Para buscar estrangeiros ilegais, governo Trump vai entregar à imigração dados de 79 milhões de usuários de serviço de saúde pública dos EUA

Agentes do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário dos EUA (ICE, na sigla em inglês) prendem imigrante nos EUA. Reuters/David Gray/File Photo O governo de Donald Trump vai fornecer a autoridades do Serviço de Imigração dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) os dados pessoais de todas as pessoas beneficiadas pelo Medicaid, o programa de saúde público dos Estados Unidos, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press. A agência obteve acesso ao acordo para a transferência de dados ao ICE firmado pelo governo. Com as informações em mãos, agentes do ICE poderão identificar e rastrear pessoas que residem ilegalmente nos EUA — que costumam se beneficiar do Medicaid. Até o endereço de todos os 79 milhões de inscritos no programa de saúde será fornecido. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O banco de dados revelará aos funcionários do ICE os nomes, endereços, datas de nascimento, informações étnicas e raciais, além dos números do Seguro Social de todas as pessoas inscritas no Medicaid. O programa, financiado pelo governo federal e pelos estados dos EUA, oferece cobertura gratuita para serviços de saúde para as pessoas mais pobres, incluindo milhões de crianças — os Estados Unidos não têm um serviço de saúde pública universal, como SUS brasileiro. O acordo foi assinado na segunda-feira (14) entre os Centros de Serviços Medicare e Medicaid e o Departamento de Segurança Interna, mas não foi tornado público. "O ICE usará os dados do CMS para permitir que o ICE receba informações de identidade e localização de estrangeiros identificados pelo ICE", diz o acordo. O ICE é a agência do governo norte-americano que tem caçado e prendido milhões de imigrantes ilegais que residem nos Estados Unidos, seguindo uma promessa de campanha de Trump. O presidente norte-americano vem pressionando o ICE a deter 3.000 estrangeiros por dia ao redor do país. Congressistas consultados pela AP e inclusive funcionários do Medicaid contestaram a legalidade da transferência de dados. E alertam para um possível alarme generalizado entre pessoas que buscam atendimento médico emergencial — um dos serviços cobertos pelo Medicaid. Outros esforços anteriores do governo Trump para reprimir a imigração ilegal já fizeram com que escolas, igrejas, tribunais virassem locais perigosos para imigrantes e até mesmo para cidadãos norte-americanos que temem ser presos por engano em uma operação do ICE. A secretária assistente do Departamento de Saúde dos EUA, Tricia McLaughlin, afirmou que as duas agências "estão explorando uma iniciativa para garantir que imigrantes ilegais não recebam os benefícios do Medicaid destinados a americanos cumpridores da lei". "Eles estão tentando nos transformar em agentes de imigração", disse um funcionário do CMS, sob anonimato. O acordo não permite que os funcionários do ICE baixem os dados. Em vez disso, eles terão acesso a eles por um período limitado, das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, até 9 de setembro. Imigrantes que não residem legalmente nos EUA não podem se inscrever no programa Medicaid. Mas a lei federal exige que todos os estados ofereçam o Medicaid emergencial, uma cobertura temporária que paga apenas por serviços que salvam vidas em salas de emergência para qualquer pessoa, incluindo cidadãos não americanos. Por isso, o Medicaid emergencial é frequentemente usado por imigrantes, incluindo aqueles que estão legalmente presentes e aqueles que não estão. Muitas pessoas se inscrevem no Medicaid emergencial em seus momentos mais desesperadores, disse Hannah Katch, ex-assessora do CMS durante o governo Biden. “É impensável que o CMS viole a confiança dos inscritos no Medicaid dessa forma”, disse Katch. Ela afirmou que as informações de identificação pessoal dos inscritos não foram historicamente compartilhadas fora da agência, a menos que para fins de aplicação da lei para investigar desperdício, fraude ou abuso do programa. EUA: Prisões de imigrantes triplicam em alguns estados

