Moody’s rebaixa nota de crédito dos EUA, que sai do clube dos “AAA”
Agência de classificação de risco justificou mudança alegando dívida e dos juros crescentes. Diretor da Casa Branca contestou alteração

A Moody’s, uma das três principais agências de classificação de risco do mundo, rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos. A avaliação da economia americana, a mais poderosa do planeta, caiu um nível, passando de “AAA” para “AA1”. Ela também teve a perspectiva alterada de “negativa” para “estável”. A mudança ocorreu na sexta-feira (16/05).
O rebaixamento, de acordo com a Moody’s, foi resultado do aumento de mais de uma década da dívida do governo americano e dos juros para níveis “significativamente mais altos do que os de soberanos (outros países) com classificação semelhante”.
“As sucessivas administrações e o Congresso dos EUA falharam em chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes de juros”, afirmou a agência, por meio de comunicado.
O texto divulgado pela Moody’s acrescentou: “Não acreditamos que reduções plurianuais significativas nos gastos obrigatórios e nos déficits resultarão das atuais propostas em consideração”. A agência destacou ainda que o “ônus da dívida federal dos EUA aumentará para cerca de 134% do PIB até 2035, em comparação com 98% em 2024”.
Nível ainda elevado
A Moody’s foi a última entre as principais agências de risco do mundo a manter a classificação máxima AAA para a dívida soberana dos Estados Unidos, embora tenha rebaixado a perspectiva para negativa no fim de 2023. A Standard & Poor’s cortou a nota dos EUA em 2011 e a Fitch, em 2023.
A nota dos EUA caiu do nível mais alto (numa escala de 21 “degraus”), mas permanece em patamar elevado. Ela passou do “prime”, para “high grade”. Com isso, a economia americana deixou o grupo onde ainda estão Alemanha, Dinamarca e Noruega, mas passou ao patamar de Áustria e Finlândia.
Casa Branca protesta
Na sexta-feira, o diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung, criticou a decisão da Moody’s e o economista Mark Zandi, que pertence à agência de risco. “Ninguém leva a ‘análise’ dele a sério. Ele já foi desmentido inúmeras vezes”, escreveu Cheung, em seu perfil no X.
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