Presidente da CVM renuncia ao cargo dois anos antes do fim do mandato
Em nota, autarquia disse que saída de João Pedro Nascimento ocorreu por "motivos pessoais". Lula vai indicar novo responsável pelo órgão

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento (foto em destaque), anunciou na noite de sexta-feira (18/7), em postagem na rede social LinkedIn, sua renúncia ao cargo. A decisão foi tomada dois anos antes do fim do mandato à frente do órgão, que teria duração até julho de 2027.
No post, disse Nascimento: “Chegou o momento de me despedir da Presidência da CVM após 3 anos de intensa, diária e exclusiva dedicação à autarquia. Encerro esse ciclo com gratidão, orgulho e plena convicção de que cumprimos uma missão pública à altura da história e da responsabilidade. Trabalhamos de forma técnica, independente e isenta de convicções político-partidárias”.
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Em nota, também emitida na noite de sexta-feira, a CVM afirmou que Nascimento deixou o cargo por “motivos pessoais”. Agora, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar o novo presidente do órgão.
Sobre a sucessão, o comunicado da CVM informa: “Em linha com o disposto no art. 6º da Lei 6385/76, caberá à Presidência da República indicar um novo nome para presidir a CVM. Interinamente, também em linha com o disposto no §5º do referido art. 6º, o diretor mais antigo – atualmente, o diretor Otto Lobo – responderá pelas atribuições competentes ao presidente da autarquia”.
Pressão política
Nascimento, porém, também vinha sendo pressionado politicamente. Há cerca de duas semanas, em 8 de julho, ele foi interpelado na Câmara dos Deputados sobre um “possível conflito de interesses”. A discussão sobre o tema ocorreu durante sessão da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), na qual Nascimento foi convidado para falar sobre a estrutura regulatória do mercado de capitais.
Parlamentares questionaram o fato de o então presidente da CVM ter votado em julgamentos de casos envolvendo o banco BTG Pactual, onde seu irmão, José Lúcio Barroso do Nascimento, trabalha. O agora ex-presidente da autarquia negou qualquer irregularidade.
O que é a CVM
A Comissão de Valores Mobiliários foi criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Ela é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios. Tem autoridade administrativa independente, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, além de autonomia financeira e orçamentária.
Valores mobiliários são instrumentos financeiros emitidos por empresas ou outras entidades para captar recursos. Eles podem ser negociados no mercado e são utilizados para financiar projetos, investir em ativos e formar patrimônio. Incluem, por exemplo, ações, debêntures, bônus de subscrição, certificados de depósito de valores mobiliários, contratos futuros e cotas de fundos de investimento.
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