O que aconteceu com o urânio do Irã? Após Trump anunciar 'aniquilação', falas de autoridades e imagem de satélite levantam dúvidas

Imagens de caminhões, além de divergências entre as declarações de autoridades dos EUA, do Irã e da ONU levantam suspeitas de que urânio iraniano possa ter sido movido e escondido antes do ataque. Pronunciamento de Donald Trump após ataque ao Irã Um dia após Donald Trump anunciar que o ataque contra o Irã "aniquilou" o programa nuclear do país , altos funcionários do governo americano e outras autoridades admitiram não saber o que aconteceu com o estoque de urânio do país. ❓Entenda as três possibilidades até o momento sobre o urânio do Irã: Destruição total, como deu a entender Donald Trump, presidente dos EUA. Que o material não tenha sido todo destruído, como deu a entender o vice-presidente dos EUA. Que, antes do ataque, o material tenha sido todo movido e escondido, como indicou o Irã. Uma declaração do vice-presidente dos EUA, JD Vance, ao programa "This Week" da ABC no domingo (22), levantou a suspeita entre a imprensa e especialistas de que a certeza que Trump transmitiu sobre a destruição total do material não existe no resto do governo: "Trabalharemos nas próximas semanas para garantir que façamos algo com esse combustível [o estoque de urânio, que pode ser usado para armamento nuclear], e esse é um dos assuntos sobre os quais conversaremos com os iranianos", disse o vice-presidente. Também não se sabe a quantidade existente do material (destruído ou não). Caminhões suspeitos: o urânio foi escondido? Uma imagem de satélite mostra caminhões posicionados perto da entrada da instalação de enriquecimento de combustível de Fordow, próxima a Qom, Irã, em 19 de junho de 2025 Maxar Technologies/Divulgação via REUTERS Divergências entre as declarações de autoridades dos EUA, do Irã e da ONU também levantam suspeitas de que o material tenha sido escondido antes do ataque. De acordo com duas autoridades israelenses ao New York Times, há evidências de que o Irã transferiu equipamentos e urânio de Fordow e Isfahan nos últimos dias. Nos dias que antecederam o ataque dos EUA às instalações nucleares iranianas, imagens de satélite mostravam 16 caminhões de carga próximos a entrada para os túneis que levam ao interior da montanha de Fordow, sugerindo que o Irã também pode ter preparado o local para um ataque. Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirmou à CNN no domingo que "o Irã não escondeu que protegeu este material". Ele afirmou que “ninguém”, incluindo a Agência Internacional de Energia Atômica, está “em posição de avaliar os danos subterrâneos”. Rafael pediu que inspetores sejam autorizados a retornar “aos sítios nucleares do Irã e contabilizar os estoques de urânio, incluindo, mais importante ainda, os 400 kg enriquecidos a 60%”. Essa hipótse do material removido é apontada pelos próprios líderes iranianos - mas não é possível saber se este é apenas um discurso político para esconder os danos ao programa nuclear. Hassan Abedini, vice-diretor político da emissora estatal iraniana, afirmou em entrevista ao canal que o Irã "não sofreu um grande golpe porque os materiais já haviam sido retirados" das instalações. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de fiscalização nuclear da ONU, informou que não houve aumento nos níveis de radiação após o ataque. Impacto nas instalações Imagens de satélite feitas no domingo (22) mostram crateras recentes na região de Fordow, provavelmente causadas pelos bombardeios dos EUA, bem como poeira cinza e detritos espalhados pela encosta da montanha, indicando que as explosões não causaram estragos tão 'severos' como Trump anunciou. Stu Ray, analista de danos da McKenzie Intelligence Services, disse à BBC que as bombas usadas pelos militares americanos não são projetadas para detonar na superfície, mas sim em áreas profundas. Isso explicaria por que as explosões não causaram um grande impacto visível. O que se vê no solo, como coloração cinza, podem ser detritos de concreto expelidos pelas explosões. GIF de ANTES e DEPOIS: imagens mostram instalação nuclear de Fordow, no Irã, após ataque dos Estados Unidos Planet Labs PBC via AP Radiação, vítimas e danos: veja perguntas e respostas

Jun 23, 2025 - 14:00
 0  0
O que aconteceu com o urânio do Irã? Após Trump anunciar 'aniquilação', falas de autoridades e imagem de satélite levantam dúvidas

