Por que estreia de Homem com H na Netflix está gerando tanta polêmica
Internautas debateram os motivos que teriam levado a entrada de Homem com H na Netflix quando ainda estava passando nos cinemas

A chegada rápida de Homem com H à Netflix dividiu opiniões nas redes sociais. Para alguns, a estreia no streaming é uma vitória da acessibilidade; para outros, uma ameaça à saúde do cinema nacional, com potencial para afetar o desempenho do longa nas bilheterias.
Homem com H
- O filme acompanha as diferentes fases da carreira do cantor Ney Matogrosso, desde a sua infância, passando pela adolescência e a vida adulta.
- O longa também se propõe a abordar o lado nunca mostrado sobre a vida do artista, passando por vivências amorosas dele, a sua relação com o pai e a época da ditadura militar.
- Dirigido por Esmir Filho, o filme tem Jesuíta Barbosa interpretando Ney Matogrosso e tem outros grandes atores no elenco como Rômulo Braga, Bruno Montaleone e Jullio Reis.
- Leia a crítica do Metrópoles: Homem com H revela a força e a liberdade de Ney Matogrosso
Leia também
-
Cinema
Por que Ney Matogrosso só foi beijado pelo pai aos 27 anos
-
Cinema
O que pouca gente sabe sobre o namoro de Ney Matogrosso e Cazuza
-
Celebridades
Aluno que interpretou Ney Matogrosso desfilará no Carnaval de 2026
-
Cinema
O romance proibido vivido por Ney Matogrosso no quartel militar
Entenda o debate
O filme chegou à Netflix na última quarta-feira (17/6), mesmo ainda em cartaz nos cinemas de várias capitais brasileiras. O anúncio da chegada ao streaming, feito com um dia de antecedência, pegou o público de surpresa e reacendeu o debate sobre os impactos desse tipo de estratégia para o mercado audiovisual nacional.
6 imagens
Fechar modal.
1 de 6
Ney Matogrosso com Esmir Filho no set @esmirfilho/Instagram/Reprodução2 de 6
Ney Matogrosso usava diferentes materiais para criar seus looks@esmirfilho/Instagram/Reprodução3 de 6
Jesuíta Barbosa caracterizado com figurino usado para a performance de Bandido Corazón @esmirfilho/Instagram/Reprodução4 de 6
Jullio Reis como Cazuza na performance de O Tempo Não Para@marinavancini/Instagram/Reprodução5 de 6
Figurino de Jesuíta@esmirfilho/Instagram/Reprodução6 de 6
Jesuíta Barbosa e Ney Matogrosso@homemcomh/Instagram/Reprodução
No Brasil, é comum que filmes estreiem nos streamings cerca de 30 dias após deixarem as salas de exibição. Raramente, uma produção entra no catálogo de uma plataforma enquanto ainda está disponível nos cinemas. A decisão de lançar Homem com H tão rapidamente, portanto, fugiu do padrão — e nem a Netflix nem a distribuidora Paris Filmes comentaram publicamente o motivo.
Para a diretora Cibele Amaral (Por Que Você Não Chora?), que também integra a Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste (Conne), o movimento é reflexo das negociações entre produtores, distribuidores e plataformas. “Normalmente se faz uma pré venda para o streaming e já se pré estabelece a janela que o filme vai fazer no cinema e quando será sua estreia no streaming. As plataformas estabelecem seus termos e muitas vezes, os produtores e distribuidores fecham a melhor proposta que conseguem”, explica.
Para ela, a polêmica evidencia a necessidade de regulação das plataformas de streaming, com o estabelecimento de uma janela mais extensa entre a estreia dos filmes no cinema e nas serviços de streaming. “Isso é importante não só para os produtores e distribuidores dos filmes, mas também para os exibidores: os cinemas. Porque realmente é triste ver um filme que está performando muito bem nas salas de cinema ir tão rápido para as plataformas. Isso quebra o mercado”, avalia.
A especialista defende ainda que a discussão sobre o filme chegar a mais pessoas é válida, mas pondera que o tema envolve outras discussões e fatores como a expansão do parque audiovisual com mais salas em mais cidades e mais bairros. “Para o mercado audiovisual é muito problemático a janela curta entre a estreia nas salas e a chegada nas plataformas”, analisa Cibele.
Repercussão na web
Nas redes sociais, a disponibilização de Homem com H na Netflix enquanto o filme ainda está em cartaz nos cinemas gerou debate. O perfil Tanto Cine, no Instagram, incentivou a discussão entre os seguidores, que se dividiram entre elogios e críticas à estratégia.
De um lado, muitos celebraram a estreia no streaming, apontando o custo alto de ir ao cinema como um impeditivo para grande parte da população. “A Netflix está cara, mais de 45 reais de mensalidade, mas eu assisto filme o mês inteiro. Para levar minha família ao cinema, não gastamos menos de 200 reais para ver um único filme. Falta consciência de classe!”, comentou um internauta.
Ver essa foto no Instagram
Outros ressaltaram a importância da acessibilidade para moradores de cidades do interior, onde muitas vezes não há salas de cinema ou, quando há, a programação prioriza grandes lançamentos internacionais, deixando produções nacionais de fora.
Por outro lado, algumas críticas não foram à estreia no streaming em si, mas à rapidez com que ela aconteceu. “Concordo que o filme vá para a Netflix, mas foi cedo demais. Isso desestimula o público a ir ao cinema”, avaliou uma seguidora.
What's Your Reaction?






