Menor que socou colega participou de tentativa de latrocínio em parque
Adolescente é apontado pelo ato infracional análogo à tentativa de latrocínio ocorrido em dezembro do ano passado no Parque da Cidade

O adolescente de 16 anos apreendido após dar soco em um colega dentro da sala de aula é investigado por envolvimento em ato infracional análogo à tentativa de latrocínio. Ele foi localizado por agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) em trabalho conjunto com policiais da 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), neste sábado (10/8).
O suspeito confessou os dois casos. Em dezembro passado, ele teria participado de um assalto no qual um adolescente foi esfaqueado Parque da Cidade, próximo ao brinquedo Castelinho. A vítima e um amigo, de 18 anos, haviam saído de um evento no Pavilhão de Exposições, quando foram abordados por um grupo com o adolescente, por volta das 4h.
O bando colocou facas contra os pescoços das vítimas e exigiu que entregassem os pertences. Um dos jovens entregou o aparelho celular, mas o outro teria resistido à abordagem. Nesse momento, ele acabou golpeado no tórax e no abdômen por um dos assaltantes.
O adolescente era investigado por esse ato infracional quando foi localizado com um outro menor — que é suspeito de ter esfaqueado a vítima em dezembro. Os dois estavam almoçando juntos em uma churrascaria quando foram abordados pelos agentes. Ambos também são estudantes do Colégio Objetivo, em Águas Claras, e moram na região administrativa.
Na quarta-feira (7/5), um deles se envolveu em uma briga com o colega e o socou. O murro provocou uma lesão e o jovem está internado na UTI de um hospital particular.
De acordo com o relato do suspeito aos policiais, o jovem teria ido à escola estressado e a vítima teria o provocado. Ele que é lutador de boxe deu soco na barriga do colega. Com o murro, ele expeliu coágulos de sangue ao fazer xixi, causando dor intensa.
O que aconteceu
- De acordo com a mãe da vítima, o garoto levou um soco na lateral do abdômen após o autor, que também tem 15 anos, ficar nervoso por conta de um desentendimento entre colegas em sala.
- A direção do colégio teria advertido o filho dela e suspendido o menino que deu o golpe.
- Já em casa, o adolescente agredido percebeu coágulos de sangue ao urinar. Depois disso, ele começou a sentir uma dor intensa a ponto de ter que ir ao hospital. “Meu filho me ligou falando: ‘Mãe, tô com uma dor no abdômen, no lado esquerdo’.
- De primeira, ele escondeu o motivo, com medo do menino”, relembra a mãe, que prefere não se identificar. “Depois que ele fez xixi, a dor aumentava gradativamente a cada minuto.”
- Enquanto a mãe saía do trabalho, no Plano Piloto, o padrasto do garoto o levou ao hospital. Na unidade particular, os médicos pediram um exame de urina e constataram que não havia alguma infecção ou algo do tipo, e que o problema havia de fato sido causado por alguma pancada.
- “Quando veio o resultado da tomografia, o médico falou que era muito estranho, porque ele notou uma pancada no rim, o que era totalmente incompatível com uma infecção.
- Ele não sentia ardor ao fazer xixi, mas tinha sangramento na urina”, relata a mãe. Neste momento, o rapaz confessou que havia sido agredido.
UTI
Desde então, o garoto está na UTI. “Ele deve ficar por sete dias para que os médicos analisem o quadro evolutivo”, conta a mãe do menino. “Ele pode precisar de uma cirurgia na qual ele pode até perder o rim, porque é uma cirurgia de difícil acesso para enxergar aonde está machucado”, relata.
Para além da preocupação com o filho, a mãe lamenta o caso de agressão. “Eu ensino empatia, amor ao próximo, amizade ao meu filho. A gente o colocou numa escola particular achando que ele estaria numa situação melhor e acaba passando por isso dentro de sala de aula”, comenta.
Depois que o garoto se recuperar, a mãe pretende transferi-lo de colégio. “A única certeza que eu tenho é que ele precisa sair daquela escola. Tem a questão da vergonha que ele está sentindo, do medo da retaliação em estar pelas ruas de Águas Claras e poder encontrar [o agressor] em qualquer esquina… até eu penso em me mudar daqui”, relata.
O que diz a escola
O Colégio Objetivo lamentou o episódio e destacou que acompanha o estado de saúde do garoto internado. Leia a nota abaixo, na íntegra:
“A equipe pedagógica da instituição de ensino informa, com pesar, que ocorreu um episódio de agressão física entre dois estudantes do Ensino Médio, durante a troca de professores em sala de aula. Infelizmente, a ocorrência resultou na hospitalização de um dos estudantes, que foi atingido por um “soco” desferido por um colega.
A escola está em contato contínuo com a família do estudante hospitalizado. Após o ocorrido, a instituição acionou as famílias envolvidas, bem como os órgãos competentes, incluindo a Delegacia da Criança e do Adolescente registrando a Ocorrência nº 81209/2025 e o Conselho Tutelar de Águas Claras. Foram adotadas as medidas pedagógicas cabíveis, incluindo a transferência do estudante responsável pela agressão.
A escola também realizou uma nova intervenção com a turma, reforçando o acompanhamento sistemático por meio do Serviço de Orientação Educacional (SOE) e intensificando a realização de palestras e ações formativas com foco na promoção de valores como respeito, empatia e tolerância.
Reforçamos o nosso compromisso com a segurança e o bem-estar dos estudantes e solicitamos o apoio contínuo das famílias na orientação de seus filhos, visando fortalecer a convivência harmoniosa no ambiente escolar. Agradecemos a compreensão e colaboração de todos, certos de que, juntos, poderemos preservar e promover uma cultura de paz em nossa comunidade escolar”.
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