Moraes repreende advogado por citação a Tarcísio em depoimento no STF
Advogado foi interrompido durante depoimento de G. Dias e Moraes lembrou que defensor insinuou que Tarcísio esteve em reunião para golpe

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que vai oficiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, ter “insinuado” uma suposta participação do governador em uma reunião no Palácio da Alvorada, em 2022, com o ex-assessor.
Na última segunda-feira (14/7), Chiquini questionou o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, colaborador nas ações penais sobre a tentativa de golpe, sobre a presença de Tarcísio em uma reunião que tratava da suposta conspiração para impedir a posse do presidente eleito.
O advogado apresentou uma planilha de acessos ao Palácio da Alvorada que, segundo ele, indicava a presença de Tarcísio no mesmo horário de Filipe Martins. “O governador Tarcísio foi lá conversar sobre minuta de golpe também?”, perguntou Chiquini. O ex-ajudante sorriu diante do questionamento, e o advogado reagiu pedindo que ele mantivesse a postura.
Moraes então interrompeu a fala do advogado e afirmou que, caso ele tivesse informações concretas sobre a participação do chefe do Palácio dos Bandeirantes, deveria encaminhar os fatos à Procuradoria-Geral da República (PGR), mas lembrou que o governador não é investigado. “Não estou insinuando nada, não ponha palavras na minha boca”, rebateu Chiquini.
Leia também
-
Brasil
Trama golpista: Moraes marca para 24/7 depoimentos de réus do núcleo 4
-
Brasil
Advogado de réu questiona Moraes em audiência: “Cassou minha palavra?”
-
Igor Gadelha
A brincadeira de Moraes com o advogado do PL na audiência do IOF
-
Economia
Haddad espera que decisão de Moraes sobre IOF saia ainda nesta semana
Na sessão desta quarta-feira (16/7), durante o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) G. Dias, Chiquini questionou o general sobre a atuação do órgão no 8 de Janeiro, perguntando ao militar se havia tropas de prontidão para conter os invasores do Palácio do Planalto. Moraes interrompeu, observando que a questão já havia sido tratada na mesma audiência.
“Doutor, quando os golpistas chegaram — porque não são vândalos, são golpistas, inclusive já condenados —, as imagens são muito claras. O senhor deveria ter acompanhado”, afirmou Moraes.
Chiquini rebateu: “Mas quais imagens, senhor? As 190 ou as duas fornecidas?”. Moraes, então, retrucou: “Doutor, como, doutor?”. O advogado insistiu: “A minha pergunta é: quais imagens? Aquelas que desapareceram ou aquelas disponibilizadas de forma seletiva?”.
O ministro retrucou: “O senhor está acusando alguém de ter feito as imagens desaparecerem?”. Chiquini respondeu: “Falei de forma genérica e ainda não cheguei a essa pergunta”. Moraes então advertiu o advogado: “Porque eu já estou oficiando o Governador Tarciso [de Freitas] para informar das suas acusações de ontem. O senhor quer que eu informe mais alguma autoridade sobre suas acusações?”.
Réus do núcleo 2
- Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na gestão de Bolsonaro;
- Fernando de Sousa Oliveira – ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do DF;
- Filipe Garcia Martins Pereira – ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência;
- Marcelo Costa Câmara – coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro;
- Marília Ferreira de Alencar – delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Segurança Pública do Distrito Federal; e
- Mário Fernandes – general da reserva do Exército e “kid preto”.
Segundo a PGR, Vasques, Marília e Fernando coordenaram o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro no poder. Pela denúncia, Mário Fernandes ficou responsável por coordenar as ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, em conjunto com Marcelo Câmara, além de realizar a interlocução com as lideranças populares ligadas ao 8 de Janeiro.
Filipe Martins seria o responsável por auxiliar o ex-presidente com o projeto para decretar estado de sítio no país.
Núcleo 2
16/7 – 9h (réu: Filipe Martins):
Testemunhas:
Marco Antonio Freire Gomes Carlos De Almeida Batista Junior Marcel Van Hattem Helio Lopes Eduardo Pazuello Eduardo Girão Rodrigo Pacheco Onyx Lorenzoni Marco Edson Gonçalves Dias Fernanda Januzzi Eduardo Tagliaferro Mateus Matos Diniz Stella Maria Flores Floriani Burda Saleh Ahmad Salem Alzariam Alsuwaidi Yossi Shelley Todd Chapman Rotyslav Tronenko Fabiana Melisse Da Costa Tronenko Bader Abbas Alhelaibi Fabio Alvarez Shor
16/7 – 9h (réu: Marcelo Câmara):
Testemunhas:
Ciro Nogueira Filho Rogerio Simonetti Marinho
Réus do núcleo 4
- Ailton Gonçalves Moraes Barros – major da reserva do Exército;
- Ângelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército;
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
- Giancarlo Gomes Rodrigues – subtenente do Exército;
- Guilherme Marques Almeida – tenente-coronel do Exército;
- Reginaldo Vieira de Abreu – coronel do Exército; e
- Marcelo Araújo Bormevet – agente da Polícia Federal.
Segundo a PGR, os integrantes desse núcleo atuaram em frentes estratégicas de desinformação, com o intuito de minar a credibilidade das urnas eletrônicas e do processo eleitoral, além de pressionar as Forças Armadas a se envolverem no plano golpista.
Eles são acusados dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Testemunhas do núcleo 4
16/7 – 9h (réu: Guilherme Marques Almeida):
Testemunha:
Vitor de Paula Targueta
16/7 – 9h (réu: Marcelo Araujo Bormevet):
Testemunhas:
Luiz Gustavo Da Silva Mota Paulo Mauricio Fortunato Pinho Marcelo Furtado Martins De Paula Frank Marcio De Oliveira
16/7 – 9h (réu: Reginaldo Vieira De Abreu):
Testemunhas:
Marcelo Nogueira De Sousa Wagner Oliveira Da Silva Marcus Rogers Cavalcante Andrade
What's Your Reaction?






