OAB/RN alerta para aumento de fraudes com falsos advogados
O golpe do falso advogado tem ganhado força no Rio Grande do Norte e em outras partes do país. A prática criminosa acontece quando estelionatários acessam processos reais e, se passando por advogados, entram em contato com clientes de escritórios para induzi-los a realizar depósitos antecipados. De acordo com o secretário-geral da OAB/RN, Ricardo […]


O golpe do falso advogado tem ganhado força no Rio Grande do Norte e em outras partes do país. A prática criminosa acontece quando estelionatários acessam processos reais e, se passando por advogados, entram em contato com clientes de escritórios para induzi-los a realizar depósitos antecipados.
De acordo com o secretário-geral da OAB/RN, Ricardo Lucena, o esquema tem ficado cada vez mais sofisticado, utilizando a chamada engenharia social — estratégia em que os golpistas usam informações verdadeiras para transmitir credibilidade.
“Eles mandam mensagens pelo WhatsApp, colocam a foto do advogado e mencionam detalhes de um processo real. Porém, o número de telefone não pertence ao escritório. Como os dados conferem, muitas vítimas acreditam e acabam caindo na armadilha”, explicou Lucena.
Como funciona a fraude
O golpe segue a lógica de outras práticas digitais, como a da falsa central de atendimento bancária. Os criminosos afirmam que o cliente tem um valor a receber, mas exigem o pagamento de uma taxa ou depósito para liberar o suposto benefício. Esse valor nunca existe, e a vítima perde o dinheiro transferido.
Grande parte das informações usadas pelos golpistas vem de processos públicos totalmente digitais, onde constam dados de contato dos clientes. Além disso, fotos e informações retiradas de sites de escritórios e perfis em redes sociais ajudam a reforçar a farsa.
O primeiro contato quase sempre é feito pelo WhatsApp, por meio de um número que não é o oficial do advogado ou do escritório. “Essa é a essência da engenharia social. O cliente vê a foto, reconhece informações verdadeiras do processo e não desconfia. Raramente confere o telefone de origem”, alerta o secretário-geral.
Em situações mais graves, os criminosos ainda utilizam os dados coletados para praticar outros golpes financeiros, como abertura de empréstimos ou movimentação irregular de contas bancárias.
Propostas de segurança
Para reduzir os riscos, a OAB/RN apresentou ao Tribunal de Justiça três medidas para reforçar a segurança do sistema PJe (Processo Judicial Eletrônico):
Autenticação em dois fatores – aumentando a proteção mesmo em caso de roubo de senhas ou tokens.
Uso de CAPTCHA – dificultando a extração automatizada de informações por robôs.
Restrição a documentos sensíveis – garantindo maior sigilo sobre dados pessoais e peças confidenciais.
Segundo Lucena, é essencial que advogados, clientes e instituições estejam atentos, reforcem a checagem de informações e desconfiem sempre de contatos que solicitem valores antecipados.
Foto: Tribuna do Norte
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