Imagens de caminhões, além de divergências entre as declarações de autoridades dos EUA, do Irã e da ONU levantam suspeitas de que urânio iraniano possa ter sido movido e escondido antes do ataque. Pronunciamento de Donald Trump após ataque ao Irã Um dia após Donald Trump anunciar que o ataque contra o Irã "aniquilou" o programa nuclear do país , altos funcionários do governo americano e outras autoridades admitiram não saber o que aconteceu com o estoque de urânio do país. ❓Entenda as três possibilidades até o momento sobre o urânio do Irã: Destruição total, como deu a entender Donald Trump, presidente dos EUA. Que o material não tenha sido todo destruído, como deu a entender o vice-presidente dos EUA. Que, antes do ataque, o material tenha sido todo movido e escondido, como indicou o Irã. Uma declaração do vice-presidente dos EUA, JD Vance, ao programa "This Week" da ABC no domingo (22), levantou a suspeita entre a imprensa e especialistas de que a certeza que Trump transmitiu sobre a destruição total do material não existe no resto do governo: "Trabalharemos nas próximas semanas para garantir que façamos algo com esse combustível [o estoque de urânio, que pode ser usado para armamento nuclear], e esse é um dos assuntos sobre os quais conversaremos com os iranianos", disse o vice-presidente. Também não se sabe a quantidade existente do material (destruído ou não). Caminhões suspeitos: o urânio foi escondido? Uma imagem de satélite mostra caminhões posicionados perto da entrada da instalação de enriquecimento de combustível de Fordow, próxima a Qom, Irã, em 19 de junho de 2025 Maxar Technologies/Divulgação via REUTERS Divergências entre as declarações de autoridades dos EUA, do Irã e da ONU também levantam suspeitas de que o material tenha sido escondido antes do ataque. De acordo com duas autoridades israelenses ao New York Times, há evidências de que o Irã transferiu equipamentos e urânio de Fordow e Isfahan nos últimos dias. Nos dias que antecederam o ataque dos EUA às instalações nucleares iranianas, imagens de satélite mostravam 16 caminhões de carga próximos a entrada para os túneis que levam ao interior da montanha de Fordow, sugerindo que o Irã também pode ter preparado o local para um ataque. Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirmou à CNN no domingo que "o Irã não escondeu que protegeu este material". Ele afirmou que “ninguém”, incluindo a Agência Internacional de Energia Atômica, está “em posição de avaliar os danos subterrâneos”. Rafael pediu que inspetores sejam autorizados a retornar “aos sítios nucleares do Irã e contabilizar os estoques de urânio, incluindo, mais importante ainda, os 400 kg enriquecidos a 60%”. Essa hipótse do material removido é apontada pelos próprios líderes iranianos - mas não é possível saber se este é apenas um discurso político para esconder os danos ao programa nuclear. Hassan Abedini, vice-diretor político da emissora estatal iraniana, afirmou em entrevista ao canal que o Irã "não sofreu um grande golpe porque os materiais já haviam sido retirados" das instalações. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de fiscalização nuclear da ONU, informou que não houve aumento nos níveis de radiação após o ataque. Impacto nas instalações Imagens de satélite feitas no domingo (22) mostram crateras recentes na região de Fordow, provavelmente causadas pelos bombardeios dos EUA, bem como poeira cinza e detritos espalhados pela encosta da montanha, indicando que as explosões não causaram estragos tão 'severos' como Trump anunciou. Stu Ray, analista de danos da McKenzie Intelligence Services, disse à BBC que as bombas usadas pelos militares americanos não são projetadas para detonar na superfície, mas sim em áreas profundas. Isso explicaria por que as explosões não causaram um grande impacto visível. O que se vê no solo, como coloração cinza, podem ser detritos de concreto expelidos pelas explosões. GIF de ANTES e DEPOIS: imagens mostram instalação nuclear de Fordow, no Irã, após ataque dos Estados Unidos Planet Labs PBC via AP Radiação, vítimas e danos: veja perguntas e respostas

What's Your Reaction?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow

tibauemacao. Eu sou a senhora Rosa Alves este e o nosso Web Portal Noticias Atualizadas Diariamente