Jul 17, 2025 - 15:40
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Para buscar estrangeiros ilegais, governo Trump vai entregar à imigração dados de 79 milhões de usuários de serviço de saúde pública dos EUA

Agentes do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário dos EUA (ICE, na sigla em inglês) prendem imigrante nos EUA. Reuters/David Gray/File Photo O governo de Donald Trump vai fornecer a autoridades do Serviço de Imigração dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) os dados pessoais de todas as pessoas beneficiadas pelo Medicaid, o programa de saúde público dos Estados Unidos, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press. A agência obteve acesso ao acordo para a transferência de dados ao ICE firmado pelo governo. Com as informações em mãos, agentes do ICE poderão identificar e rastrear pessoas que residem ilegalmente nos EUA — que costumam se beneficiar do Medicaid. Até o endereço de todos os 79 milhões de inscritos no programa de saúde será fornecido. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O banco de dados revelará aos funcionários do ICE os nomes, endereços, datas de nascimento, informações étnicas e raciais, além dos números do Seguro Social de todas as pessoas inscritas no Medicaid. O programa, financiado pelo governo federal e pelos estados dos EUA, oferece cobertura gratuita para serviços de saúde para as pessoas mais pobres, incluindo milhões de crianças — os Estados Unidos não têm um serviço de saúde pública universal, como SUS brasileiro. O acordo foi assinado na segunda-feira (14) entre os Centros de Serviços Medicare e Medicaid e o Departamento de Segurança Interna, mas não foi tornado público. "O ICE usará os dados do CMS para permitir que o ICE receba informações de identidade e localização de estrangeiros identificados pelo ICE", diz o acordo. O ICE é a agência do governo norte-americano que tem caçado e prendido milhões de imigrantes ilegais que residem nos Estados Unidos, seguindo uma promessa de campanha de Trump. O presidente norte-americano vem pressionando o ICE a deter 3.000 estrangeiros por dia ao redor do país. Congressistas consultados pela AP e inclusive funcionários do Medicaid contestaram a legalidade da transferência de dados. E alertam para um possível alarme generalizado entre pessoas que buscam atendimento médico emergencial — um dos serviços cobertos pelo Medicaid. Outros esforços anteriores do governo Trump para reprimir a imigração ilegal já fizeram com que escolas, igrejas, tribunais virassem locais perigosos para imigrantes e até mesmo para cidadãos norte-americanos que temem ser presos por engano em uma operação do ICE. A secretária assistente do Departamento de Saúde dos EUA, Tricia McLaughlin, afirmou que as duas agências "estão explorando uma iniciativa para garantir que imigrantes ilegais não recebam os benefícios do Medicaid destinados a americanos cumpridores da lei". "Eles estão tentando nos transformar em agentes de imigração", disse um funcionário do CMS, sob anonimato. O acordo não permite que os funcionários do ICE baixem os dados. Em vez disso, eles terão acesso a eles por um período limitado, das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, até 9 de setembro. Imigrantes que não residem legalmente nos EUA não podem se inscrever no programa Medicaid. Mas a lei federal exige que todos os estados ofereçam o Medicaid emergencial, uma cobertura temporária que paga apenas por serviços que salvam vidas em salas de emergência para qualquer pessoa, incluindo cidadãos não americanos. Por isso, o Medicaid emergencial é frequentemente usado por imigrantes, incluindo aqueles que estão legalmente presentes e aqueles que não estão. Muitas pessoas se inscrevem no Medicaid emergencial em seus momentos mais desesperadores, disse Hannah Katch, ex-assessora do CMS durante o governo Biden. “É impensável que o CMS viole a confiança dos inscritos no Medicaid dessa forma”, disse Katch. Ela afirmou que as informações de identificação pessoal dos inscritos não foram historicamente compartilhadas fora da agência, a menos que para fins de aplicação da lei para investigar desperdício, fraude ou abuso do programa. EUA: Prisões de imigrantes triplicam em alguns estados

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