos, que irá otimizar o cotidiano na Faixa de Gaza, inclusive resolvendo questões como o fornecimento de eletricidade e água e a distribuição de alimentos”, disse Fidan.
O chanceler afirmou que os membros do comitê não estão envolvidos na política, mas são nomes “bem conhecidos” e aceitos na região. “O comitê palestino assumirá a administração diária de Gaza. Precisaremos criar a força policial, e isso levará tempo. Esse período cria vulnerabilidade e será difícil garantir a entrega da ajuda nas quantidades necessárias durante esse tempo”, acrescentou.
O comitê palestino, composto por tecnocratas, será responsável por administrar serviços básicos como eletricidade, água e distribuição de alimentos, enquanto a criação de uma força policial local é organizada.
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Turquia acusa Israel de fragilizar cessar-fogo e bloquear ajuda a Gaza
Contexto de tensões com Israel
A fala do chanceler sobre os passos seguintes do cessar-fogo em Gaza ocorre em meio a uma forte tensão diplomática entre Turquia e Israel. No início de novembro, a Procuradoria-Geral de Istambul emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e 36 altos funcionários israelenses, sob acusações de genocídio e crimes contra a humanidade baseadas em operações militares na região.
Entre os citados estão o ministro da Defesa, Israel Katz, e o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir.
Segundo o governo turco, ações de Israel, como a interceptação da flotilha Sumud, que levava ajuda humanitária até Gaza, contribuíram para o agravamento da situação e motivaram as ordens judiciais.
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Fumaça sobe sobre a Cidade de Gaza após um ataque israelense, visto de NuseiratKhames Alrefi / Anadol / Getty Images
FAIXA DE GAZA – 10 DE OUTUBRO: Palestinos carregando seus pertences retornam às suas casas após o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza em 10 de outubro de 2025Hassan Jedi/Anadolu via Getty Images
Cessar-fogo frágil
“Temos fortes indícios de que Israel, sob comando de Netanyahu, não acredita nos objetivos principais do cessar-fogo. O lado palestino está cumprindo as condições do acordo com grande responsabilidade”, declarou.
O chanceler turco defendeu que o Conselho de Segurança da ONU discuta o envio de uma força internacional de estabilização para garantir a trégua. Ancara busca se firmar como mediadora do conflito e, no início da semana, realizou uma reunião com diplomatas de países árabes e parceiros internacionais para tratar do tema.
Desde agosto, a Turquia suspendeu totalmente as relações comerciais e logísticas com Israel, proibindo navios turcos de entrar em portos israelenses e restringindo o uso do espaço aéreo por aeronaves israelenses. “Nenhum outro país rompeu de forma tão completa os laços com Israel”, declarou Fidan.
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