Quando os hormônios falam mais alto: os efeitos da TPM no comportamento e nas relações

Durante muito tempo, a Tensão Pré-Menstrual (TPM) foi tratada como uma simples “mudança de humor feminina”. Mas, na verdade, ela é um fenômeno complexo, com raízes biológicas e impactos profundos no comportamento, nas emoções e até nas relações interpessoais.   Eu mesma só percebi isso depois de muito tempo. Em um relacionamento passado, lembro que […]

Nov 4, 2025 - 17:00
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Quando os hormônios falam mais alto: os efeitos da TPM no comportamento e nas relações

Durante muito tempo, a Tensão Pré-Menstrual (TPM) foi tratada como uma simples “mudança de humor feminina”. Mas, na verdade, ela é um fenômeno complexo, com raízes biológicas e impactos profundos no comportamento, nas emoções e até nas relações interpessoais.

 

Eu mesma só percebi isso depois de muito tempo. Em um relacionamento passado, lembro que quase todos os meses tínhamos uma crise daquelas que pareciam o fim do mundo. Irritação, choro, impaciência, sensação de incompreensão. Depois de alguns dias, tudo voltava ao normal, como se nada tivesse acontecido. Anos mais tarde, observando com mais consciência, percebi: nossas brigas coincidiam exatamente com o período da minha TPM.

 

O que acontece no corpo durante a TPM

 

A TPM é um conjunto de sintomas físicos e emocionais que aparecem entre 5 e 10 dias antes da menstruação. Nesse período, há uma queda significativa nos níveis de estrogênio e progesterona — hormônios que influenciam o humor, o sono, o apetite e até a forma como percebemos o mundo.

 

Essa oscilação hormonal pode causar:

Irritabilidade e impaciência;

Hipersensibilidade emocional;

Tristeza repentina;

Ansiedade e dificuldade de concentração;

Dores de cabeça, inchaço e cansaço físico.

 

Ou seja, o corpo inteiro entra em um estado de turbulência e, com ele, a mente.

 

Como isso afeta as relações

 

O problema é que, durante a TPM, o que normalmente seria uma simples diferença de opinião pode se transformar em um conflito intenso.

Um comentário neutro parece uma crítica. Uma ausência soa como rejeição. Uma pequena irritação ganha o peso de uma grande decepção.

 

E o pior: tudo isso parece completamente real naquele momento.

É como se os hormônios colocassem uma lente de aumento sobre as emoções, distorcendo a realidade e fazendo o que é pequeno parecer enorme.

 

Por isso, muitas relações acabam sendo abaladas por reações que, em outro contexto, não teriam a mesma força.

Não é sobre “culpar a TPM”, mas sobre entender que o autoconhecimento hormonal é também uma forma de cuidar das relações.

 

A importância de se conhecer

 

Quando começamos a perceber o padrão — as datas, os sintomas, os gatilhos passamos a ter mais controle.

Saber que você está na TPM não anula o que sente, mas ajuda a colocar as coisas em perspectiva. É o momento de praticar mais silêncio, descanso, empatia consigo mesma e com quem está ao seu redor.

 

Registrar o ciclo menstrual em um aplicativo, observar o próprio humor e conversar abertamente sobre o tema com o parceiro são atitudes que ajudam a evitar mal-entendidos e fortalecem a relação.

 

Hormônios não são inimigos

 

Os hormônios não são vilões. Eles apenas sinalizam que o corpo está vivo, pulsando, em constante movimento.

O desafio é aprender a navegar por essas marés sem permitir que elas determinem o rumo de nossas emoções ou decisões.

 

Entender a TPM é também um ato de amadurecimento emocional. É reconhecer que há dias em que o mundo parece mais pesado, mas que isso passa e que, com autoconhecimento, conseguimos transformar o que antes era caos em consciência.

 

Por Joyce Moura – Jornalista

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