Pai de santo que simulava incorporação para estuprar mulheres é preso
O líder religioso chegava a simular “incorporações”, afirmando às vítimas que as relações sexuais haviam sido determinadas por entidades

O pai de santo acusado por ao menos cinco mulheres de uma série de estupros foi preso por equipes da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho), nesta sexta-feira (8/8). Leandro Mota Pereira, conhecido como Pai Leandro de Oxossi, é suspeito de dopar, estuprar, coagir e ameaçar vítimas entre 17 e 30 anos, que frequentavam um terreiro de umbanda, em Sobradinho.
O líder religioso chegava a simular “incorporações”, afirmando às vítimas que as relações sexuais haviam sido determinadas por entidades espirituais. Revelado pela coluna Na Mira, todos os casos ocorreram entre maio de 2024 e junho deste ano, tendo sempre como pano de fundo a exploração da fé.
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Em um dos casos do qual a coluna teve acesso, uma mulher foi convencida a dormir na propriedade na companhia de um casal de filhos, entre eles uma garota de 17 anos – também alvo do pai de santo, em maio do ano passado.
Quando a adolescente começou a dormir no local, Leandro sempre lhe oferecia chá e suco. Em uma das noites, como de costume, Leandro entregou o chá, mas a jovem tomou apenas um gole. No meio da madrugada, a garota acordou com o religioso completamente nu, deitado sobre ela.
Modus Operandi
- Manipulação espiritual: o suspeito simulava incorporações de entidades, especialmente de Zé Pilintra, afirmando que as relações sexuais eram “ordens espirituais”;
- Dopagem e isolamento: oferecia chás ou sucos “batizados” para induzir sonolência. Em um caso, depois de ingerir a bebida, a vítima acordou com ele nu sobre ela e foi coagida a manter silêncio
- Ameaças graves: utilizava ameaças de “macumba” para prejudicar familiares das vítimas — incluindo o irmão e o filho delas — para manter o silêncio. Também afirmava ter hackeado seus celulares e afirmava poder controlar suas vidas
- Violência física e controle: algumas vítimas relataram ter sido amarradas e agredidas com cintos, não sendo respeitados pedidos de interrupção do ato
Perfil de vítimas
O pai de santo mirava mulheres suscetíveis aos ataques e que apresentassem sinais de vulnerabilidade e facilidade de manipulação. Outra vítima havia procurado a umbanda em busca de cura, proteção espiritual e apoio emocional. Após três meses frequentando o terreiro, Leandro passou a enviar mensagens por meio do WhatsApp para a jovem, convidando-a para ir até a loja de artigos religiosos que ele possuía.
A vítima foi até o estabelecimento e ouviu do pai de santo que ele precisava “ensiná-la algo”. O suspeito foi direto e disparou: “Vamos começar a transar e ninguém vai ver”. À PCDF a mulher relatou que o religioso a obrigou a ter relações sexuais dentro da loja e na casa dela por semanas a fio.
Controlador, Leandro ameaçou a vítima afirmando que havia “hackeado o celular” dela e conseguia ver todas as mensagens. Em um dos estupros, o religioso teria amarrado as mãos da mulher para trás e utilizado um cinto para bater nas costas e nádegas da vítima. Mesmo com os pedido para cessar com as agressões, o pai de santo teria prosseguido.
A mulher passou a ser perseguida e ameaçada pelo líder do terreiro e precisou mudar de cidade e de telefone para escapar das investidas.
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