A dramática transformação de Degerismara Alcantara Sousa, assassinada no meio da rua em Grossos, serve como um alerta visceral sobre a velocidade e a intensidade da deterioração física e social causada pelo vício. A comparação entre as duas imagens de Degerismara Alcantara Sousa, detida em Mossoró/RN por envolvimento com o Art. 33 (Tráfico de Drogas), revela o drama silencioso e, por vezes, chocante, do vício em substâncias psicoativas.

Elas não apenas mostram a mesma pessoa em dois momentos distintos, mas também ilustram, de forma cruelmente clara, o que o uso crônico de drogas pode fazer com o corpo, a mente e a dignidade humana.

A Transformação Física e Emocional

A primeira imagem, tipicamente associada a um registro formal (como uma foto de prontuário policial ou carcerário), apresenta Degerismara com um semblante mais reservado, mas com a pele e o corpo ainda com sinais de cuidado, sugerindo um estado de saúde menos comprometido. A segunda imagem, que a mostra em situação de rua, possivelmente no auge de seu envolvimento com o vício, é drasticamente diferente:

• Deterioração Física: A pele se mostra severamente castigada pela exposição ao sol e falta de higiene. A perda de peso é notável, evidenciando desnutrição e a negligência com a saúde básica.

• Expressão e Olhar: O olhar da segunda foto é vazio, desesperado e exausto. O rosto apresenta uma expressão de sofrimento contínuo, contrastando com a pose mais estável e séria da primeira. Este é o reflexo da exaustão mental e da dependência que comanda a vida.

• Perda de Identidade: A postura e as vestimentas na segunda foto falam de uma completa desestruturação social. A vida nas ruas e o vício destroem a capacidade de autocuidado e de manter laços sociais, levando à marginalização extrema.

Ciência por Trás da Degradação

Os efeitos visíveis do uso de drogas como o crack, a cocaína e outras substâncias no corpo humano são resultado de complexas alterações fisiológicas:

1. Desnutrição e Emaciação: A prioridade do usuário crônico passa a ser o consumo da droga, não a alimentação. Estimulantes como o crack suprimem o apetite, levando à perda extrema de peso e à carência de vitaminas e nutrientes essenciais.

2. Danos à Pele: O estilo de vida na rua, a falta de higiene, a desidratação e a exposição ao sol, somados à supressão do sistema imunológico, tornam a pele seca, envelhecida e vulnerável a infecções e lesões.

3. Saúde Mental e Comportamento: A alteração na neuroquímica cerebral (principalmente nos centros de prazer e recompensa) leva à paranoia, agressividade e depressão severa. O desespero visto no olhar é a manifestação da síndrome de abstinência e da perda de controle sobre a própria vida.

A dramática mudança nas fotos de Degerismara Alcantara Sousa é um poderoso lembrete de que a dependência química é uma doença que rouba não apenas a saúde, mas também a identidade e a dignidade do indivíduo. É um ciclo de autodestruição que exige atenção em saúde pública e políticas eficazes de acolhimento e tratamento

Matéria Especial (Blog Fim da Linha)

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