MPF apura morte de filho de escrivã da PC durante operação da PF
PF afirma que o jovem 'reagiu à abordagem', mas a família contesta a versão apresentada. Caso ocorreu em Belém (PA)

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou, nesta quinta-feira (9/10), um procedimento investigatório criminal (PIC) para apurar as circunstâncias da morte de Marcello Vitor Carvalho de Araújo, de 24 anos, ocorrida na manhã desta quarta-feira (8/10), durante uma operação da Polícia Federal (PF) no bairro de Jurunas, em Belém (PA).
A corporação cumpria mandados da Operação Eclesiastes, que investiga uma organização criminosa envolvida em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
O MPF informou que já foram requisitadas informações à Superintendência Regional da PF no Pará, ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal (IML).
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Marcello era formado em educação física e trabalhava como auxiliar administrativo na Polícia CivilReprodução/Redes sociais2 de 2
Filho de escrivã da PC é morto a tiros pela PF durante ação no ParáReprodução/Redes sociais
Entenda o caso
- Segundo a família da vítima, os agentes arrombaram a porta do apartamento onde estavam Marcello, a mãe dele, a escrivã Ana Suellen Carvalho, e o namorado dela, Marcelo Pantoja Rabelo, conhecido como “Marcelo da Sucata”.
- Em seguida, ainda segundo a família, os policiais entraram no imóvel “bastante alterados”. Marcello foi morto confundido com o verdadeiro alvo da operação. “O primeiro tiro atingiu meu sobrinho fora do quarto. Assustado, ele correu para dentro, e eles o seguiram, disparando novamente, e ele caiu”, informou familiares.
- Em nota, a corporação afirmou que Marcello reagiu à abordagem e, ainda segundo a PF, durante a varredura no imóvel, Marcello “investiu contra um policial, desferindo um soco em seu rosto e tentando tomar-lhe a arma e que, diante da agressão e da iminência de novo ataque, foram efetuados disparos” contra o filho da escrivã.
- “Durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, um indivíduo reagiu à abordagem policial, foi atingido e, embora tenha recebido atendimento imediato, não resistiu aos ferimentos”, diz um trecho da nota.
- Familiares, no entanto, contestam a versão apresentada pela corporação. O padrasto da vítima era o alvo da ação e acabou preso.
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Quem era Marcello Victor
Marcello era formado em educação física e trabalhava como auxiliar administrativo na Polícia Civil. Ele era filho da escrivã Ana Suellen Carvalho e sobrinho-neto da promotora do Ministério Público do Pará (MPPA) Ana Maria Magalhães.
Nas redes sociais, o jovem compartilhava momentos de lazer e demonstrava interesse por esportes, mostrando um cotidiano ativo e próximo à família. O corpo do jovem foi velado na tarde desta quinta-feira (9), em Belém.
Quem era “Marcelo da Sucata”, alvo da investigação.
Marcelo Pantoja Rabelo, mais conhecido como “Marcelo da Sucata”, era o foco da operação e já tinha sido preso em 2020, suspeito de ter atropelado um policial militar e suspeito de liderar um grupo de extermínio e de atropelar um policial militar.
A PF informou que “prendeu um dos principais alvos da investigação, identificado como líder de um grupo de extermínio com atuação no Pará”, mas não revelou o nome do detido.
A nota ainda diz que “o alvo do mandado resistiu à prisão, mas foi contido e conduzido à autoridade policial”.
“Marcelo da Sucata”, verdadeiro alvo da investigação
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