O terrorismo comercial norte-americano (por Renan Calheiros)

É nítido que Jair Bolsonaro é um pretexto. A questão de fundo é o debate no BRICs

Jul 15, 2025 - 11:20
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O terrorismo comercial norte-americano (por Renan Calheiros)

É inegável que o terrorismo comercial norte-americano impacta a economia interna. Será um impacto setorial para aqueles produtos exportados para os Estados Unidos, como laranja, café, carnes, aeronaves entre outros. Os produtos brasileiros destinados atualmente aos EUA têm preço, qualidade e, portanto, são competitivos mundialmente. Ainda que não imediatamente, eles devem encontrar mercados alternativos no mundo, como a Europa e os países do Brics, que reúne 50% da população mundial, 45% do comércio e 30% do PIB global.

É nítido que Jair Bolsonaro é um pretexto. A questão de fundo é o debate no BRICs sobre uma moeda única, ou um cesto de moedas para o comércio entre os 11 países do bloco. Os EUA temem o enfraquecimento do dólar e a perda da influencia global. É legítimo, é defensável é natural que estes países busquem melhorar e azeitar as relações comerciais entre eles.

Mas é surpreendente que alguns pseudopatriotas, defendam esta esquizofrenia tributária contra o Brasil, contra nossas empresas, contra nossas empresas e contra nossos empregos. O que é bom para os Estados Unidos, não é bom para o Brasil nestas circunstâncias.

Para defender nossos empregos, nossas empresas e nossa produção, pautei e aprovei a lei da Reciprocidade na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Em um prazo recorde no Parlamento, aprovamos esta salvaguarda. Entre a Comissão e a votação nos 2 plenários foram apenas 48 horas. Mais relevante ainda: a votação uniu oposição e governo, com votações unanimes, como foi o caso da CAE. Isso dá a exata dimensão da importância desta lei. Leis são feitas para serem aplicadas. Não há a opção de usar ou não usar. Nos preenchemos com a Lei da Reciprocidade um vácuo legislativo. A lei, portanto, é para ser aplicada.

O diálogo é sempre melhor caminho e nossa diplomacia é mundialmente reconhecida pela habilidade e ausência de contenciosos. Portanto, se o caminho do diálogo prosperar por inflexibilidade da outra parte, temos uma legislação específica para responder com firme e proporcionalmente ao terrorismo tarifário de Trump.

O presidente dos EUA tem um problema sério de credibilidade com bravatas e recuos. Mas esta esquizofrenia precisa ter um termo. Um mundo é irrecusavelmente globalizado, não é uma escolha, uma preferência ideológica. Há uma interdependência global. A ultima economia que se pretendeu auto-suficiente foi a economia nazista. Deu no que deu.

 

Artigo do senador Renan Calheiros. Pres. Comissão de Assuntos Econômicos – Senado Federal. 

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