ONU: 2025 pode ser o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado

Documento da Organização Meteorológica Mundial com alertas climáticos é divulgado às vésperas da COP30, em Belém

Nov 6, 2025 - 17:00
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ONU: 2025 pode ser o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado

Um relatório produzido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), afirma que 2025 pode se tornar o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado até hoje, sendo superado apenas por 2024.

A tendência, alerta a entidade, dá continuidade a um aquecimento “excepcionalmente alto” na última década. Segundo o relatório, os últimos 11 anos, de 2015 a 2025, terão sido individualmente os mais quentes nos 176 registros de observação.

Segundo o relatório, de janeiro a agosto deste ano, a temperatura média próxima à superfície foi de 1,42 °C acima da média pré-industrial, logo abaixo do registrado em 2024. Segundo a agência especializada, isso se deu por causa do fim do fenômeno El Niño, que elevou as temperaturas globais em 2023 e 2024.

A entidade ressalta ainda que, dentro de um período de 26 meses, de junho de 2023 a agosto de 2025, houve apenas um mês – fevereiro de 2025 – com uma média global de temperatura mensal “significativamente” mais fria do que o mesmo mês de 2022 ou algum ano anterior.

O documento também registra outro ponto de atenção: as concentrações de gases de efeito estufa, que atingiram níveis recordes em 2024, continuaram a aumentar em 2025.

De acordo com o relatório, a concentração atmosférica de CO₂ aumentou de cerca de 278 partes por milhão (ppm) em 1750 para 423,9 ppm em 2024 — um aumento de 53%. A taxa média de crescimento do CO₂ na última década foi de 2,57 ppm por ano, sendo que o aumento na concentração de 2023 para 2024 foi de 3,5 ppm, um recorde na história recente.

O documento também afirma que as emissões provenientes de combustíveis fósseis têm sido a principal fonte de emissões humanas desde a década de 1950. As concentrações globais médias de CH₄ (metano) aumentaram de 729 partes por bilhão (ppb) em 1750 para 1.942 ppb em 2024, o que representa um aumento de 166%. Já as concentrações de N₂O (óxido nitroso) aumentaram de 270 ppb em 1750 para 338,0 ppb em 2024, um crescimento de 25%.

“Essa sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta. Mas a ciência também é clara ao afirmar que ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5 °C até o final do século”, afirmou e a Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo.

Foto colorida mostra emissão de carbono na atmosfera - Metrópoles - aquecimento global

A menção a 1,5 °C se dá em referência à meta estabelecida entre diversos países no Acordo de Paris, em 2015, de limitar o nível de aumento da temperatura a 2 °C, sendo que o objetivo deveria ser os 1,5 °C.

“Não estamos no caminho para atingir as metas do Acordo de Paris. Outros indicadores climáticos continuam a soar alarmes, e eventos  climáticos extremos tiveram grandes impactos globais nas economias e em todos os aspectos do desenvolvimento sustentável”, diz o documento.

Outro relatório da ONU divulgado na terça-feira (4/11) endossa essa declaração, dizendo que o mundo tem ido na contramão de tal objetivo, indicando que o planeta ultrapassará de forma definitiva uma temperatura média de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais já na próxima década.

Ambos anúncios se dão às vésperas da abertura oficial da Cúpula da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA). Lá, devem se reunir inúmeros chefes de estado e delegações internacionais para discutir políticas climáticas para os próximos anos.

Celeste Saulo aponta, contudo, que há “boas notícias”, ligadas principalmente ao avanço no uso de energias renováveis.

“Há boas notícias: a energia renovável está se expandindo. Os planos de ação climática estão sendo cada vez mais orientados por serviços climáticos baseados em evidências científicas. Alertas antecipados estão alcançando mais pessoas, em mais lugares, e salvando mais vidas”, concluiu.

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