MP pede a condenação de 7 acusados por incêndio no Ninho do Urubu

O incêndio culposo aconteceu no dia 8 de fevereiro de 2019 no Ninho do Urubu. O acidente resultou na morte de dez atletas do Flamengo

May 13, 2025 - 17:30
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MP pede a condenação de 7 acusados por incêndio no Ninho do Urubu

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça vinculada à 36ª Vara Criminal da Capital, pediu, no último domingo (11/5), a condenação dos sete acusados pelo crime de incêndio culposo no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. Dez atletas juvenis do time morreram na tragédia.


Incêndio no Ninho do Urubu

  • O incêndio aconteceu no dia 8 de fevereiro de 2019.
  • O acidente resultou na morte de dez jogadores que atuavam nas categorias de base do Flamengo e deixou outros três adolescentes feridos.
  • De acordo com peritos, o incêndio começou em um aparelho de ar condicionado e se alastrou rapidamente devido ao revestimento dos contêineres.
  • O MP ouviu mais de quarenta testemunhas.
  • Oitivas essas que duraram cerca de três anos após o oferecimento da denúncia.

Observando a complexidade do caso e a pluralidade dos acusados, o MPRJ entendeu que as provas comprovam plenamente a responsabilidade criminal dos denunciados.

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Incêndio matou 10 atletas da base do Flamengo em 2019
Bombeiros vistoriam local do incêndio no Ninho do Urubu
Delegado indiciou ex-presidener do Flamengo pelas mortes de 10 atletas em 2019
Arthur foi um dos jovens que morreu na tragédia do Ninho
Essas marcas ainda estão no muro de um bairro do Rio de Janeiro e é entoada durante o minuto 10 dos jogos do Rubro-Negro
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Bombeiros e ambulâncias chegam ao Ninho do Urubu; 10 atletas morreram e 3 ficaram feridosReprodução

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Incêndio matou 10 atletas da base do Flamengo em 2019Reginaldo Pimenta/RAW Image/Estadão Conteúdo

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Bombeiros vistoriam local do incêndio no Ninho do UrubuReprodução

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Delegado indiciou ex-presidener do Flamengo pelas mortes de 10 atletas em 2019Maurício Almeida/AM Press & Image/Estadão Conteúdo

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Arthur foi um dos jovens que morreu na tragédia do NinhoDivulgação

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Essas marcas ainda estão no muro de um bairro do Rio de Janeiro e é entoada durante o minuto 10 dos jogos do Rubro-NegroDivulgação

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Simulação do incêndio no Ninho do UrubuDivulgação

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O dia 8 de fevereiro de 2019 mudou completamente a vida da família de 10 jovens que atuavam pela base do Flamengo e outras pessoas que estavam no alojamentoDivulgação

Veja quem são os sete acusados pelo incêndio culposo no Ninho do Urubu

  • Antonio Marcio Mongelli Garotti e Marcelo Maia; ocupavam cargos com ingerência na administração no CT
  • Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Fabio Hilario da Silva e Weslley Gimenes; responsáveis pelos contêineres destinados ao alojamento dos adolescentes
  • Edson Colman da Silva; responsável contratado para realizar a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado

Embora onze pessoas tenham sido denunciadas, a Justiça rejeitou a exordial acusatória em relação a dois acusados, por entender que não estavam vinculados ao Ninho do Urubu no momento do acidente.

“Além disso, um terceiro foi absolvido sumariamente, diante do entendimento de que suas ações não contribuíram para a prática do crime. Já o quarto excluído do polo passivo não chegou a ser julgado por questão de ordem pública, uma vez que atingiu a idade prevista no Código Penal que implicava a redução de sua pena, o que resultou na prescrição do delito”, diz o MP.

 Ninho do Urubu

O MPRJ entende que o incêndio poderia ter sido evitado. A Promotora de Justiça responsável ressaltou que os acusados tinham conhecimento de que o Centro de Treinamento estava em funcionamento mesmo sem alvará de funcionamento, devido à falta do certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros. O local já foi interditado e multado várias vezes devido à sua operação clandestina.

Além das irregularidades elétricas encontradas no CT, as investigações apontaram para a falta de manutenção preventiva por parte do responsável do ar-condicionado.

Outro ponto destacado foi a escolha dos contêineres onde os atletas ficavam alojados. Para o MP, o local possuía diversos obstáculos que dificultaram a fuga dos jovens. Os quartos dentro do contêineres tinha janela gradeada e portas de correr que emperraram durante o incêndio.

“Além disso, não dispunha de qualquer sistema ativo de combate a incêndio e continha, no interior das chapas de aço, material sem tratamento antichamas, que por possuírem alta inflamabilidade, permitiram o desenvolvimento rápido do incêndio, conforme devidamente apurado pela perícia técnica”.

As vítimas fatais do incêndio no Ninho foram:

  • Athila Paixão, de 14 anos;
  • Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos;
  • Bernardo Pisetta, 14 anos;
  • Christian Esmério, 15 anos;
  • Gedson Santos, 14 anos;
  • Jorge Eduardo Santos, 15 anos;
  • Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos;
  • Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos;
  • Samuel Thomas Rosa, 15 anos;
  • Vitor Isaías, 15 anos.

Em fevereiro desde ano, o Flamengo fechou acordo judicial com os pais do goleiro Christian Esmério. Era a última família que ainda estava sem acordo com o clube. Christian tinha 15 anos, defendia a seleção de base e era sondado pelo exterior quando morreu nos containers que ficavam no CT do Flamengo. O valor da indenização não foi revelado e está protegido sob cláusula de confidencialidade no acordo pactuado na Justiça.

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